Os leitos lotados em hospitais da rede pública e privada de Sergipe, o trabalho árduo daqueles que estão na linha de frente na luta contra a Covid-19 e a displicência de pessoas que insistem em se aglomerar e não utilizar máscaras têm movimentado o noticiário sergipano nos últimos dias. Na noite desta quinta-feira (11), o vídeo do cardiologista Luiz Flávio Prado, postado em uma rede social, repercutiu em grande escala, atingindo mais de 67 mil visualizações até as primeiras horas desta sexta-feira (12).

O médico Luiz Flávio Prado afirma coordenar cerca de 50 leitos do Hospital Cirurgia, sendo 40 voltados para pacientes diagnosticados com covid-19. Ao sair da quarta Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em que trabalhou ao longo do dia de ontem (11), ele resolveu fazer um vídeo de dentro do seu veículo, no qual alerta a população sobre os efeitos que o vírus tem provocado.

“Essa é uma situação surreal para mim, que já tenho quase vinte anos de terapia intensiva, sou coordenador de unidade crítica, de pronto socorro e de terapia intensiva desde 2006. Já rodei várias unidades de Aracaju, mas nunca passei por uma situação dessas”, afirmou o cardiologista, que costuma fazer relatos tanto no Instagram, como no twitter, plataformas nas quais faz duras críticas ao Governo Federal e a quem nega os problemas trazidos pela Covid-19.

Vc resolveu entrar no ✈️ sabendo que não havia paraquedas para todos os passageiros, afinal ✈️ não cai todo dia. O comandante avisa que o ✈️ vai cair e que tem guarda-chuvas disponíveis para os que ficaram sem ????. UTI sem equipe especializada é guarda-chuva p/ quem precisa de ????

— Luiz Flávio Prado (@lfaprado) March 8, 2021

Durante o vídeo ele ainda reclama das atitudes das pessoas - mesmo com tantos hospitais fechando as portas por falta de condição de atendimento - estarem se aglomerando e fazendo pouco caso da atual situação que o estado vive, com 157.340 pessoas testadas positivamente para a Covid-19 e 3.072 mortes.

“Temos hospitais fechando as portas e bares, restaurantes e shoppings centers abertos. Por mais que os hospitais queiram ampliar suas estruturas, ela é finita, não teremos onde colocar novos pacientes, não teremos como comprar novos ventiladores, pois eles não são vendidos em feira, não teremos como ampliar o número de leitos na UTI na velocidade com que os casos estão aparecendo”, relatou o médico, visivelmente indignado.

Veja o vídeo:

 

 

 

 

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