Servidores estaduais sinalizam possibilidade de greve geral
Após reunião com o Governo, categorias continuam insatisfeitas Cotidiano 04/08/2015 11h59Por Fernanda Araujo
Desde a semana passada, os delegados de polícia civil e os servidores do Fisco, de Sergipe, iniciaram a operação parcelamento e passaram a realizar os serviços básicos. Já os policiais civis estão em greve desde segunda, e os da administração direta há 41 dias. No Instituto de Identificação, na avenida Adélia Franco, em Aracaju, o atendimento foi suspenso e os portões fechados por algumas horas pelos servidores, mas voltou à normalidade a partir das 07h30 desta terça-feira (04) com 30% do efetivo.
O aposentado Reginaldo Barros, disse que conseguiu que o neto fosse atendido, mas esperou por bastante tempo. "Desde às 6h estávamos esperando, mas conseguimos só agora às 09h". Outros reclamaram que a distribuição das senhas foram interrompidas por volta das 09h.
Sindicatos de 14 categorias se manifestam de forma unificada em frente à Assembleia Legislativa (Alese) e alegam que o governo ainda não apresentou proposta concreta para as reivindicações. Ontem, o vice-governador Belivaldo Chagas, o secretário da Fazenda, Jefferson Passos e demais da equipe econômica se reuniram com as entidades e alegaram, novamente, falta de recurso. Foi formada uma comissão permanente de negociação entre o governo e os sindicatos.
“Tirando a periculosidade dos vigilantes que o governo admitiu que foi uma conquista nossa, nada de novo foi conquistado ainda durante esses 41 dias greve. O Estado insiste com o velho discurso da falta de dinheiro e a gente vai ficando sem saber o que fazer porque chega um momento em que todas as categorias estão sendo espremidas. Tem parcelamento de salário que afeta boa parte desses servidores, leis que não estão sendo cumpridas, uma série de problemas, infelizmente”, afirma o presidente do Sintrase, Diego Araújo.
“Infelizmente, a forma como é tratada a segurança pública é amadora, irresponsável e não merece o corpo efetivo que o Estado possui. Porque renega a pontualidade do pagamento desses trabalhadores que, a todo o momento, estão sujeitos a saírem de casa e não retornar. O Sinpol não vai permitir que, por explicações superficiais, nós sejamos tratados como qualquer tipo de serviço, enquanto desempenhamos serviço essencial no Estado”, disse João Alexandre, presidente do Sindicato dos Policiais Civis.
“Apesar da reabertura do diálogo, o governo afirma que continua acima do limite prudencial de Responsabilidade Fiscal. As categorias discordam dessa metodologia e entende que há condições, sim, de se pelo menos não honrar todos os compromissos, mas alguns, por exemplo, reajuste linear ou implementação dos Planos. Continuaremos mobilizados”, completa o presidente da Associação dos Delgados de Polícia Civil, Paulo Márcio.
Nada ainda não foi deliberado, mas já está forte a sensação de que uma greve geral pode acontecer a qualquer momento. “Vamos continuar o processo de mobilização e discutir com o governo. Não está descartada uma greve geral por tempo indeterminado”, confirma Paulo Pedrosa, presidente do Sindifisco.
O Governo alega que a situação financeira do Estado se agravou em função da crise nacional e da diminuição da arrecadação estadual e argumenta que, desde 2008, aumentos eram concedidos às categorias, a exemplo do magistério e da polícia. O governo justifica que o déficit previdenciário pulou de R$ 100 milhões, em 2008, para R$ 890 milhões em 2015, o que dificulta a situação sergipana. A comissão de negociação deve se reunir na próxima semana para discutir os números apresentados pela Secretaria de Estado da Fazenda.
Fotos: Fernanda Araujo/ F5 News
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