Mais de 12 mil sergipanos perderam emprego no primeiro semestre
Desemprego cresce 49% na comparação com o mesmo período de 2015 Economia 30/07/2016 12h31Por Will Rodriguez
O analista de sistemas, Wellington Oliveira, perdeu o emprego no mês passado. Há três anos trabalhando na mesma empresa, sua demissão foi motivada por corte de custos, uma situação que se repete em muitos outros setores. “Continuo enviando alguns currículos, estou desanimado um pouco, mas creio que as coisas ainda vão melhorar”, diz.
Wellington faz parte de uma estatística nada agradável. A fila daqueles que tentam se recolocar no mercado de trabalho cresce a cada dia. Só nos seis primeiros meses deste ano, o mercado de trabalho sergipano fechou 12.277 postos de trabalho formal, ou seja, 49.7% a mais do que no mesmo período do ano passado quando foram perdidas 6.176 vagas de emprego com carteira assinada. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho.
De janeiro a junho deste ano, ocorreram em Sergipe 42.300 contratações contra 54.577 demissões, o que fez o nível de emprego cair 4%. Os setores da indústria que mais demitiram foram o da Indústria de Transformação, Serviços, Comércio e Agropecuária. Apenas a Administração Pública contratou mais do que demitiu em Sergipe no primeiro semestre e fechou o período com saldo positivo de 89 novas vagas.
Especialistas ouvidos por F5 News apontam que a economia já apresenta sinais de recuperação, mas são unânimes em afirmar que ela não ocorrerá de forma imediata.
Em nota, a Fecomércio/SE aponta que a projeção para o mercado de trabalho nos próximos meses ainda é pouco agradável. “Há uma sensação de que as coisas começaram a melhorar. Entretanto, os sinais ainda são muito tímidos. A alta inflação, os juros altos e a possibilidade de aumento dos impostos mantém a projeção negativa do mercado de trabalho, não apenas em Sergipe, bem como no Brasil”, destaca.
Para a entidade, a retomada do crescimento depende da união de forças, entre classe empresarial e governos, tanto do estado, quanto federal. Entretanto, pouco tem sido feito com este objetivo. “E quanto mais empregos perdidos, menos pessoas no mercado consumidor, o que implica na continuidade da recessão”, alerta.
O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Luiz Moura, reforça que a expectativa para os próximos meses não são animadoras. Ele acrescenta que a situação financeira do Estado, com parcelamento e atrasos frequentes dos salários dos servidores, tem influenciado de forma significativa neste cenário. “O governo precisa fazer o dever de casa e mostrar os números para que a população compreenda de fato a situação econômica. Precisa impedir que as indústrias continuem fechando as portas, e pedir recursos ao Governo Federal”, indica.
Foto: Fernando Donasci/Folhapress
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