Motorista de aplicativo continua preso; família diz que é engano e aponta racismo
Defesa tenta reverter prisão preventiva e apresentará um pedido de habeas corpus Cotidiano | Por Antonio Cardoso 03/05/2022 16h19O motorista de aplicativo Jeferson Adriano dos Santos continua preso após ter o pedido de revogação da prisão preventiva negado pela justiça. A família alega que foi um engano e que ele está sendo vítima de racismo.
Jeferson foi preso junto a outros dois homens, no dia 23 de abril, acusados de terem praticado uma série de assaltos na região do bairro Aruana, na zona sul de Aracaju.
Eles passaram por audiência de custódia, quando tiveram as prisões preventivas decretadas. Os três continuam detidos.
De acordo com a esposa de Jeferson, Iasmin Garrido, o motorista trabalha com transporte escolar e também roda como motorista de aplicativo apenas para complementar a renda. Ela afirma que os criminosos o obrigaram a dirigir durante os assaltos.
“Ele foi coagido pelos bandidos e foi maltratado pela polícia, pela cor, por ser negro, e não deram o poder de fala ao meu esposo”, disse a mulher de Jeferson em entrevista ao programa Cidade Alerta, da TV Atalaia, filiada Record em Sergipe.
A defesa de Jeferson divulgou que ainda pedirá uma revisão da decisão e apresentará um pedido de habeas corpus, que permitirá ao motorista responder pelo crime em liberdade.
Quem é Jeferson Adriano dos Santos
A família divulgou que o motorista é um ex-militar da reserva, que inclusive já participou de missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti.
Ainda de acordo com a esposa, ele não tem antecedentes criminais, diferente dos outros dois homens presos que, segundo a polícia, já registram passagens pelo sistema prisional.
Jeferson é pai de duas filhas, possui residência fixa e abriu, recentemente, uma empresa com a família para trabalhar com o transporte escolar.
“Meu esposo foi o único que apanhou dos três, ele está com o dente quebrado, o braço foi deslocado, a nível de rompimento de ligamento, e foi negado o atendimento”, denunciou Iasmin Garrido.
Estagiário sob supervisão da jornalista Monica Pinto