PEC do diploma de jornalistas é tema de debate na Câmara de Aracaju
"Com jornalistas diplomados, quem ganha é a sociedade", diz Juliana Almeida, do Sindijor Cotidiano | Por F5 News 16/05/2023 15h38A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Nº 206/2012, que tem o objetivo de restabelecer a obrigatoriedade do diploma em jornalismo para exercer a profissão, foi tema de debate na Câmara Municipal de Aracaju, na manhã desta terça-feira (16), com a jornalista Juliana Almeida, representante do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Sergipe (Sindijor/SE).
Ela reforçou a importância da luta dos jornalistas brasileiros pela reconquista da obrigatoriedade do diploma para atuação profissional em todo o território nacional.
Juliana Almeida iniciou o seu discurso informando a atual situação dos jornalistas no mercado de trabalho. “Em 2009, o Supremo Tribunal aprovou que não há necessidade do diploma do jornalista. Uma luta que vai completar 14 anos, que concede DRT para pessoas sem formação devida. Jornalismo não é só literatura, jornalismo é técnica, anos de formação. Nós vivemos essa agonia de ver o mercado de trabalho ocupado por pessoas que têm prática, mas não têm formação”, ressaltou.
Ainda segundo Juliana, a formação afirma os princípios do jornalismo, alinhado ao interesse coletivo, à ética e ao olhar crítico. “Com jornalistas devidamente diplomados, quem ganha é a sociedade, porque quem nos dá essa valorização e profissão intelectual é o diploma, a formação. Por isso, eu peço que só contratem jornalistas diplomados", disse.
Apoios
O vereador Pastor Diego (PP) destacou a importância daquele debate. “É uma pauta mais que justa e necessária, vocês podem contar com o nosso apoio. Com o avanço da tecnologia, tivemos muitos progressos, mas o jornalista foi uma das profissões mais afetadas", avaliou.
O Professor Bittencourt (PDT) reafirmou o compromisso com os profissionais da área. “O jornalista precisa trabalhar com uma infinidade de questões e a técnica possibilita que o profissional execute com excelência, porque a comunicação não é apenas espalhar, a comunicação é respeito", disse.
Anderson de Tuca (PDT) considera essencial a formação qualificada. “Ter um jornalista, que, de fato, pode auxiliar porque, sem aquele jornalista é muito difícil conduzir a verdade, a informação. O jornalista precisa ter esse reconhecimento", defendeu.
Para a vereadora Emília Corrêa (Patriota), o diploma é fundamento para o exercício profissional de forma geral. “Não acho justo para aqueles que cursaram, se preparam profissionalmente. Os jornalistas diplomadas investiram, isso vale para todas as profissões. Estamos juntos na questão da PEC do diploma e precisamos analisar as questões do PL 2630. Transparência nunca é demais. Jornalista tem que ter independência”, afirmou.
A parlamentar Professora Ângela Melo (PT) se solidarizou com a causa. “O piso do jornalista, que é de R$ 2.270, é uma vergonha. Por que os outros exercem a profissão do jornalista sem ter preparo para isso? Escrever conto, história, biografia, alguns podem fazer, mas a profissão do jornalista traz a carga de um conhecimento específico, por isso estamos aqui na luta”, declarou.
O vereador Ricardo Marques (Cidadania) comentou as dificuldades da profissão e defendeu a necessidade de jornalistas no parlamento.
Com informações da CMA.