Por Márcio Rocha

Ídolo do MMA, Minotauro diz que Sergipe vai projetar grandes lutadores

Rodrigo “Minotauro” Nogueira, o lutador de fama mundial, desembarcou em Aracaju para participar do evento que leva seu nome e sua marca, o Minotauro Fights, a ser realizado hoje, no ginásio Constâncio Vieira. Em entrevista exclusiva ao o F5 News, o ex-campeão mundial do UFC conta como está sendo sua preparação e fala sobre a importância do esporte para os brasileiros.

F5 News – Qual sua expectativa para o Minotauro Fights em Aracaju, evento que insere em definitivo o estado de Sergipe no circuito nacional do MMA?

Rodrigo “Minotauro” - O estado de Sergipe está valorizando muito o esporte, no cenário nacional, Sergipe desponta como um dos realizadores de grandes eventos, e não poderia ficar de fora do MMA. Foi uma maneira de colocar o estado no circuito e aproximar mais os sergipanos do esporte. Para Sergipe, nós estamos com um excelente card de lutas, o que ajuda a vinda do público para este campeonato que é um evento de referência no Brasil. Nosso evento é um celeiro de atletas no país que tem o melhor MMA do mundo. Sergipe também pode e vai projetar grandes lutadores, por meio do evento.

F5 – Quais os lutadores que já passaram pelo Minotauro Fights e despontaram em nível internacional?

RM – O Anderson Silva, campeão mundial do UFC, o Vítor Belfort, ex-campeão mundial, o Júnior “Cigano” dos Santos, potencial campeão dos pesos pesados, também veio do Minotauro Fights. Assim como Rafael “Feijão”, campeão mundial, o Edilberto “Crocotá”, todos grandes lutadores do cenário internacional que lutaram no Minotauro Fights. O evento é um descobridor de talentos locais e que potencializam sua projeção com todo o know-how da nossa equipe. Estamos sempre descobrindo talentos e exportando grandes lutadores. Aqui em Aracaju, a população está abraçando o evento e esse é mais um passo para promover o esporte em Sergipe, no Nordeste e no Brasil.

F5 – Anderson Silva fez um agradecimento emocionado ao senhor, quando de uma das suas vitórias, pois o fez permanecer no esporte, quando havia praticamente desistido. Como avalia a decisão do Anderson em permanecer lutando e hoje ser campeão incontestável?

RM – Quem vê o Anderson lutar sabe que ele é o campeão absoluto. Para ele se estabelecer mais, só falta enfrentar dois adversários ao mesmo tempo de tão completo lutador que é. Ele nem era da nossa equipe, quando há alguns anos atrás, no Japão, percebemos que ele tinha o perfil do grande lutador, do grande vencedor. Estávamos certos e ele se revelou tudo o que pensávamos, um grande lutador, o melhor de todos! Quebrador de recordes e dono de um grande número de cinturões, não só do UFC, como do Pride, do Shooto, entre outros campeonatos. E o mais importante de tudo, ele é um grande ser humano. Ele tem um grande coração e uma alma vitoriosa.

F5 – Como é para um brasileiro enfrentar a vida no exterior para trabalhar com o esporte?

RM – A vida impõe dificuldades a qualquer um. Cabe a nós vencê-las. O povo brasileiro é lutador por natureza, é um povo trabalhador e consegue sucesso onde quiser e estiver. Estamos entre os melhores do mundo porque somos brasileiros. Lutadores e vencedores. Enfrentamos as barreiras e vencemos. Temos dois campeões mundiais em seis categorias do UFC, o José Aldo e o Anderson. De 250 atletas empregados no UFC, temos 50 brasileiros, 150 americanos e mais 50 de várias outras nacionalidades. Se tivéssemos o número de brasileiros igual ao de americanos, você acha que não teríamos mais títulos que eles? Claro que sim! Nós somos os melhores do mundo e a prova é essa. O brasileiro tem que acreditar, não apenas no esporte, mas para qualquer ação que for tomar em outro país, deve usar a característica do brasileiro, ser corajoso e batalhador. Isso faz dos brasileiros grandes vencedores.

F5 – As vitórias dos brasileiros estão promovendo o crescimento do esporte no país, qual sua avaliação?

RM – O brasileiro é o povo que mais coloca as crianças em escolas de artes marciais. O número de alunos matriculados em artes marciais é superior até às escolas de futebol. Este é o resultado das competições e vitórias do MMA, promover o crescimento das escolas de artes marciais e fazer com que nossos alunos em todo o país se formem bons cidadãos, disciplinados e respeitosos com todos. As artes marciais ensinam às crianças a ter disciplina, determinação, vontade de vencer e complementam o ensino. Esporte é um mecanismo não só de formação física, mas também moral e social. O esporte é o meio mais prático de fazer uma sociedade mais coerente com os princípios de igualdade e respeito.

F5 – Para o senhor que é lutador especializado em Boxe, como observa o rendimento da Nobre Arte e das outras no Brasil e nas competições?

RM – O Boxe e o Jiu-Jitsu são as bases fundamentais dos lutadores brasileiros. A fundação do MMA foi o Jiu-Jitsu, o que aliado com o Boxe brasileiro, que é tão bom que formou mais novos campeões mundiais, a exemplo do Everton, campeão no último mundial lá no Uzbequistão, que mostra o potencial do Boxe Brasileiro. O atleta do Boxe é mais dedicado e enfrenta condições muito duras para sua formação. O estímulo está em campeonatos como os três brasieliros que aconteceram sucessivos em Sergipe, trazidos em um excelente trabalho do Governo de Sergipe, que promove a formação de grandes atletas e a renovação dos nomes. Cada vez que forma-se uma nova seleção de Boxe no Brasil, os nomes são ainda melhores que na anterior. O Boxe brasileiro continua em alta e sempre estará no topo.

F5 – O senhor lutará no dia 10 de dezembro, em Toronto, no Canadá, na edição 140 do UFC. Como está o treinamento para este grande embate contra Frank Mir?

RM – Estaremos lá no Octagon, eu o meu irmão Rogério “Minotouro”, que lutará contra Tito Ortiz, e o Lyoto Machida, que vai buscar o cinturão contra Jon Jones na categoria meio pesado. Faremos as três principais lutas da noite e eu estarei em uma revanche contra o Mir. Estou em treinamento intensivo, iniciado logo após minha vitória contra Brendan Schaub, no UFC Rio. Estou focado em ficar o melhor preparado possível para vencer. Meu objetivo é estender a bandeira do Brasil no lugar mais alto, pois é lá que é o seu lugar.