A falta de manutenção, a superlotação e o calor dentro dos veículos, a enorme espera em determinados pontos de parada, além da violência, são algumas das razões apontadas pelos aracajuanos para justificar uma queda no valor da passagem de ônibus. Mas, não é isso que acontece na vida real.

Na última sexta-feira (15), empresas do sistema de transporte coletivo da Grande Aracaju protocolaram uma planilha de custos solicitando o reajuste da tarifa para R$ 4,40. O documento foi encaminhado à Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT), que será responsável por formular a proposta de aumento a ser avaliada pela Câmara de Vereadores.

Ao receber a notícia, a população se mostrou contrária à possibilidade e por meio das redes sociais publicou suas insatisfações. O usuário do serviço, Alexandre Moreira, por exemplo, afirmou não ter justificativas para tal e pede uma posição do prefeito da capital sergipana.

“Absurdo, em uma cidade onde, dependendo do trânsito, em 30 minutos se chega ao destino. Quero ver quais serão as justificativas, porque o diesel diminuiu, quero ver os próximos capítulos. Não é possível que Edvaldo Nogueira vá acatar o que os empresários estão querendo”, disse o homem.

A posição de Alexandre é compartilhada pela internauta @nanaivete, que por meio do Instagram de F5 News afirmou ser um desrespeito com o usuário aumentar a tarifa. “É brincar com a cara da população que depende dos transportes, sem falar que aumenta-se o valor, mas continuamos esperando por muito tempo. Quando chega, enfrentamos a superlotação até o nosso destino”, afirma a jovem.

Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp), a passagem que atualmente custa R$3,50 sofreria uma elevação percentual de quase 30%, previsto desde quando o último reajuste foi autorizado, onde os custos do sistema já indicavam a necessidade de uma tarifa de R$4,06, de modo que hoje o setor possui um déficit de 13,79%.

“A tarifa de ônibus já não vem cobrindo com os custos do serviço de transporte”, afirmou o Setransp, ao reforçar “a necessidade de desoneração do preço do combustível, como já é adotado em alguns Estados, para a operação do serviço como uma das medidas de combate ao desequilíbrio econômico-financeiro enfrentado pelas empresas de ônibus”.

Para se opor aos novos valores, a jornalista Silvia Rodrigues preferiu comparar a situação dos sergipanos com a de São Paulo, onde ela paga atualmente R$ 4. “Quando saí de Aracaju pensei que pagaria aqui o dobro ou o triplo, devido à dimensão da nova cidade. Quando cheguei aqui percebi que em Sergipe é um roubo o valor cobrado no transporte. Sem falar na violência, não dá”, concluiu a profissional.

Responsável por formular a proposta de aumento a ser avaliada pela Câmara de Vereadores, a SMTT não tem prazo para análise da nova planilha.

* Estagiário sob supervisão da jornalista Fernanda Araujo.