Nomofobia: neuropsicóloga esclarece os riscos do medo de ficar sem tecnologia | F5 News - Sergipe Atualizado

Vício
Nomofobia: neuropsicóloga esclarece os riscos do medo de ficar sem tecnologia
O uso exagerado dos aparelhos pode ocasionar problemas cognitivos graves
Cotidiano | Por F5 News 30/07/2023 14h00


Na era do desenvolvimento tecnológico é muito comum ver pessoas sempre conectadas a seus aparelhos celulares enquanto desenvolvem suas atividades cotidianas, seja no trabalho, ou nas próprias residências.

Isso acontece porque é através desse meio de comunicação que resolvemos e desenvolvemos parte das atividades cotidianas, principalmente relacionadas ao trabalho.

Entretanto, essa dependência excessiva pode acarretar diversos riscos psicocognitivos no ser humano, principalmente para aqueles que ainda estão no processo de desenvolvimento.

Esse transtorno é conhecido como Nomofobia e, apesar de ser um termo pouco conhecido, está relacionado ao medo de ficar sem o aparelho celular, ou impossibilitado de poder ser utilizado por fatores como bateria baixa, falta de sinal, entre outros.

Segundo a neuropsicóloga Flávia Nascimento, o termo surgiu como forma de nomear a dependência de aparelhos tecnológicos, principalmente o celular e o computador, que pode gerar um mal-estar grande no indivíduo pela necessidade de estar sempre conectado. 

 

Essa questão ocasiona no ser humano uma série de prejuízos que podem interferir no rendimento cotidiano e na qualidade de vida.

“Alguns dos problemas são baixa autoestima, comportamentos sociais inapropriados, falta de confiança, baixa proatividade, isolamento, sentimento de incapacidade. Além de todas as questões onde o sujeito se sente empobrecido, socialmente e afetivamente”, explica a neuropsicóloga ao F5 News. 

Os adolescentes e as crianças são mais vulneráveis ao vício na tecnologia, isso porque o cérebro ainda está em formação. Uma Pesquisa da University College London, que levou em consideração a opinião de mil pessoas com idades entre 18 e 30 anos, mostrou que 40% dos entrevistados não suportavam a sensação de ficar longe de seus aparelhos celulares. 

A partir dessa ótica é possível entender o quão prejudicial é o uso das tecnologias de forma descontrolada. Flávia ainda explica que o uso atinge, principalmente, a comunicação, a linguagem e a interação social.

“O uso também prolongado vem afetando a atenção, a concentração, a linguagem no sentido da comunicação verbal que nós utilizamos no dia a dia. Isso porque os jovens, as crianças têm sentido menos necessidade de verbalizar, e mais de uma comunicação por via das tecnologias", disse Flávia Nascimento, citando um exemplo prático: "é muito difícil um adolescente atender um telefone. Você liga, ele desliga e responde pelo WhatsApp”.

A nomofobia não se trata apenas de uma ansiedade para receber a mensagem, ou dos poucos minutos passados rolando o feed de uma rede social. O transtorno está mais relacionado com a dependência, a necessidade vital de estar sempre conectado e sobre o controle. 

A neuropsicóloga ainda salientou ao F5News os prejuízos da nomofobia para as pessoas que já apresentam algum transtorno emocional, como ansiedade e depressão. Nesses casos, a atenção deve ser redobrada para o uso das redes não se tornar um refúgio da realidade. 

“A pessoa se concentrou no mundo tecnológico que, de certa forma, pode ser controlado e projetado. O ideal que eu gostaria de ser se faz presente , mas na realidade eu não consigo ser e isso afeta e provoca mais distorções ainda com a sua identidade, com sua autoestima, com seu senso de pertencimento social”, disse ao portal.

Para tentar mitigar os prejuízos do vício, uma campanha está sendo incentivada para incluir a nomofobia no rol dos distúrbios relacionados ao uso de tecnologia no DSN-5, o manual dos diagnósticos e estatísticos de transtornos psicológicos. 

Vale ressaltar que a solução para o problema da nomofobia não é a aniquilação da tecnologia, mas o uso consciente dela, até porque o meio pode ser aliado em diversas tarefas.

“A tecnologia serve de suporte, precisamos pensá-la como aliada para aprendizagem, possibilitando que usufruam de uma postura mais crítica, mais reflexiva mesmo”, sugere Flávia Nascimento. 
 

Edição de texto: Monica Pinto
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