Em menos de um mês, oito gatos que viviam no Parque Augusto Franco, ou Parque da Sementeira como é conhecido, foram encontrados mortos. Alguns com requintes de crueldade, segundo revela a ONG Projeto Manjedoura, que cuida dos animais do local. 

André Moreira/PMA

Em uma postagem nas redes sociais, onde foram divulgadas imagens dos gatos mortos, a instituição informou que alguns provavelmente foram atropelados, conforme comprovou perícia, e em um dos casos mais graves, o animal teve uma queimadura muito forte, deixando o dorso completamente exposto, sem pele, com fraturas e, provavelmente, com perfuração de órgãos. Cristal, como se chamava a gatinha, não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia 29 de abril. 

Após essa morte, manifestantes fizeram um ato no Parque da Sementeira, nesta segunda-feira (2). “Toda vida importa”, diziam. Para o Projeto Manjedoura, o crime pode ter sido cometido por alguém que tem acesso irrestrito ao parque, já que os felinos mortos viviam numa área fechada ao público. 

“As atrocidades com os gatinhos do Parque da Sementeira têm que parar, queremos JUSTIÇA, abertura de processo administrativo dentro do parque para apurar as mortes. Queremos dignidade, respeito e paz para os nossos inocentes peludinhos. Queremos poder cuidar deles sossegados”, publicou o projeto Manjedoura no Instagram.

Representantes da instituição foram recebidos pelo presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Bruno Moraes, em uma reunião que contou com a presença também da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) e da empresa terceirizada BTS nesta segunda-feira (2), para discutir medidas no sentido de apurar e também evitar casos de maus tratos e morte de felinos nos espaços do parque. 

Bruno Moraes garantiu que será aberto um procedimento administrativo por meio da Assessoria de Controle Interno da empresa.  “Estamos à disposição da Polícia Civil, no tocante ao levantamento de informações e apuração dos fatos", disse o presidente da Emsurb.

Além disso, ele se comprometeu em efetuar outras ações, como a instalação de câmeras de monitoramento, além de intensificar as orientações para redução da circulação de veículos na área interna do Horto Florestal da Sema, espaço onde os animais foram encontrados mortos. 

“A área situada entre o horto e a Embrapa será cercada, para evitar que os gatos ultrapassem o limite do parque, ou que outros animais, a exemplo de cães, possam ter acesso à Sementeira para atacar os felinos, como registrado em anos anteriores”, aponta a pasta.