A ansiedade, aliada a outros comportamentos de risco, pode influenciar a pressão arterial, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão. Nesta quarta-feira, 26 de abril, é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, data cujo objetivo é alertar a população sobre a importância dos cuidados com esse aspecto da saúde. A nível estadual a data também é celebrada neste dia 26.

Segundo a publicação “A influência de fatores emocionais sobre a hipertensão arterial”, do Jornal Brasileiro de Psiquiatria, o desenvolvimento da hipertensão arterial e a reatividade cardiovascular podem ser influenciados por fatores emocionais como impulsividade, hostilidade, estressores, ansiedade e raiva.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) divulgados em novembro de 2020, apontam que os casos de hipertensão cresceram no país desde 2013, ano da última edição do levantamento. A pesquisa indica que mais de 38,1 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais sofrem de hipertensão.  A doença afeta cerca de 30% da população.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o topo do ranking de países mais ansiosos do mundo. São quase 19 milhões de brasileiros nessa situação e um dos diversos perigos da ansiedade é o aumento da pressão arterial.

 Segundo a conceituada Mayo Clinic, nos EUA, a ansiedade não causa a hipertensão, entretanto, episódios de ansiedade podem causar picos temporários de pressão alta. E quando esse aumento da pressão devido à ansiedade é frequente, o corpo é afetado da mesma forma que nos casos de pressão alta crônica.

Procure ajuda

Procurar ajuda para algum desconforto ou transtorno é apontado por especialistas como fundamental no apoio ao paciente no diagnóstico e tratamento precoce da doença. 

Em Aracaju, existem estabelecimentos com atendimento psicoterapêutico acessível, confome noticiado pelo F5 News. 

Hábitos

De acordo Rachid Montenegro, diretor científico do Departamento de Hipertensão da Sociedade de Cardiologia do Estado de Rio de Janeiro (Socerj), em entrevista à Agência Brasil, o hábito de aferir a pressão arterial deve ser recorrente em razão do caráter silencioso da doença, que pode trazer complicações, entre elas infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e doença renal.

O especialista alerta que o primeiro passo na prevenção da hipertensão arterial é a identificação precoce.

Segundo ele, também existe uma questão genética que não se consegue mudar. Por exemplo, pessoas com pais, mães, irmãos, avós com hipertensão precisam já aos 30 anos procurar atendimento cardiológico. 

Para o cardiologista Alexandre Scotti, também em entrevista à Agência Brasil, o tratamento contra a doença é multidisciplinar. "Além do acompanhamento com um cardiologista, o paciente deve ser supervisionado por um nutricionista, que vai passar orientações para uma dieta adequada e balanceada”, comentou. Segundo Scotti, em determinados casos, a ajuda psicológica também é bem-vinda e pode auxiliar muito no tratamento.

Recomendações

-Praticar atividade física (pelo menos 150 minutos por semana)
-Ter uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras
-Consumir menor quantidade de carne vermelha, gordura e sal
-Controlar o peso 
-Evitar fumar 
-Reduzir ao máximo o consumo de álcool 

Rachid Montenegro destacou que se todos esses comportamentos forem seguidos, eles poderão reduzir em até 30% o desenvolvimento de hipertensão. “E consequentemente, lá na frente, isso reflete em redução de morte. O custo dessas medidas é muito baixo”.

Com informações da Agência Brasil