Os setores do comércio e de serviços, historicamente, são os principais responsáveis por movimentar a economia sergipana, de acordo com o presidente do sistema Fecomércio/Sesc/Senac de Sergipe, Marcos Andrade.

Falando ao F5 News, ele avalia que, mesmo sob o impacto causado pela pandemia, quando ambos os ramos se viram fortemente prejudicados, eles conseguiram se reerguer e terminaram 2022 com saldo positivo e perspectivas de crescimento para 2023.

De acordo com Andrade, somados, Comércio e Serviços movimentam 75% da economia de Sergipe e do mercado de trabalho, o que avalia como importante para a sobrevivência do Estado e a existência das empresas locais. 

 “Quando a economia se acelera, as vendas aceleram, pois isso é o resultado dos investimentos nas empresas do segmento e isso gera mais emprego, que retroalimenta a economia com os novos recursos salariais movimentados na forma de consumo”, disse Marcos Andrade ao F5 News.

As informações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio) revelam que os dois setores ainda lideram a geração de empregos.

Andrade cita como exemplo o mês de novembro de 2022, quando Comércio e Serviços responderam pela ocupação de quase 9 mil vagas no mercado formal, do total de 12.900 geradas no período.

"O crescimento demonstrado nos meses finais do ano será refletido no começo de 2023 e representa uma boa perspectiva para o ano que acabou de começar", disse ao portal. 

"Entendemos que o ano de 2023 será positivo para o comércio, já que estamos em uma crescente econômica no momento atual, depois de enfrentarmos problemas ainda decorrentes da pandemia”, prevê.

Segundo ele, elevações consideráveis foram registradas nos faturamentos dos setores de Comércio e Serviços, entre os quais se incluem os associados ao Turismo. Marcos Andrade informa que os números positivos chegaram a ultrapassar 2019, o último ano antes da pandemia.

“O ano comercial de 2022 foi muito bom. Esse é um resultado que deve ser considerado muito relevante, já que os números de 2020 e 2021 sofreram um desequilíbrio artificial, devido ao fechamento das atividades econômicas por determinado período e à demanda reprimida em vários setores. Contudo, em 2022, em pleno funcionamento, as atividades do setor terciário posicionaram-se com destaque ao longo do ano”, disse ao F5 News.

Estrela do Gás 

Na indústria, as perspectivas também são de evolução a cada ano, informa o presidente da Fecomércio, citando as projeções que indicam Sergipe como um polo de gás natural ainda nesta década, levando em consideração que o estado terá a maior ampliação de atendimento extrativista, após  a descoberta dos campos de gás natural em seu litoral.

“Sergipe é a estrela do gás”, cita o executivo, lembrando uma espécie de slogan cunhado a partir da descoberta de novos campos de gás natural no litoral sergipano, e alicerçado na prática pela aprovação da chamada Lei do Gás, cuja relatoria coube ao então deputado federal Laércio Oliveira, agora senador, que abriu o mercado e dinamizou os trâmites para investimentos na área. 

“Com a extração, novos empregos serão gerados através das empresas que se colocarão no mercado local, abrangendo todos os setores da cadeia produtiva, desde o agronegócio, passando pela indústria, comércio e chegando aos serviços, que terá a maior elevação de empresas e contratação de trabalhadores”, disse. 

Se as perspectivas são boas agora, a tendência é que nos próximos anos a cadeia produtiva ligada ao insumo seja ainda mais promissora. “O gás natural significa a elevação no plano macroeconômico sergipano, com tendência de manutenção de crescimento por um longo prazo, dando oportunidade de criar mais de 50 mil empregos para os sergipanos nas mais diversas áreas”, analisa o presidente da Fecomércio.