Mais de 53 mil empregos formais já foram preservados em Sergipe
De janeiro a abril, Estado perdeu quase 10 mil postos com carteira assinada Economia | Por Will Rodriguez 28/05/2020 13h10 - Atualizado em 28/05/2020 21h05Sob influência da pandemia do novo coronavírus, o mercado de trabalho em Sergipe ampliou o ritmo de perda de postos com carteira assinada. Entre janeiro e abril deste ano, foram encerrados quase 10 mil empregos no estado, o que representa um decréscimo de 3,3% no nível de emprego estadual em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia.
No mês de abril, primeiro mês inteiro em que vários setores da economia ficaram completamente sem operar, o volume de demissões superou o de contratações, levando ao fechamento de 4.833 postos em Sergipe. No mesmo mês de 2019, o estado havia começado a tomar fôlego com o primeiro saldo positivo no mercado de trabalho daquele ano, com 649 vagas de trabalho a mais.
Analistas são cautelosos em estimar quanto tempo levará para o saldo negativo começar a ser revertido após a retomada das atividades, mas concordam que o cenário poderia ser ainda mais dramático. Mais de 53 mil empregos de sergipanos foram preservados a partir do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, que permite a redução proporcional de jornada e salário dos trabalhadores ou suspensão de contratos.
“Esse contingente, certamente, com as dificuldades que as empresas estão passando, não resistiria aos impactos da crise decorrente do coronavírus. São empregos salvos pelo programa do governo federal que, ao suspender os contratos, garante a existência dos postos de trabalho, para que, ao haver a recuperação da economia, esses trabalhadores tenham seus empregos garantidos”, afirma o deputado federal Laércio Oliveira, presidente da Federação do Comércio de Sergipe (Fecomércio-SE).
Nesta quinta-feira (28), o parlamentar discutiu a questão com o secretário Especial da Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, por meio de videoconferência. Como presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor de Serviços, Laércio representa cerca de 30 setores, os quais respondem pela geração de cerca de 15 milhões de empregos formais no país.
Ao destacar o papel do Estado para a manutenção dos empregos e renda das famílias, especialistas que estão debruçados na análise da recomposição da economia após a pandemia indicam a necessidade de políticas públicas e união entre as diferentes instâncias de poderes para permitir ao mercado recuperar os empregos perdidos e gerar novos.
Formas ágeis e simplificadas de acesso ao crédito para micros e pequenos empreendedores e de desonerações nas folhas de pagamento, medida considerada sensível para os governos por conta da queda na arrecadação, são apontadas como estratégias que poderiam ser colocadas em prática.
“Uma empresa grande consegue ter caixa suficiente para se manter fechada ou com funcionamento reduzido por muito mais tempo do que uma pequena. É muito complicado para essas empresas continuarem pagando folha de pessoal, mão de obra, uma vez que não estão tendo receita de vendas”, aponta o professor de Economia Luiz Carlos Ribeiro, que coordena um estudo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) sobre os efeitos da pandemia na economia estadual.