A noite foi de estreia mais uma vez no concerto da Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE), realizado na quinta-feira (14), no Teatro Tobias Barreto. Desta vez, foi executada pela primeira vez a canção “Amanhecer”, do compositor sergipano Fabiano Santana, integrante do corpo de músicos da ORSSE. A apresentação constituiu a Série Cajueiros VIII, da temporada de concertos 2017 do grupo. A Orquestra é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Era do Romantismo marca concerto da Orquestra de Sergipe

De acordo com o músico, que compõe a algum tempo, cada composição tem um processo diferente e “Amanhecer” foi escrita bastante devagar, e com muita atenção, pois necessitaria da presença da orquestra em sua totalidade. “Acho que chegamos em resultado mais satisfatório”, comemora. Para ele, a presença de músicos do grupo compondo e executando essas peças junto com a orquestra só engrandece ao trabalho que é realizado. “Isso é uma forma de renovar. É um desafio também, pois em um concerto como hoje, em que tocamos estreias e músicas mais tradicionais, que já foram executadas de várias formas, teremos a responsabilidade de sermos o parâmetro de interpretação”, completa. 

O maestro assistente da ORSSE e regente do concerto, Daniel Nery, destacou que o grupo tem feito muitas estreias ao longo dos anos, e que isso é ainda mais importante quando isso acontece com peças de músicos sergipanos. “Temos nos preocupado nos últimos concertos em prestigiar e reconhecer o bom trabalho dos nossos músicos. Por isso, ao conhecer essa peça de Fabiano Santana, ela nos remeteu muito ao trabalho de Ravel, com uma peça que até então não tinha sido executada por nós, e que, junto com a Alborada Del Gracioso, de Dvořák, acabou completando de forma muito interessante o concerto de hoje”, destacou.

Clima de romantismo

O romantismo presente na obra de Antonín Dvořák e Maurice Ravel também compuseram a apresentação. Da obra de Ravel o público pôde acompanhar a execução da Alborada Del Gracioso, peça que é uma espécie de serenata cantada ao amanhecer, e que retrata o colorido espanhol num ambiente de festa, extremamente exuberante, começando com um ritmo de dança e com delicada sonoridade.

Encerrando a noite, a dramaticidade e nostalgia presente nos acordes da canção de Dvořák puderam ser percebidas já nos primeiros movimentos da peça. Escrita em 1892, quando o autor estava nos Estados Unidos, mas sentia muita falta da sua terra natal, a República Tcheca, a Sinfonia nº 9 em mi menor, “Novo Mundo” e é a sua sinfonia mais conhecida.

O público presente, mais uma vez, saiu extasiado com a apresentação. Para o sociólogo Fiscina, a Orquestra tem surpreendido sempre, principalmente quando em uma mesma temporada mescla concertos mais pops com os tradicionais, como este com o período do Romantismo. “É muito bom termos a música de qualidade aqui em Aracaju, com um grupo que orgulha o povo sergipano a cada apresentação, dando acesso a termos em Sergipe um exemplo de música clássica”, afirmou o sociólogo.

Já a médica Núbia Mendonça, que é uma baiana admiradora da música de concertos, lembrou que procura assistir a todas as apresentações do grupo. “Acho muito interessante as propostas da ORSSE, principalmente em trazer concertos que vão do erudito ao romântico, perpassando pelo popular e até junino. Isso atrai cada dia mais um público diversificado para sua plateia”, frisou.  

A próxima apresentação da Orquestra Sinfônica de Sergipe acontece no dia 27 de setembro, às 20h30 também no Teatro Tobias Barreto. A apresentação faz parte do projeto Musica Brasilis e homenageará os 250 anos do Padre José Mauricio Nunes Garcia.

Fonte: Secult
Foto: Pritty Reis