O dia 6 de julho marca a data de criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), determinado pela Lei Federal n° 24.609/1934. Apesar do decreto, o IBGE só iniciou suas atividades oficialmente em 29 de maio de 1936.

Vinicius Schmidt/Metrópoles

Contudo, a existência de um instituto de pesquisas e estatísticas surgiu antes da própria criação do IBGE, já que no Período Imperial, em 1871, havia a Diretoria Geral de Estatísticas. Entretanto, com a Proclamação da República em 1889 e a implantação dos registros civis de casamento, nascimento e óbito, o governo da época sentiu a necessidade de ampliar a atuação do setor.

Atualmente, o Instituto é o principal provedor de informações e dados oficiais - em níveis federal, estadual e municipal - e tem como objetivo oferecer o dimensionamento de vários aspectos da vida brasileira, pautando inclusive e sobretudo políticas públicas a partir de sucessivos "retratos" do país.

O órgão é vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) e, segundo o próprio IBGE, está presente em 27 unidades estaduais e 566 agências de coleta de dados. 

Funções

O IBGE exerce várias funções dentro do território brasileiro, com atividades ligadas ao desenvolvimento de pesquisas sobre diversas temáticas, como indústria, comércio, saúde, educação, índices de desemprego, inflação, dentre outras, que podem ser aproveitadas pelos setores públicos e privados, além de embasar estudos científicos. 

Ao atingir os resultados das pesquisas, é possível fazer uma comparação entre a sociedade atual e do passado e ter uma perspectiva sobre o futuro. 

O órgão é responsável por diversos levantamentos feitos regularmente. Um dos mais conhecidos é a pesquisa domiciliar realizada por décadas no país, cujo objetivo é ter o levantamento populacional do país. 

É a partir do Censo que torna-se possível identificar a quantidade de habitantes, os indicadores econômicos e sociais da população. Com as informações obtidas, os gestores podem criar as políticas públicas e definir para quais áreas se deve priorizar o investimento de recursos públicos.

Além dessas funções, o IBGE possui uma ferramenta de localização de arquivos antigos, o Busca Rápida. Por meio da biblioteca online, a população tem acesso a materiais como fotografias, mapas, livros, periódicos e instrumentos de coleta.

Comparação de pesquisas

Com as pesquisas feitas periodicamente, os resultados e as informações populacionais podem mudar constantemente. Conforme matéria veiculada pelo portal Metrópoles, parceiro do F5 News, houve uma variação na porcentagem de brasileiros que se declararam pretos entre 2012 e 2022. Os dados são resultados de outro levantamento do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua .

A Pnad, realizada a cada três meses, registrou que, em 2012, apenas 7,4% dos habitantes se declararam pretos. Já em 2022, o contingente que se autodeclarou preto ou pardo subiu para 10,6%. A pesquisa registrou o aumento em todas as regiões, porém o maior aumento foi no Nordeste, passando de 8,7% para 13,4%.

Segundo o IBGE, esse aumento da autodeclaração racial dos afrobrasileiros tem influência direta de entidades como o Movimento Negro Unificado (MNU) e de políticas públicas fomentadas nos últimos 30 anos, como a Lei de Cotas (nº 12.711/2012), a Lei do Ensino da Cultura Afrobrasileira nas escolas (n° 10.639/03) e a criação do Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de novembro (n° 12.519/2011).

Outros levantamentos feitos pelo IBGE

- Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC);
- Mortalidade e expectativa de vida da população;
- Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB)
- Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae).