TJ/SE discute papel da mídia no enfrentamento à violência contra mulher | F5 News - Sergipe Atualizado

TJ/SE discute papel da mídia no enfrentamento à violência contra mulher
Cotidiano 05/08/2015 20h20


Por Will Rodrigues

O Centro Cultural de Aracaju recebeu, durante a tarde dessa quarta-feira (5), uma roda de conversa sobre o papel da mídia no enfrentamento à Violência Doméstica. O encontro, mediado pelo jornalista Euler Ferreira, foi promovido pela Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) e reuniu professores universitários da área da comunicação e profissionais da imprensa sergipana.

A juíza Adelaide Moura, coordenadora da mulher no TJ/SE, entende que os meios de comunicação atuam como instrumentos que podem indicar e até mesmo auxiliar na aplicação de políticas públicas para o combate à violência e a formação de novos valores. “O poder de impacto e construção social que a mídia tem é enorme. Ela consegue chegar aonde o processo não chega, onde os conceitos do livro não alcança,  fortalecendo a cadeia de proteção e a efetivação das políticas públicas judiciárias”, observou.

Atualmente, O TJ/SE distribui uma média de 500 novos processos relacionados à violência doméstica por mês. Cerca de 10% dos casos levados ao Tribunal do Juri, referem-se ao crime contra a mulher. Dessa forma, o judiciário acredita que é necessário transformar o modo como esses casos são apresentados pela mídia, desconstruindo aquilo que especialistas chamam de espetacularização da notícia.

“Não basta só divulgar a informação, mostrar o fato, mas a continuidade dele. As políticas públicas existem, mas é preciso mostrar a sociedade que elas existem, disseminá-las, fazendo com que a mulher entenda o que pode fazer com elas (as políticas públicas)”, ponderou a professora Valéria Bonini, coordenadora do curso de Comunicação Social da Universidade Tiradentes (Unit).

“A violência não é natural e é preciso desnaturalizar a violência no Brasil. Um homem espancar, matar uma mulher, faz parte de um processo de construção social”, comentou o antropólogo Jonatas Menezes, explicando que a mídia contribui para a disseminação de falsos estereótipos, que colocam a mulher em posição de objeto e submissão.

“Estamos falando de um iceberg e a ponta dele é a violência que culmina com assassinato, com agressão. Quando a publicidade constrói um discurso representando a mulher como objeto, o homem se sente no direito de se apropriar dela. Essa apropriação vai se agravando no estupro e até na violência da mulher que caminha pela rua”, completou a professora Renata Malta, do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade Federal de Sergipe (UFS)

A radialista Magna Santana destacou que é preciso mudar a abordagem feita aos casos de violência doméstica. Para ela, muitas mulheres ainda são culpadas pela agressão que sofrem e esse problema será resolvido através da educação. “Infelizmente ouvimos pessoas questionando o que ela fez? será que não provocou?”, acrescentou.

O jornalista Claudio Nunes defende a integração dos agentes públicos no combate e prevenção à violência contra a mulher. “A rede de proteção da mulher precisa funcionar como uma engrenagem, porque acho que aqui em Sergipe ainda não funciona”, afirmou.

O evento faz parte da programação da segunda edição de 2015 da Semana Nacional da Justiça pela paz em casa que acontece até a próxima sexta-feira (07). Após a roda de conversa, foi lançada a exposição do artista sergipano Antônio Cruz sobre o tema. “É uma exposição pura e simples que tem o objetivo de levar a mensagem da paz em família através da arte”, explicou a juíza Adelaide Moura.

A mostra ficará aberta ao público no Centro Cultural de Aracaju, na Praça General Valadão, centro da Capital, durante todo este mês de agosto. Veja a programação.

Mais Notícias de Cotidiano
Pixabay
28/04/2024  19h08 Homem sem teto é preso após invadir condomínio em Aracaju
Ele disse ser usuário de drogas, não ter família e viver nas ruas de Aracaju
Museu da Gente Sergipana
28/04/2024  15h59 Governo decreta luto oficial de três dias pela morte de Maria Feliciana
Sergipana tinha 77 anos de idade e ficou conhecida como uma das mulheres mais altas
SMTT/Reprodução
28/04/2024  15h56 Motociclista sem habilitação causa acidente na Avenida Tancredo Neves
Veículo Uno que se envolveu no acidente estava com o licenciamento vencido desde 2015
reprodução/redes sociais
28/04/2024  10h44 Sergipanos valorizam legado de Maria Feliciana, a Rainha da altura
A ‘mulher mais alta do mundo’ faleceu aos 77 anos na capital sergipana
Arquivo F5News
28/04/2024  10h27 Homem é assassinado na zona rural do município de Itabaiana
A vítima foi alvejada no rosto; suspeito fugiu com motocicleta

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado