Irmã do servidor morto em Socorro diz que 'querem transformar assassinos em vítimas' | F5 News - Sergipe Atualizado

Caso Clóvis
Irmã do servidor morto em Socorro diz que 'querem transformar assassinos em vítimas'
Família rebate versão de advogado que acusa professor de assédio sexual
Cotidiano | Por Daniel Soares 18/02/2024 18h51 - Atualizado em 18/02/2024 20h08


“Quando fui reconhecer o corpo do meu irmão no IML, as mãos dele estavam todas cortadas. Tinha furo na testa, furo na bochecha, furo no queixo. Acho que isso foi ele tentando se defender. Quer dizer, se fosse um assédio, eles sairiam e iam embora. Não foi o que aconteceu”. O relato é de Cleide dos Santos, irmã do servidor público Clóvis José dos Santos, morto no último dia 30 de janeiro

Clóvis foi assassinado com golpes de faca em sua residência, no conjunto Marcos Freire II, em Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju. As investigações que estão sendo feitas pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), por meio da Delegacia de Roubos e Furtos (Derof), tem seguido a linha de que o servidor foi vítima de um latrocínio (roubo com morte). 

Contudo, uma nova versão surgiu na última sexta-feira (16). Um dos suspeitos pelo crime, um menor de 17 anos, se apresentou ao Depatri para prestar depoimento. Nicolas Antunes, advogado do jovem, falou com a imprensa e apresentou, como argumento de defesa, uma suposta tentativa de assédio sexual cometida por Clóvis. As facadas e, consequentemente, o assassinato da vítima seriam então uma reação. 

Em entrevista ao F5 News, Cleide rebate duramente essa tese. Ela diz que o irmão, homossexual assumido, tinha uma postura de respeito e não cometeria o assédio. “Ele jamais faria isso. O que o advogado disse, que ele teria tocado nas partes íntimas do menino, é tudo mentira. A gente sabe da índole do meu irmão. Eu sei, minha família sabe e todo mundo sabia. Ele poderia ser homossexual, agora, sobre essa parte aí de abuso, o advogado está mentindo e está instruindo o menino a mentir”, assegurou.

“Podem procurar em Socorro. Quem conhece ele, nunca teve algo a dizer. Que ele já fez isso ou aquilo. Nunca. Se fosse verdade, em algum momento alguém iria dizer que meu irmão já estava acostumado a fazer. Mas não tem condições. A gente está horrorizado com essas coisas que o advogado está falando”, completou Cleide.

Assassinato violento

Para embasar o seu ponto de vista, a irmã de Clóvis destaca a forma violenta com que a vítima foi morta. Além dos diversos ferimentos feitos pelas facadas, a residência do servidor público ficou um cenário de filme de terror, segundo seu relato. “Fiquei horrorizada com o tamanho da brutalidade. “O chão, lavado de sangue, do quintal, até a frente. E assim, pelo jeito que a gente via as paredes, tinha várias marcas de mãos. Os quartos estavam todos revirados, cheios de sangue”, descreve.

Para Cleide, as marcas contam a história do crime. “Eles foram tão ruins, tão ruins, e pelo jeito que essas marcas estavam no chão, acho que arrastaram meu irmão até a cozinha, quando ele tentou fugir. Foi lá onde o corpo dele ficou caído. Levaram uma quantia em dinheiro, o celular do meu irmão, que até agora não foi encontrado. Aí o advogado diz que o rapaz saiu assustado. Como saiu assustado? E deu tempo de fazer tudo isso? Pegar bornal, botar as coisas dentro”, questiona.

Cleide refuta ainda o argumento de que os jovens foram chamados por Clóvis para realizar um serviço. “Estão dizendo que foram fazer uma pintura, mas é uma versão muito estranha, pois a casa não estava precisando de reforma nenhuma”, argumenta. Diante dessas inconsistências, a irmã de Clóvis lamenta o que chama de uma tentativa de punir a real vítima deste caso.

“Ele está manchando a imagem do meu irmão, sem precisão. Que ele faça a defesa dele, agora, atingir a imagem de uma pessoa para querer defender os assassinos? Quer dizer, ele quer botar o meu irmão como se fosse o bandido e eles como vítimas. Isso não pode acontecer. Vamos correr atrás até o fim”, assegurou Cleide.

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