Trabalhadores rodoviários voltam a paralisar atividades na Grande Aracaju
Colaboradores da Modelo cobram o pagamento do salário do mês de janeiro Cotidiano | Por F5 News 14/02/2022 06h11 - Atualizado em 14/02/2022 11h22Uma nova paralisação de trabalhadores rodoviários foi deflagrada na manhã desta segunda-feira (14) em Aracaju. A mobilização afeta o serviço do transporte público em toda a região metropolitana.
Segundo apuração do F5News, todos os veículos da frota das empresas do Grupo Modelo não saíram das garagens para circular, o que corresponde a 144 veículos de 29 linhas.
Os colaboradores cobram a regularização do atraso no pagamento do salário do mês de janeiro. Segundo eles, a proposta da empresa é efetuar o depósito de 40% do vencimento hoje, numa escala definida por ordem alfabética.
"A diretoria da empresa está neste momento em negociação com seus colaboradores, esclarecendo os motivos do atraso e apontando formas de solucionar a situação para que a sua frota volte a operar normalmente", informa o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), por meio de nota.
Ainda conforme a entidade da classe patronal, as demais empresas prestadoras do serviço na Grande Aracaju já redistribuiram suas frotas emergenciais para assistir as 29 linhas que foram afetadas com a paralisação.
A SMTT ainda não se pronunciou sobre a paralisação.
Essa é a segunda paralisação de rodoviários na capital sergipana em menos de 15 dias, a terceira do ano, por conta de atrasos nos pagamentos de salários e outros direitos trabalhistas dos rodoviários.
Crise
Sem subsídio dos governos e ainda sob efeitos da queda da demanda provocada pela pandemia, as transportadoras alegam registrar uma arrecadação cada vez mais insuficiente para manter a cobertura integral dos custos.
No mês passado, o Setransp enviou à SMTT uma nova planilha com o detalhamento orçamentário do setor e o cálculo tarifário com a projeção do valor considerado ideal para a passagem de ônibus, que hoje é de R$ 4.
A SMTT ainda não emitiu posicionamento oficial sobre a questão, mas em entrevistas recentes ao F5News, o prefeito de Aracaju Edvaldo Nogueira (PDT) já havia defendido a busca de alternativas para evitar eventuais reajustes no preço da tarifa de ônibus. No final do ano passado, a PMA chegou a extinguir a taxa de gerenciamento operacional paga pelas empresas.
Junto com outros prefeitos brasileiros, Nogueira defende um aporte do governo federal para cobrir ao menos parte das gratuidades do transporte. Os Executivos municipais pleiteiam um subsídio de R$ 5 bilhões ao ano.
O Setransp também buscou junto ao governo do Estado a redução da alíquota do diesel utilizado pelas empresas do setor, assim como já ocorre com a querosene da aviação, mas recebeu uma negativa por parte da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).
Matéria atualizada 10h32