Por Will Rodrigues

Os órgãos que integram a Secretaria de Estado da Saúde (SES) consideram que o período junino foi tranquilo em Sergipe este ano. O balanço geral das atividades realizadas pela pasta durante os festejos foi divulgado na tarde desta terça-feira (30).

O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) montou bases operacionais com 35 profissionais atuando a cada dia e oito ambulâncias no Forró Caju e no Arraiá do Povo, em Aracaju e também em cidades do interior, onde ocorreram festas com maior aglomeração de pessoas, como Nossa Senhora do Socorro, Estância e Areia Branca.

“Ficamos monitorando as cidades onde aconteceram festejos menores e obtivemos bons resultados, com 96% de resolutividade e apenas 4% de remoção para os hospitais da capital”, informou a superintendente do Samu Estadual, Conceição Mendonça (foto).

Entre os dias 18 e 29 de junho, o Samu realizou 640 atendimentos; destes, 10% corresponderam a traumas e 90% à clínica médica. “A maioria dos casos estava relacionada ao alcoolismo, afetando mais as mulheres (62%) do que os homens (38%). Mas é preciso considerar que o organismo feminino é mais sensível”, salientou Conceição.

Outro dado que preocupa os gestores é o alto número de crianças e adolescentes envolvidos com o alcoolismo, como F5News adiantou na semana passada. No Forró Caju, o Samu atendeu 83 menores de idade em estado de coma alcoólico, destes, 18 pacientes tinham menos de 14 anos.

Já durante o Arraiá do Povo, na Orla de Atalaia, o Samu realizou 43 atendimentos, mas nenhum deles foi relacionado a trauma ou embriaguez.

Prevenção

O programa estadual de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis também atuou durante as festas. Ao todo, 60 mil preservativos e 12 mil unidades de gel lubrificante foram distribuídos.

Além disso, 80 testes de HIV, Sífilis e Hepatites B e C foram realizados na segunda noite do Arraiá do Povo e apenas um deu positivo para o HIV, em um jovem de 18 anos.

“Ficamos surpresos com o grande número de mulheres procurando a camisinha, isso mostra a sua preocupação com a prevenção e com a sua saúde. Algumas mulheres chegaram a ir buscar camisinha para os filhos”, destacou o gerente do programa DST/AIDS, médico Almir Santana.

Queimados

No setor de queimados do Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) houve diminuição no número de vítimas atendidas. Em 2014, 87 pacientes foram atendidos no mês de junho e, no mesmo período este ano, o número caiu para 60. Destes, 40 pacientes se machucaram ao manusear fogos de artifício - no ano passado esse número chegou a 56.

“O percentual de crianças atendidas foi o mesmo do ano passado, 60%. As crianças são responsabilidade direta dos pais. A gente sabe que a queimadura é uma fatalidade, mas ela pode ser evitada. Registramos também três amputações de mãos. As vítimas se feriram com uma bomba de Breu, que é proibida pelo Corpo de Bombeiros, entre elas, um adolescente de 14 anos”, detalhou a coordenadora do Departamento de Cirurgia Plástica do Huse, Moema Santana.

O diretor clínico do Huse, Marcos Khoger, avaliou que o engajamento dos servidores e a integração dos órgãos contribuíram para os resultados satisfatórios. “Graças à atuação do Samu, muitas ocorrências não precisaram chegar até o Huse para serem resolvidas. O hospital funcionou normalmente e a assistência não ficou descontinuada; além disso, percebemos que a população foi mais responsável na hora de brincar os festejos”, observou.