Polícia Civil começa ouvir mulheres que acusam loja de racismo em Aracaju | F5 News - Sergipe Atualizado

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Polícia Civil começa ouvir mulheres que acusam loja de racismo em Aracaju
No último sábado, duas mulheres negras tiveram suas bolsas revistadas
Cotidiano | Por F5 News 21/12/2022 11h29 - Atualizado em 21/12/2022 12h23


As duas mulheres negras que prestaram boletim de ocorrência de racismo contra uma loja do Centro de Aracaju começarão a ser ouvidas pelo Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) ainda nesta semana, informou a Polícia Civil nesta quarta-feira (21).

Em nota, a Polícia Civil afirmou que as imagens das câmeras de segurança da loja serão utilizadas na investigação e que o caso já foi recebido pela Delegacia Especial de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância (DACHRI). 

As irmãs Simone Matos, babá de 38 anos, e a empregada doméstica Mônica Mattos, de 46, estavam em uma loja de roupas quando foram abordadas e levadas por policiais militares a uma sala para que tivessem seus pertences revistados. 

A situação foi registrada pela cunhada de Simone e as imagens foram divulgadas nas redes sociais. No vídeo, as duas mulheres estão em uma sala reservada, juntamente com dois policiais militares, que chamam o supervisor e alertam "ser uma situação da loja". Por conta do constrangimento, uma das mulheres chora.  

“Foi muito constrangedor. Difícil de acreditar que isso aconteceu, nos sentimos humilhadas”, disse Simone ao F5 News

Quando perguntada sobre se essa situação aconteceria se elas fossem duas mulheres brancas, Simone foi enfática: “Com certeza, não”, desabafou.

O que diz a defesa?

Após o Boletim de Ocorrência (BO) prestado pelas vítimas na 2ª Delegacia por constrangimento, segundo o advogado da defesa das vítimas, Giordano Silva, uma ação na esfera cível será ajuizada por danos morais. 

“Os fatos ainda estão surgindo, foi muito recente. A notícia de que a empresa demitiu uma funcionária reforça a tese de que houve ato ilícito, senão não teria demitido. A empresa diz que fará treinamentos para que isso não ocorra mais. Isso mostra que o treinamento feito anteriormente - se foi feito - foi deficitário, não cumpriu o papel.  Isso mostra também que eles eram mal treinados. Se a própria empresa disse que vai fazer um treinamento para preparar melhor o pessoal, então eles foram mal treinados. Isso reforça nossa tese de dever de indenizar”, afirmou ele. 

De acordo com a defesa, uma representação contra os policiais também será feita. 

“A conduta da polícia foi errada, equivocada e ilegal porque ela não podia adentrar uma loja, um estabelecimento comercial e pedir pra que as suspeitas, já que não tinha nada de concreto [...] jogar todas as bolsas no chão, o que tinha dentro da bolsa no chão dentro dessa sala. A loja chamou a Polícia sem ter absolutamente nada. Tanto é que não encontraram nada”, disse Giordano.

De acordo com os policiais, o procedimento foi solicitado pelo estabelecimento comercial. Nenhum objeto ílicito ou furto foi encontrado com elas. 

Loja demitiu funcionária após caso

Em comunicado, a loja Marisa informou que demitiu a funcionária que estava ligada ao caso de denúncia de furto dentro do estabelecimento, no centro de Aracaju. 

Na nota, a empresa destacou que “nenhuma atitude discriminatória reflete o posicionamento da empresa. A companhia não compactua com qualquer discurso de ódio ou exclusão e tem compromisso com a igualdade e respeito a todos. Atitudes como esta não são aceitas, o caso já está sendo investigado internamente e medidas necessárias serão adotadas. A marca pede desculpas pelos fatos relatados, tendo em vista que repudia toda forma de desrespeito”, explicou.
 

 

Edição de texto: Ana Luisa
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