Réveillon: saiba como proteger animais do barulho dos fogos de artifício | F5 News - Sergipe Atualizado

Cuidados
Réveillon: saiba como proteger animais do barulho dos fogos de artifício
Veterinário orienta ações para minimizar riscos e o sofrimento dos pets na virada
Cotidiano | Por F5 News 31/12/2022 13h30


No réveillon, é muito comum pessoas comemorarem a chegada de um novo ano soltando fogos de artifício. A luz e o barulho podem ser uma belíssima atração para nós, seres humanos, mas assustam, e muito, cachorros, gatos e outros animais.

Em 2022, o Grupo Petlove realizou uma pesquisa inédita no Brasil com mais de 1200 tutores de cães e gatos. De acordo com o levantamento, quase 85% dos pets brasileiros têm medo de fogos de artifício ou de barulhos altos. 

A maioria dos pets, segundo os tutores participantes, apresenta mais de um sinal de que algo não vai bem quando esses eventos ocorrem, sendo que 72,7% dos afetados tentam se esconder em algum local mais seguro, 58,1% se mostram assustados ou “perdidos” no ambiente e 52,3% apresentam tremores decorrentes desta situação de pânico.

Tentativas de fuga e busca por colo dos humanos por parte de cães ou gatos aparecem em seguida, em 37,2% e 36,1% dos casos, respectivamente. Apenas uma minoria ronrona (2,3%), gira em torno do próprio corpo (4,4%) ou apresenta comportamento de lambedura (5%).

Embora algumas pessoas não considerem os latidos um sinal de medo, é preciso deixar claro que o cão, quando o faz, demonstra extremo desconforto e, dos entrevistados, 25,3% tendem a vocalizar mais do que o normal.

O professor Marcos Figueiredo, também coordenador do Departamento de Medicina Veterinária de uma universidade em Aracaju, explica quais são os riscos que o barulho dos fogos de artifício pode representar. "Os animais têm uma audição bastante sensível. Para se ter ideia, os humanos apresentam faixa de vibração auditiva entre 10 hertz (Hz) e 20.000 Hz. Os cães, entre 10 Hz e 40.000 Hz. Os gatos são ainda mais sensíveis, pois a audição felina pode alcançar faixas ultrassônicas de até 1.000.000 Hz”, disse o médico ao F5 News.

“O resultado causado pelos fogos são choros, latidos, dilatação de pupilas, sialorréia [excesso de saliva], aumento da pressão arterial, agitação, estresse intenso, pânico e, em casos mais graves, paradas cardiorrespiratórias que podem levar à morte. Além disso, os animais podem ficar desorientados, aumentando as chances de fuga e acidentes”, explica o professor Marcos Figueiredo.

A vestibulanda Larissa Vitória se apresenta como mãe do cachorrinho Léo e disse ao F5 News que durante a queima de fogos ele demonstra muita agitação. “Ele fica muito assustado, pulando na gente e demonstrando que está com medo dos fogos, aí fica pedindo pra ir pro colo e se escondendo o tempo todo”, relatou.

Larissa explica o que faz para acalmá-lo quando isso ocorre: "Colocamos ele no colo, ficamos no quarto com ele, longe do barulho e tentamos acalmá-lo conversando com ele".

A pedido de F5 News, o veterinário Marcos Figueiredo compartilha algumas dicas do que fazer com os pets para protegê-los do sofrimento durante a queima de fogos, confira:

1- Não deixe o animal sozinho: é indicado que o tutor deixe o cão em um quarto preparado e aconchegante e fique junto ao pet. Isso evita acidentes e, muitas vezes, serve como ferramenta para minimizar o medo do animal;

2- Coloque algodão no ouvido do animal: a medida é simples, basta enrolar um chumaço de algodão e colocar no ouvido do pet. O item deve ficar firme para não cair da orelha durante o momento de agitação, porém, é preciso tomar cuidado ao introduzir o algodão para não machucar o animal. Uma dica legal é colocar juntamente com o algodão uma meia na cabeça do pet, obviamente sem cobrir o focinho e os olhos; 

3- Prepare o ambiente: para segurança do pet, prepare um quarto com os brinquedos preferidos e as comidas/petiscos de que ele goste. Mantenha as janelas e as portas fechadas. Como muitos animais se escondem por conta do barulho e podem acabar buscando abrigo em locais perigosos, a melhor saída é criar um refúgio em um ambiente seguro.

4- Sedativos e medicações naturais: atualmente, existem alguns sedativos que podem ser dados aos animais e que ajudam a acalmar e a relaxar. Porém, nem todos eles podem tomar esse tipo de medicação. “Os riscos aumentam em algumas situações e precisam ser verificados, principalmente com animais idosos”, alerta Marcos Figueiredo. 

Por isso, o ideal é buscar um(a) profissional da Veterinária de sua confiança, para que seja traçada a melhor linha de cuidados a cada animal.

5- Atenção às reações dos pets: as mais comuns são ficar bastante agitado, pular e latir muito, como se estivesse muito estressado. Porém, há casos mais graves, em que os pets chegam a se debater e a se cortar.

Estados que proíbem a ação 

Em 29 de julho de 2021, o então governador de São Paulo, João Dória, sancionou a Lei 17.389/2021, que proíbe queima, soltura, comercialização, armazenamento e transporte de fogos de artifício e de artefato pirotécnico de estampido no estado de São Paulo. E está em análise no Senado Federal o projeto de lei (PL 5/2022) que prevê a proibição, em todo o território nacional, do uso e comercialização de fogos de artifício que produzem barulhos a partir da explosão de pólvora.

Além de São Paulo, diversos outros estados proíbem a ação, como no Maranhão, Pernambuco e Amapá,. Em Sergipe, existe um decreto estadual que dá autonomia aos municípios na questão da comercialização e uso dos fogos de artifício silenciosos. Em Aracaju, no entanto, não existem restrições previstas por lei.

A estudante de Direito Rúbia Naate, que também se coloca como "mãe" de um pet - no caso a cadela Nina - tem opinião formada sobre o assunto. “Sergipe deveria adotar essa lei por pensar numa questão coletiva, por ser pela questão dos animais. Nem todos eles têm abrigo, existem muitos animais de rua e que sofrem com os fogos. Muitos não conseguem sobreviver, até animais domésticos, que mesmo com as alternativas, passam mal do mesmo jeito”, analisa.

Edição de texto: Monica Pinto
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