A Justiça Federal de Itabaiana, Agreste de Sergipe, determinou a quebra do sigilo bancário do jogador Diego Costa na Espanha. A determinação atendeu a um pedido da Polícia Federal do estado, que confirmou a informação ao F5 News, nesta segunda-feira (7). De acordo com a PF, o atleta não conseguiu explicar sua relação com a empresa Esportenet, investigada por evasão de divisas e lavagem de dinheiro no bojo da Operação Distração.

Pedro Souza/Atlético/Reprodução

Ainda de acordo com a PF, as oitivas do caso estão em andamento, mas por se tratar de um banco em outro país, o trâmite demora um pouco mais.  “Estamos aguardando essa quebra de sigilo bancário”, disse.

O pedido foi feito após o depoimento de Diego Costa, no fim do ano passado. Ao ser questionado sobre a relação que mantinha com a Esportenet, o atleta teria afirmado ser apenas cliente do site de apostas e que tinha uma relação de consumidor. Mas de acordo com os investigadores, o craque não soube informar qual era o login e senha usados para acessar o serviço. Para a PF, a dinâmica das movimentações financeiras entre Diego e integrantes do grupo mostra um volume de transferências incompatível com a versão apresentada por ele.

Conforme a investigação da PF, o jogador é apontado como financiador do esquema criminoso, que contaria também com a participação de doleiros. Duas outras empresas são investigadas, uma delas com sede num paraíso fiscal nas Ilhas Britânicas. 

A defesa do jogador enviou nota ao F5News dizendo que não há nenhuma surpresa no que se refere ao pedido de quebra de sigilo, e por isso, “não tem nada a declarar”.

Segundo o advogado Aurélio Belém, a medida é apenas uma fase no cronograma investigativo, que tem o propósito de confirmar as declarações prestadas pelo jogador à Polícia Federal. Disse ainda que o próprio jogador, durante depoimento, abriu mão dos seus sigilos.

Belém explica ainda que a quebra internacional de sigilo demanda uma burocracia considerável, passando por diversos órgãos dos governos e justiça dos dois países envolvidos e reforça que o jogador não tem vínculo com a empresa investigada.