Pesquisas do ITPS subsidiam desenvolvimento econômico no setor do agro | F5 News - Sergipe Atualizado

Sergipe
Pesquisas do ITPS subsidiam desenvolvimento econômico no setor do agro
Instituto oferece suporte à produção sergipana, de modo a viabilizar oportunidades
Economia 02/03/2023 16h40


O incentivo e o suporte à produção agropecuária é uma das bases do Governo de Sergipe em seu propósito de fomentar o crescimento econômico em todo o território estadual. Focada no potencial de geração de emprego e renda do setor, a gestão vem colocando à disposição dos produtores a estrutura técnica, científica e tecnológica do estado. Neste escopo está o Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), que desenvolve pesquisas aplicadas voltadas às demandas da sociedade e do mercado sergipanos, mantendo-se alinhado à política de desenvolvimento do governo.

Desde 2018, com a presente administração, 19 pesquisas foram realizadas pelo instituto. Seis delas estão em curso atualmente. De acordo com o diretor-presidente do ITPS, Kaká Andrade, a história da instituição está profundamente ligada ao histórico de desenvolvimento do estado. “Fizemos análises que permitiram a descoberta de jazidas de calcário, a implantação do parque cimenteiro, o dimensionamento das reservas de potássio e das jazidas de argila que viabilizaram a implantação do parque cerâmico de Sergipe... Então, nossas pesquisas refletem diretamente na criação de oportunidades para a população”, salienta.

Uma das pesquisas em andamento no ITPS pauta a destinação da casca do coco verde, cujo descarte ocupa grande espaço e tem um tempo de degradação extenso. “Estamos pesquisando a transformação da casca do coco em um biofertilizante. A ideia é converter um problema em uma solução, fazendo com que os produtores reduzam a aplicação de adubos químicos”, detalha Kaká.

Outro estudo de destaque conduzido pelo instituto tem foco na cadeia leiteira, como forma de trazer suporte à intensa produção de leite no estado. Dentre os trabalhos realizados nos laboratórios do ITPS, destaca-se a conquista do Estado de Sergipe do certificado de adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), através do Ministério da Agricultura. Por meio dele, Sergipe pode atuar não só na comercialização de carnes, mas também na área de leite e derivados, distribuindo para todo o Brasil.

“Estamos pesquisando e oferecendo análises para subsidiar a implantação de indústrias de laticínios, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes. Também estamos implantando a metodologia para análise de lactose no leite, já que muitas pessoas são sensíveis ou intolerantes. Em alguns locais de Sergipe, já há matrizes que passaram por melhoramento genético e produzem leite com menor teor de lactose. Quando esta metodologia for implantada, um produtor que vende um litro de leite por dois reais e que investiu em sua produção poderá vender por oito ou nove reais, tendo retorno em seu investimento e trazendo impacto positivo à economia do estado”, explica.

O ITPS também desenvolve um trabalho de suporte aos ramos da piscicultura e da carcinicultura, a fim de ajudar na manutenção dos viveiros. “Os camarões, por exemplo, são extremamente sensíveis à variação da água. Se o monitoramento da água não é feito com regularidade, os prejuízos podem ser muito grandes ao produtor, que pode perder toda a produção de um ou mais viveiros. Por isso, verificamos índices de salinidade, pH e outros elementos”, informa o presidente do ITPS, salientando as pesquisas desenvolvidas pela instituição também na agricultura e no setor de alimentos.

Processo

Desde o cultivo agrícola até o processamento do produto final, passando pela análise dos insumos, o ITPS está envolvido em todas as etapas da cadeia de produção de alimentos. Tudo começa com o estudo do solo e da água, por meio do Laboratório de Solo e Química Agrícola e do Laboratório de Água.

“O solo é onde é plantado tudo o que a gente come, e a água está inclusa nesse processo. A gente ensina o produtor a como fazer a coleta do solo, faz toda a análise e traz os resultados, orientando o que deve ser feito caso haja necessidade de correção. Também fazemos a análise da água, o que afeta diretamente, por exemplo, perímetros irrigados e poços artesianos. Atualmente, o ITPS analisa 81 pontos de água no estado, entre rios e reservatórios”, frisa Kaká.

