O padrasto da criança de 2 anos que morreu, vítima de politraumatismo e abuso sexual em Aracaju, no dia 7 deste mês, confessou a autoria do crime. 

A informação foi passada durante coletiva de imprensa realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelo Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta terça-feira (18), a fim de fornecer detalhes sobre a investigação do caso.

De acordo com a delegada Juliana Alcoforado, diretora do DHPP, o suspeito confessou a prática de todos os crimes contra a criança. “Admitindo não apenas a violência física, que foi a causa da morte, mas também admitindo o abuso sexual reiterado. Ele está preso temporariamente e será solicitada a conversão em preventiva”, disse.

Ainda segundo a delegada, a mãe da vítima, que também foi presa temporariamente, permaneceu em silêncio. Anteriormente, ela havia alegado que a criança teria sofrido uma queda, o que foi refutado após o laudo do IML confirmar os indícios de violência sexual.

A diretora do DHPP também informou que a criança era vítima de agressões constantes, já tendo sofrido repetidas lesões, e que a investigação aponta que a mãe era conivente com os crimes.

“Está muito claro e não há dúvidas de que a mãe não somente participava das agressões físicas contra a criança, mas tinha visualizado os sinais da agressão sexual, a partir do corpo da vítima e não tomou providencia quanto a isso”, completou a delegada.

Ela acrescentou que, no mesmo dia em que foi violentada pelo padrasto, a vítima já teria sido agredida fisicamente pela mãe. “O padrasto deu mais um golpe, levando a criança a não responder mais”, afirmou Alcoforado.

Diante dos fatos, foi solicitado o acompanhamento para a outra criança que convive com o casal investigado. Segundo a diretora do DHPP, serão adotadas medidas de proteção e solicitado o acompanhamento do Conselho Tutelar.

Relembre o caso
No dia 7 deste mês, uma criança de dois anos deu entrada no Hospital Fernando Franco, em Aracaju, em parada cardiorrespiratória e com sinais de violência sexual. A equipe da unidade de saúde passou cerca de 30 minutos tentando a ressuscitação cardiopulmonar, mas não houve êxito.

Na ocasião, a mãe informou que havia deixado os filhos sob os cuidados do padrasto, e ambos alegaram que a criança teria sido vítima de uma queda. Contudo, a equipe do hospital suspeitou da possibilidade de crime e decidiu acionar a autoridade policial.

O laudo do IML confirmou que a causa da morte foi politraumatismo e  constatou a presença de vestígios de violência sexual. Após a confirmação, o DHPP deu cumprimento ao mandado de prisão temporária da mãe da criança no último dia 10. No dia seguinte, o padrasto, que estava foragido, se entregou à Polícia Civil.

Com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE)