Confira dicas e cuidados na hora de fazer renegociação de dívidas | F5 News - Sergipe Atualizado

Confira dicas e cuidados na hora de fazer renegociação de dívidas
Aracaju tem mais de 130 mil famílias endividadas. Especialistas alertam sobre acordo com o credor
Economia | Por F5 News 31/10/2019 08h30 - Atualizado em 31/10/2019 17h23


Aracaju tem mais de 132 mil famílias com débitos pendentes, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) para setembro, divulgada pela Federação do Comércio de Sergipe (Fecomércio). A solução para muitas delas é a renegociação da dívida junto ao credor.

A procura por um acordo para quitar os débitos cresce nos últimos meses do ano, segundo aponta a economista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) Marcela Kawauti. “É uma época em que as pessoas recebem dinheiro extra. O FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] agora, logo mais, tem 13º; algumas empresas pagam participação nos lucros, bônus”, diz. “A renegociação é sempre interessante, porque o consumidor consegue chegar no meio-termo, que é bom para ele e para o credor também”, acrescenta.

As vagas temporárias de fim de ano também contribuem com o cenário positivo para quitar as dívidas. Na capital sergipana, de acordo com Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), as contratações nos últimos meses de 2019 devem gerar mais de 1.200 vagas.

No país, são muito comuns os feirões de renegociação de débitos. Na primeira quinzena deste mês, foi a vez de a Caixa Econômica Federal promover a Semana de Conciliação. A instituição ofereceu a possibilidade de regularização de débitos para 120 mil clientes do banco em todo o país. Os descontos chegavam a 90%.

A semana fez parte da campanha Você no Azul, com alternativas de renegociação para clientes com débitos em atraso há mais de um ano. Até o início do mês, 276 mil clientes regularizaram a situação com o banco, somando R$ 2,4 bilhões em pagamentos. Os atendimentos continuam na internet.

Não espere

Apesar de os mutirões atraírem muitos consumidores endividados, Kawauti aponta que não é preciso esperar que eles aconteçam para buscar um acordo com as instituições financeiras. “Se você já tem como fazer a negociação, é melhor procurar logo o credor, porque quanto mais se espera, mais cara fica a dívida”, afirma a economista.

Assim como a Caixa, o Banco do Estado de Sergipe (Banese) renegocia débitos com a instituição financeira e também da operadora de crédito com descontos especiais e taxas exclusivas. O stand está montado até hoje (31) no Shopping Jardins e, segundo o Banese, os interessados devem comparecer ao local munidos de documento de identificação original com foto.

As ferramentas oferecidas pelos bancos podem ser a solução para sair da inadimplência, mas é preciso estar atento. A recomendação é colocar no papel o valor gasto no mês e a renda, para saber quanto seria possível assumir em uma proposta de renegociação.

“O que a gente acompanha com mais frequência é o consumidor fazer um acordo que ele não consegue pagar. Duas parcelas depois, volta para a situação de inadimplência”, afirma a economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ione Amorim.

Se o consumidor tiver mais de um débito, é importante que priorize o de taxa de juros mais elevada. Outra recomendação é que ele não opte por parcelas a perder de vista. “O alongamento da dívida também a torna maior”, aponta Ione Amorim.

Para dívidas de cheque especial e cartão de crédito, a dica é: procure logo por um acordo com o banco. A economista aponta que, em alguns casos, mesmo que o consumidor não tenha o dinheiro para quitá-la por completo,  deve buscar por um desconto com o pagamento à vista, podendo chegar ao valor disponível em conta.

Ciclo do endividamento

Ione Amorim alerta para os perigos dos mutirões de fim de ano, época que reúne as festas de Natal e o período de férias de muitos brasileiros. “É uma data que tem um apelo [comercial] muito forte, e o próprio mercado e os bancos contam com isso. É um conflito com o que a gente espera de educação financeira”, afirma.

Segundo ela, os mutirões para negociação dos débitos nesta época do ano podem até ser propositais. “Apenas criam mecanismo para que esse consumidor volte a comprar, tirando-o temporariamente dessa condição para [depois] levar de volta”, afirma.

“É importante que o consumidor faça um bom planejamento. Se ele renegociar a dívida, que tenha outras fontes [de renda] para conseguir fazer suas compras. O objetivo não é que as pessoas não viajem ou não comprem presentes, mas que façam isso com planejamento para evitar ficar nesse ciclo de endividamento”, acrescenta.

Marcela Kawauti aponta que o consumidor precisa definir as prioridades. “Se não fizer isso, ele vai se deixar levar por essa fase de fim de ano, em que todo mundo é muito incentivado a gastar”, assinala.

Após quitar a dívida, a economista do SPC Brasil sugere que o consumidor faça uma autocrítica. “Será que eu fiquei inadimplente porque gastei muito no cartão de crédito? Será que é porque eu gastei mais do que devia, não me controlei? Essa autocrítica é importante para que o consumidor consiga evitar cair nesse problema de novo”, ressalta Marcela Kawauti.

Veja o que considerar antes de fechar um acordo:

-Faça os cálculos de quanto a família recebe e gasta em um mês, para saber quanto está disponível no orçamento para o pagamento da dívida;

-Organize também uma planilha de gastos futuros, já que a renegociação geralmente gera parcelas;

-Não espere por um mutirão de renegociação. Procure o credor e negocie, para evitar o aumento da dívida;

-Em caso de mais de um débito, priorize o pagamento daquele cuja taxa de juros é mais elevada. Procure logo por um acordo, nessa situação;

-Opte por acordos com número menor de parcelamentos, já que o alongamento da dívida pode torná-la maior.

 

*Com informações do Metrópoles

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