KPC: irmã de paciente denuncia atendimento precário no Huse
Cotidiano 09/05/2016 15h25Por Fernanda Araujo e Will Rodriguez
O Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) tem 30 pacientes colonizados [não infectados] com a bactéria multirresistente KPC. Os pacientes enfrentam dificuldades para obter o medicamento de combate a ela, além da falta de insumos, que tem gerado receio até mesmo entre os profissionais de saúde que trabalham naquela unidade.
A situação levou a cozinheira Graziela Antônia dos Santos, irmã de André Erasmo dos Santos, de 37 anos, ambos de Itabaiana, agreste sergipano, a fazer uma denúncia no Ministério Público de Sergipe. Nesta segunda-feira (09) uma audiência extrajudicial discutiu a questão juntamente com os representantes da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Segundo Graziela, o seu irmão estaria com suspeita de KPC. André foi baleado no dia 2 de abril após sofrer uma tentativa de assalto na cidade natal, os tiros atingiram o tórax e a coluna. No Hospital Regional de Itabaiana, a vítima passou por uma cirurgia e no dia 4 deu entrada no Huse para ser atendido por um neurocirurgião, pois ele não conseguia mexer os membros inferiores. André estava na Ala vermelha do hospital e depois foi levado para a UTI, onde ficou por 20 dias. Em seguida, foi transferido para uma Ala isolada, a 202, onde permaneceu até então com suspeita de ter sido contaminado com o KPC.
O problema se agravou quando Graziela recebeu a informação no hospital de que não havia a medicação (amicacina) para o seu irmão e nem mesmo insumos, sendo que nem os próprios enfermeiros queriam entrar na ala por medo de se contaminarem. “Pedi o nome para comprar, o médico passou e custava R$ 8.500 uma ampola, e ele precisa tomar sete, mas não tem. Não tenho condições de comprar. Ele está isolado num quarto com uma placa escrita KPC, sozinho e sem medicação, na quinta perguntei se tinha chegado e não chegou. No hospital não tem luva, capote, máscara, acho que está bom de fechar porque não tem nada disso, a pessoa que vai é quem tem que comprar”, afirma.A imprensa não pode acompanhar a audiência e a Secretaria da Saúde se comprometeu a divulgar uma nota técnica ainda nesta segunda. Em entrevista, o promotor Alex Maia disse que André teria sido colonizado por outro tipo de bactéria multirresistente e que, apesar da falta pontual do antibiótico utilizado para combatê-la, a medicação foi substituída e o tratamento continuado.
Quanto aos demais pacientes colonizados com a KPC, a SES alegou que a situação está controlada e que é natural a existência de pacientes colonizados com a bactéria na unidade.O promotor afirmou ainda que a falta de medicamentos no Huse é esporádica e decorre da necessidade que a SES tem de refazer os contratos com os fornecedores por conta de débitos da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS). “Por isso recomendamos que a SES traga documentos comprovando que realmente assume os contratos desses fornecedores”. Contudo, os representantes da Pasta confirmaram a falta de insumos. “Isso sim é um fator importante para proliferação de bactérias”, afirma o promotor.
F5 News não recebeu a nota técnica da SES até a publicação desta matéria.
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