Petrobras espera concluir arrendamento da Fafen em SE até novembro | F5 News - Sergipe Atualizado

Petrobras espera concluir arrendamento da Fafen em SE até novembro
Companhia diz que hibernação respeita condições de segurança e prevê compensações ao Estado
Economia | Por Will Rodriguez e Fernanda Araujo 21/02/2019 15h32 - Atualizado em 22/02/2019 08h24


A hibernação da Fábrica de Fertilizantes de Sergipe (Fafen), subsidiária da Petrobras no município de Laranjeiras, é tida como irreversível dentro da companhia. A informação é do gerente executivo da área industrial da estatal, Luiz Eduardo Valente, que em entrevista exclusiva ao F5 News nesta quinta-feira (21), declarou que o processo respeita as condições de segurança técnicas e ambientais, além de prever ainda meios de compensação para o Estado.

A Petrobras já mantém tratativas com outras empresas para negociar o arrendamento da unidade, cujas máquinas começaram a ser desligadas no final de janeiro. Por sigilo comercial, os detalhes dessas negociações não serão divulgados num primeiro momento, mas elas devem durar até novembro deste ano, conforme expectativa do gerente.

“Já temos (empresas) candidatas que estão mostrando interesse – até lá vamos manter a fábrica hibernada – mas não é uma desativação total, a desativação seria tirar os equipamentos, os reatores, as torres etc. Vamos manter ela parada para fechar o prejuízo até que novas condições sejam discutidas com o arrendatário e a fábrica possa voltar (a operar) dando lucro a essa empresa que assumir”, disse Luiz Eduardo.

Além da unidade sergipana, a Fábrica de Fertilizantes da Bahia também está sendo hibernada. Nessas duas operações, pelos cálculos da companhia, o prejuízo da operação chegou a R$ 1,2 bilhão no exercício fiscal de 2017 e 2018. Já os valores para arrendamento ainda estão sendo avaliados pela Petrobras.

No caso específico de Sergipe, o gerente executivo da Petrobras apontou o peso da carga tributária e o elevado custo da matéria-prima, algumas delas produzidas pela própria companhia, mas que sofrem majoração pelos impostos, como entrave para manutenção das operações.

“Para ter ideia, pagamos ao governo de Sergipe R$ 30 milhões/ano para consumo de água. As nossas refinarias que são mais robustas e têm produção muito maior, pagam R$ 5 milhões/ano de água, algumas pagam até menos. Sergipe é uma das áreas industriais mais caras do país. Isso precisa ser negociado. O Estado nos cobra para nos entregar o gás que a Petrobras produz. São alíquotas importantes que poderiam fazer prejuízos se transformar em lucros”, criticou Valente.

Para ele, a estrutura deve ser arrendada a uma empresa mais focada no mercado de fertilizantes, com estrutura de custos mais baixa que a da Petrobras e que negocie condições fiscais mais favoráveis com os governos locais para trabalhar com lucratividade.

Com as máquinas sendo desligadas, a Petrobras já começou a realocar os funcionários da Fafen para outras unidades de negócio. Segundo Luiz Eduardo, outra medida já definida pela estatal refere-se ao investimento de R$ 26 milhões entre 2019 e 2022 no “desenvolvimento de projetos sociais no Estado para compensar a perda de arrecadação que teria a região de Laranjeiras pela ausência das atividades da fábrica”.

Impacto ambiental

Questionado sobre as notificações expedidas pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), que multou a Petrobras em R$ 50 milhões, pela suposta ausência do plano de hibernação e danos ambientais, Luiz Eduardo Valente refutou a acusação. Segundo ele, os técnicos da empresa não identificaram vazamento de qualquer substância da unidade e manterão o monitoramento da área.

O gerente da área industrial ainda classificou como “estranha” a condição que, segundo disse, teria sido apresentada pela Adema de suspender as multas caso o processo de hibernação fosse abortado.

 “Não vai haver, evidentemente, a mesma quantidade de operadores porque as unidades não vão produzir. Elas vão vender apenas o estoque que está lá. Mas não vai haver abandono das instalações, vamos continuar fazendo todas as medições, todos os cuidados ambientais como sempre foi feito em anos de operação na região. a população não deve se preocupar porque a Petrobras vai estar presente, garantindo as melhores condições de hibernação da unidade.”, afirmou Luiz Eduardo Valente.

Governo

O Governo de Sergipe continua tentando reverter o processo. Esta semana, o governador Belivaldo Chagas cumpriu agenda em Brasília, onde se reuniu por duas vezes com o vice-presidente Mourão, na expectativa de que o Planalto possa intervir na questão.

Enquanto isso, o Estado também aguarda manifestação do Poder Judiciário em uma Ação impetrada no dia 1° de fevereiro para suspender o fechamento da Fafen em Sergipe.

Os polos de Laranjeiras (SE) e Camaçari (BA) têm potencial para empregar 1.500 trabalhadores e gerar mais de cinco mil empregos indiretos, nos cálculos dos governos estaduais. Juntas, as unidades eram responsáveis por 30% da produção de fertilizantes do país, que importa os 70% restantes a fim de abastecer a produção nacional de alimentos.

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