Cesta básica tem aumento de 14% durante 2016 em Aracaju
Economia 04/01/2017 15h15 - Atualizado em 04/01/2017 15h58Por Will Rodriguez
O preço da cesta básica teve uma alta de 14,36% durante o ano passado em Aracaju, conforme um levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, nesta quarta-feira (4). A capital sergipana registrou a sexta maior alta entre as capitais brasileiras no acumulado de 2016.
De acordo com o Dieese, o vilão da cesta básica na capital sergipana foi o leite, que ficou até 80% mais caro no ano passado devido aos aumentos nos custos de produção e à oferta reduzida, o que levou as indústrias de laticínios a disputarem o pouco leite disponível e, como consequência, elevar o preço não apenas do produto como também dos derivados. A manteiga, por exemplo, aumentou 37,23.
O feijão também ficou mais salgado e acumulou uma alta de 53% porque teve a área plantada reduzida, uma vez que perdeu espaço para culturas como a soja e o milho.
“O clima instável ao longo do ano, devido a chuvas intensas ou calor excessivo, fez com que houvesse redução da produtividade do grão. Além disso, a importação do grão carioca não foi suficiente para abastecer a demanda”, justifica o Dieese.
O açúcar e o café também pesaram no bolso do consumidor com elevação de 50% e 44% nos preços, respectivamente. No caso do primeiro, a demanda externa aquecida impulsionou a exportação em quase todos os meses do ano e elevou o preço interno. Já com relação ao segundo, a explicação dos economistas do Dieese é a valorização do dólar diante do real, a redução da oferta e o clima seco.
Os únicos produtos que não contribuíram para o aumento da cesta foram a carne bovina, cujo preço manteve-se estável com um aumento inferior a um ponto percentual, e o tomate, cujo quilo chegou a ficar 5,5% mais barato.
Dezembro
No mês de dezembro, o aracajuano pagou, em média, R$ 349,68 reais pelo conjunto de bens alimentícios.
No último mês do ano, a cesta básica comprometeu 43% do salário do trabalhador aracajuano que recebeu o salário mínimo em vigor à época, de R$ 880, e teve que trabalhar em média 87h25m para conseguir adquirir os produtos.
Com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.856,23 ou 4,38 vezes o mínimo de R$ 880.
Os recursos foram pagos para as 13.080 famílias de 21 municípios sergipanos
O levantamento do Procon considerou 84 produtos
Índice considerado a prévia da inflação avançou 0,21% em abril, depois de atingir 0,36% em março. Alimentos pressionaram indicador