A campanha de conscientização Outubro Rosa tem como objetivo dedicar este mês a ações de incentivo ao diagnóstico precoce do câncer de mama, condição que acomete principalmente a população feminina.

De acordo com o documento “Detecção Precoce do Câncer”, realizado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), o rastreamento precoce do câncer de mama permite que a doença seja encontrada em sua fase inicial, o que, consequentemente, possibilita um melhor prognóstico, com um tratamento mais efetivo e de menor chance de morbidade.

Segundo o mesmo documento, o método mais recomendado para detectar o câncer de mama é o exame de mamografia, considerado o mais efetivo para detectar lesões não palpáveis. 

O exame deve ser realizado anualmente em mulheres com idade superior a 40 anos. A partir dos 50 anos, o Ministério da Saúde recomenda que ele seja feito a cada dois anos. 

Entretanto, muitas dessas mulheres deixam de realizar a mamografia por medo de sentir dor ou desconforto - uma pesquisa realizada pelo Datafolha em 2015 revelou que 15% das brasileiras com idade entre 40 e 69 anos nunca fizeram o exame.

Dessa forma, é fundamental entender como funciona o método. Segundo o oncologista Daniel Gimenes, da rede Oncoclínicas de São Paulo, em um mamógrafo, a mama da paciente é pressionada por duas placas, tanto na vertical, como na horizontal. O exame dura aproximadamente 20 minutos.

“O exame pode causar desconforto, mas a compressão no aparelho é rápida, fazendo com que a dor seja passageira. Uma dica para evitar que o incômodo seja maior é realizar a mamografia fora do período menstrual, pois a mama está mais sensível neste momento”, recomendou o especialista.

Atualmente, existem aparelhos de mamografia digital, que são mais modernos e causam menos desconforto à paciente. Em entrevista ao F5 News, o oncologista clínico Ronnei Assis, da rede Oncoclínicas de Sergipe, explicou que, apesar de um pouco mais cara, essa modalidade causa uma compressão menor na mama, além de outros benefícios.

“A mamografia digital é um pouco melhor que a convencional, porque ela consegue detectar algumas alterações que às vezes passam despercebidas na outra. Ela causa uma compressão menor na mama da paciente, que sente menos dor durante o exame, e também usa menos radiação”, detalhou o oncologista.

Outros exames
Segundo Ronnei Assis, a mamografia não é indicada para mulheres com idade inferior a 40 anos, pois, além de esse grupo raramente ser acometido pelo câncer de mama, nessa fase da vida a mama da mulher ainda é muito densa, não permitindo a visualização de alterações.  Nesse sentido, o oncologista explica que é recomendada a ultrassonografia da mama, caso a mulher apresente algum sintoma da doença ou tenha histórico familiar.

Outra ferramenta fundamental no diagnóstico precoce é o autoexame, que permite que a própria mulher note possíveis alterações na mama. “Ele auxilia na detecção de nódulos palpáveis, mas não substitui a realização da mamografia. “Por isso, caso note sintomas como: alterações de formato, da pele ou tamanho das mamas, procure um médico o quanto antes para avaliação e diagnóstico correto”, conclui o oncologista Daniel Gimenes.