Marisqueiras e pescadores sergipanos têm sofrido bastante com os problemas ocasionados pelas manchas de óleo que invadiram praias, rios e manguezais no estado. Com esses locais afetados, os trabalhadores ficaram prejudicados, pois, por muitas vezes, não conseguem vender o pescado e, consequentemente, não tiram a renda para o sustento de suas famílias.

Conforme a representante da Colônia Z12, Jamille Suely (abaixo), ninguém mais trabalha na região porque não consegue vender os alimentos. "Lá em Santo Amaro está um caos, essa é a única fonte de renda e como a gente fica com essa situação? Não recebemos o Bolsa Família por conta do Seguro Defeso, mas atrasado complica totalmente a nossa situação", afirmou.

"Nós dependemos do povo para comprar o  produto, se não tivermos a confiança dele, não sobrevivemos, não temos como manter nossas famílias. Essa situação prejudica a comunidade pesqueira, como também a não pesqueira", salientou o secretário da Federação dos Pescadores do Estado de Sergipe, Marco Menezes. Ele ainda destacou que o foco atual é saber se todos os órgãos responsáveis estão trabalhando em benefício desses trabalhadores.

Na última quarta-feira (13), o governo realizou o cadastro de pescadores e marisqueiras para que eles possam ser incluídos na lista de beneficiários do seguro-defeso e auxílio emergencial. O objetivo da medida é diminuir os prejuízos dos trabalhadores que vivem nos locais mais afetados pelo vazamento do óleo.

"Espero que seja um benefício contínuo. Acho que deveriam olhar não só esses dois meses, porque esses municípios estão precisando", disse Jamille Suely.

Reunião

Na manhã desta quinta-feira (14), a deputada estadual Kitty Lima (Cidadania) convocou uma reunião entre a superintendência da Caixa Econômica Federal em Sergipe e representantes de colônias e associações. O objetivo foi esclarecer questões acerca da abertura de contas bancárias para o recebimento do auxílio emergencial.

"É um passo importante em apoio a esses trabalhadores, que é quem mais está sofrendo. Fui procurada por alguns deles com dúvidas referentes a cobranças feitas. Esse foi o momento para que tenham informação de qualidade. Entendemos que aqui não tinha voz, então nosso objetivo é fazer com que eles recebam o quanto antes esse benefício que será de extrema importância", salientou a deputada.

Conforme o gerente regional da Caixa, Daniel Christovão, a conta recomendada para esse recebimento são as contas fáceis, abertas prioritáriamente na rede lotérica ou em caixas eletrônicos. "A conta Caixa Fácil ou Poupança Fácil é feita mediante a apresentação do número do CPF e a carteira de identidade. Caso o cliente seja analfabeto ou seja pessoa com deficiência visual, a conta deve ser aberta obrigatoriamente em uma agência Caixa", afirmou.

Ainda segundo o gerente, as contas fáceis não têm tarifa de manutenção. Já a movimentação e retirada de extratos podem ser cobrados.

Cadastro

Conforme a o representante da Federação, algumas colônias e associações não foram incluídas na listagem oficial dos beneficiários com o futuro auxílio.

"EStamos nessa luta tentando se encaixar para receber esse benefício, pois estávamos fora da listagem oficial e, nessa semana, conseguimos fazer a inserção, junto ao Ministério Público", afirmou.

Entretanto, existem locais que não foram incluídos,  caso da associação de Nossa Senhora do Socorro. Segundo a representante do local, Elaine Cristina, o município não foi inserido no mapa como possível beneficiário e, junto com a federação, ela segue na luta pela inclusão. "É um agravante. Sabemos que todo o estado foi atingido como um todo, ou seja, todos os pesqueiros e marisqueiros estão prejudicados e precisamos estar dentro dessa lista de beneficiados", afirmou.