Por Fernanda Araujo

Promotoria determina inspeções nos estádios de futebol em Aracaju

Preocupado com a insegurança nos estádios de futebol de Sergipe, o Ministério Público, através da Promotoria de Direito do Consumidor, realizou uma audiência pública nesta quarta-feira (20) e decidiu que uma inspeção deve ser realizada nos estádios João Hora e Sabino Ribeiro, pela Vigilância Sanitária, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

A promotora Euza Missano cobrou que sejam apresentados relatórios sobre a inspeção em próxima audiência, no dia 20 de maio. A fiscalização deve ser realizada na sexta-feira (29), a partir das 9h, começando pelo Estádio João Hora e, em seguida, o Sabino Ribeiro. Já quanto ao estádio Lourival Batista, também objeto da audiência, ainda serão aguardadas informações da Polícia Militar que não esteve presente.

Foram abordadas questões da segurança alimentar, de suporte ambulatório, nas condições estruturais e nos projetos de combate a incêndio e pânico.

Segundo o tenente José Marcos de Lima, do Corpo de Bombeiros, o Estádio Lourival Batista possui atestados de regularidade contra incêndio e pânico, com projeto já aprovado e em execução. “Durante os eventos são contratados 15 brigadistas para monitoramento do estádio, inexistindo irregularidade”, afirma. Segundo a Vigilância Sanitária, todos os 68 ambulantes fizeram curso de manipulação de alimentos, não havendo irregularidade também com os alimentos no estádio.

No entanto, para o órgão, é preciso maior adequação do ambulatório para que haja regularidade do serviço no estádio, pois o ambulatório do local só funciona como apoio em dias de jogos e são utilizadas ambulâncias USA. A ausência de adequação do ambulatório, de acordo com a Vigilância, faz com que não haja regularidade, por exemplo, no descarte de instrumentos perfurocortantes e ainda esterilização dos artigos metálicos usados na assistência.

O coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Reginaldo Moura, atesta que o estádio Lourival Batista está regular, não existindo falhas em sua estrutura que possam acarretar insegurança para o público. Na audiência, o dirigente do Clube Esportivo Sergipe, Gleison Prata, reclamou da insuficiência de catracas e que não há barreira para afastar as torcidas, descumprindo preceitos do Estatuto do Torcedor.

Já o Estádio João Hora não tem liberação dos bombeiros, pois até o momento não foi apresentado o projeto de combate a incêndio e pânico, mesmo tendo sido notificado.

A Vigilância Sanitária do Município relata que a estrutura do João Hora é antiga, mas não impede o funcionamento adequado. Os sanitários são químicos durante eventos de grande porte, para um público maior, mas, para treinos, são utilizados os banheiros existentes. “O serviço médico é feito por contratação de suporte avançado, utilizando o serviço de uma USA para os grandes eventos, todavia, para os treinos não há ambulatório equipado”, afirmaram os representantes.

O representante do Estádio João Hora, informou que durante os treinos não há assistência médica local, quando há problema, é chamado o Samu. Segundo o representante, de fato, o estádio não possui projeto de incêndio e pânico aprovado pelo Corpo de Bombeiros e existem inadequações sanitárias que serão corrigidas, como falta de papel higiênico e problemas menores.

A Defesa Civil assegura que não há no estádio problemas estruturais que possam afetar a solidez da construção. “Os problemas verificados foram pertinentes à ausência de manutenção periódica, mas que não expõe a risco”, relata o tenente-coronel Moura.