Dando continuidade ao acompanhamento da produção, o ITPS também faz a verificação de componentes em adubos e fertilizantes junto às misturadoras, observando se os percentuais de nutrientes informados nas embalagens correspondem à realidade. Também é feito pelo instituto o trabalho de implantação da análise da presença de agrotóxicos nos produtos cultivados, verificando se há presença de substâncias impróprias e nocivas à saúde do consumidor.

“Houve um caso de uma carga de acerola que seria enviada para exportação, e que acabou sendo perdida pelo alto índice de agrotóxicos. A análise feita pelo ITPS, portanto, contribui para evitar esse tipo de situação. Vale lembrar que não somos um órgão de fiscalização, mas fornecemos resultados que podem ser utilizados como retorno para os fiscalizadores”, ressalta.

Para dar suporte às análises de água, de solos e do nível de agrotóxicos nos alimentos, o Governo de Sergipe, em parceria com outras entidades, como o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público Estadual (MPE), adquiriu um cromatógrafo para uso do ITPS. O investimento total no equipamento foi de R$ 1.722.000,00, sendo R$ 816.000,00 em recursos do tesouro estadual. Este é o segundo ano de pesquisa para desenvolvimento do protocolo de utilização do aparelho, que deve dinamizar ainda mais os trabalhos.

Como resultado desse esforço, a qualidade das pesquisas do instituto no campo de solos e agrotóxicos é reconhecida nacionalmente, a ponto de o instituto receber amostras de estados como Pernambuco e Paraná. Além disso, o ITPS mantém parceria com instituições conceituadas como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O ITPS também é uma das poucas entidades do Nordeste que realiza a análise foliar, procedimento que permite o estudo dos nutrientes a partir das folhas. “Olhando o que está presente na folha, é possível identificar quais componentes estão em falta ou em excesso, pra que a correção seja feita diretamente no solo. Com isso, uma plantação que se julgava perdida pode ser salva”, sintetiza Kaká.

Além de acompanhar a produção de alimentos desde antes do plantio, o ITPS também analisa os produtos já prontos e processados. No Laboratório de Bromatologia, os alimentos são estudados antes de chegarem às prateleiras, para que sejam elaboradas suas tabelas nutricionais. “Analisamos não só produtos para consumo humano, mas também rações, tanto voltadas à pecuária quanto para animais de estimação”, especifica o presidente do instituto.

Ainda em se tratando dos produtos finais, o ITPS desenvolve pesquisa ligada ao armazenamento dos produtos. “Temos uma pesquisa para desenvolvimento de embalagens utilizando sambacaitá, que é uma erva muito conhecida e usada no preparo de chás. Como ela tem propriedade bactericida, a ideia é que a embalagem possa prolongar a vida útil dos alimentos”, descreve.

O instituto também mantém parceria com órgãos como a Secretaria de Estado da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri), a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), a Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse) e a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (Agrese). Através dessas instituições, o ITPS mantém diálogo com os produtores, chegando às regiões mais recônditas do estado.

Projeção

Para fazer com que a produção técnica aplicada do ITPS esteja ao alcance de todos os sergipanos, a equipe do instituto busca tornar seus conteúdos e práticas o mais acessíveis possível. “Nossa ideia é derrubar os muros do ITPS e falar de um jeito que leigos entendam, transformando a linguagem científica em popular. Queremos que o doutor converse com o pequeno produtor e se faça compreender”, pontua Kaká.

O presidente enfatiza que as ações do instituto visam à exportação dos produtos sergipanos. “Nosso objetivo é internacionalizar o que é produzido aqui, já que o ITPS dispõe da certificação ISO 17025, válida em todo o mundo. Em se tratando de enviar os produtos para fora do estado, há o caso da geleia de mangaba feita em Santa Luzia do Itanhy, da qual fizemos a tabela nutricional. Hoje, ela está sendo consumida em restaurantes finos de São Paulo e existe a pretensão de exportá-la. É só o começo”, conclui.

Fonte: Agência Sergipe

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