Uma proposta para resolver a aflitiva situação do desemprego no país
Um 'Plano Brasil' em prol da recuperação econômica e do crescimento Economia | Por José Otavio Soares* 29/05/2019 10h50 - Atualizado em 22/04/2020 19h38Existem duas situações claras no Brasil. Primeiro, é um país de grupos de monopólios ou oligopólios, claramente sangrando os 200 milhões de patos que somos. Além disso, uma imensa carga tributária, penalizando quem produz. A consequência disso tudo só se resolve com um choque de Capitalismo, o que não pode nos cegar da necessidade de soluções imediatas, já que o processo de conversão de uma economia como a nossa para o livre mercado deve levar ao menos cinco anos.
A realidade aflitiva são 15 milhões de desempregados, sem contar os milhões de subempregos. Por isso, além de todas as ações que nos levem a uma economia de mercado, precisamos de soluções emergenciais. Nesse sentido, proponho um Plano Brasil, similar ao “New Deal” Americano, ou ao Plano Marshall no pós guerra, na Europa. É bom frisar que mesmo a Pátria do Liberalismo Econômico, os EUA, se rendeu a planos heterodoxos em cenários a demandar urgência na correção de rumos. O Plano Marshall, tão citado por Paulo Guedes, retirou a Europa da situação de terra arrasada, para florir novamente, com índices impressionantes de crescimento e recuperação econômica.
Entendo que o Brasil deve seguir o mesmo caminho. Segundo dados do TCU, são em torno de 3 mil obras paralisadas ou incompletas em todo o território nacional. O que tem que ficar claro para a população brasileira é que o fator preponderante para terminar essas obras inconclusas é a necessidade de recursos. Contratou-se grandes obras durante o governo petista, com um descasamento total entre os respectivos cronogramas e financiamentos.
Como proposta, entendo que nosso país, seguindo o caminho dos exemplos históricos citados, deve implementar um “Plano Brasil”. Como isto ocorreria? Possuímos quase 380 bilhões de dólares de reservas, com um alto custo de carregamento, e segundo vários economistas, muito além da necessidade brasileira. Destinaríamos 100 bilhões de dólares, para esse “Plano Brasil”, concluindo as obras paralisadas e incompletas, especialmente as do PAC, e ainda teríamos alguma capacidade de contratar obras adicionais.
O efeito multiplicador e a capilaridade dos recursos aplicados nas obras de infraestrutura é inconteste. Precisamos ter coragem e ousadia para reconstruir nosso país. Quem tem fome não pode esperar. Simples assim.
* É engenheiro civil.