Sergipe passa a ter casa de acolhimento para população LGBTTT
Cotidiano 29/01/2018 16h20 - Atualizado em 29/01/2018 21h57Por Fernanda Araujo
Pela primeira vez Sergipe passa a ter um local acolhedor para a população LGBTTT que, em sua maioria, não tem apoio familiar por conta de sua orientação sexual ou identidade de gênero e cujos membros são, muitas vezes, expulsos de suas próprias casas e sofrem todos os tipos de violência. A CasAmor é uma iniciativa de ativistas que pretendem oferecer assistência de moradia e psicológica, além de dar oportunidades para que possam ingressar no mercado de trabalho.
Sergipe é o quinto estado do Nordeste com mais mortes na comunidade LGBTTs – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – por milhão de habitantes, e está em sétimo lugar da região por número de crimes motivados pela homofobia em 2017, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia.
Com a perspectiva de pelo menos amenizar esses índices, a CasAmor, inaugurada nesta segunda-feira (29) em Aracaju, tem a esperança de ser, na prática, um espaço de políticas públicas.
“A gente não tem perspectiva de solucionar o problema geral, porque só acaba com conscientização e uma mudança radical na questão educacional principalmente, mas é importante para que percebam a triste realidade no país. Uma iniciativa como essa provoca outras iniciativas. Tudo isso é política de Estado, mas o Estado não se compromete. Uma casa de acolhimento já é uma forma de combater essa marginalização à comunidade”, afirma a ativista Linda Brasil, uma das realizadoras do projeto. Segundo ela, iniciativa como essa deu certo em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Para quem não tem moradia, segundo Linda Brasil, a CasAmor será a oportunidade de tirar pessoas das ruas e dar um acolhimento provisório, com condições de viabilizar a entrada da população LGBTTT - lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros - também no mercado de trabalho, ofertando cursos, além de ajuda com equipe multidisciplinar. “Não é só acolhimento, mas um apoio de forma geral à população LGBTT que esteja precisando de ajuda seja material ou psicológica”, conta Linda Brasil.
No dia em que a CasAmor é inaugurada, uma travesti de 25 anos foi encontrada morta com requintes de crueldade em um matagal às margens da BR 235, em Socorro, região metropolitana de Aracaju, nas proximidades de um motel. A casa tem o objetivo de que outras pessoas não tenham esse mesmo destino.
“Por falta de entendimento e respeito à diversidade, a população LGBT passa por várias dificuldades. Os travestis tem expectativa de vida de 35 anos, 90% estão compulsoriamente na prostituição por falta de oportunidade. O Brasil é o país que mais mata LGBT no mundo. A gente percebeu aumento de quase 20% de 2016 a 2017, isso comprova que o discurso de ódio está provocando uma reação violenta da sociedade”, lamenta a ativista.
A inauguração às 19h da CasAmor no bairro Inácio Barbosa, zona sul da capital, contará com apresentações de Sabryna Aquino, Samba de Salto, Divinas, Lolitta Willi e Milly Menezes. Marca também a abertura da IV Semana da Visibilidade Trans e o Dia Nacional da Visibilidade Trans, que esse ano debaterá temas sobre direitos e cidadania da população trans, em parceria com o Departamento de Direito da Universidade Federal de Sergipe.
Foto: internet
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