O que você estava fazendo quando tinha 11 anos? Para Júlia Correia, ou “Julinha”, uma promessa do futebol feminino do Brasil, essa idade representa o momento da assinatura de seu contrato com o Corinthians, uma das principais equipes da modalidade. Ela se tornou a primeira menina nascida em 2011 a fazer parte da base do Timão.

Instagram/Reprodução

Júlia é feita de primeiras vezes. Ela foi a primeira menina a disputar um torneio entre os meninos, quando estava no Sub-8, atuando pelo Botafogo de Sergipe. Não contente, ela se sagrou campeã do Sergipano. 

"Meu maior sonho é ser uma jogadora de futebol profissional e defender a seleção brasileira. Eu me sinto muito feliz em estar jogando em um dos maiores clubes do país e também me sinto muito feliz de ter 11 anos e estar jogando no sub-14”, afirmou Júlia ao F5 News. 

Mesmo com a pouca idade, a jovem promessa que tem como grandes inspirações no futebol Marta e Érika do Corinthians. Ela deposita em seu pai a responsabilidade por motivá-la em busca do seu sonho.

“Eu jogo futebol desde os meus sete anos e quem me motivou foi meu pai, que me ajudou e me colocou nas escolinhas para eu conseguir evoluir”, disse a atleta. 

A trajetória para chegar ao Corinthians foi longa. Julinha já passou por clubes de futsal e de futebol. No futsal, a jogadora atuou como ala no Sub-10 do Rocket Power (SE) e também do Fênix São Caetano Sub-10. No campo, a meio-campista jogou pelo Sub-11 do Centro Olímpico e também do Esporte Clube Del Rey.

Desafios

“Quando decidi levar a Júlia para essa avaliação no Corinthians, eu ainda não tinha certeza para que categoria ela estaria entrando. Confesso que fiquei um pouco surpreso quando ela disse que as meninas que treinavam tinham quatorze, quinze anos”, revelou ao portal o pai de Júlia Correia, José Luiz, ou apenas Zezo. 

Ele destacou com surpresa a aprovação de sua filha ao clube paulista. “Por mais que a gente acredite no potencial dela, a gente também sabe muito bem o nível das meninas de lá, ainda mais as meninas maiores”, disse. 

José Luiz acentua, porém, que nem tudo tem sido mil maravilhas. A futura mudança da filha, somado à alteração de rotina de toda a família, tem sido motivo de cautela e cuidado.

“Essa mudança que vai ter na rotina da família talvez seja a maior dificuldade. A gente tem outra filha menor também e a decisão de ter que mudar pra São Paulo vai impactar também na vida dela. A gente está planejando com muito cuidado. [...]  A princípio minha esposa vai com minha filha menor morar lá, eu vou continuar aqui e ficar sempre visitando elas”, detalhou.

 

 

 

 

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De acordo com José Luiz, ainda não há uma definição do Corinthians a respeito de quando essa mudança vai acontecer. Isso vai depender do planejamento do clube com os torneios sub-14, não sendo certa a mudança em 2023.

Mas enquanto isso não é definido, Julinha não para. Ela estava em sua rotina de treinamentos no Centro Olímpico, em São Paulo, antes do anúncio da assinatura com o Timão.

José Luiz detalha que mudanças internas no Centro aceleraram o processo nos clubes de base. O São Paulo foi outro clube que investiu em garotas nessa faixa etária, mas o Corinthians acabou sendo o destino final da jovem promessa. Isso ocorreu por intermédio de Marcelo Paraíba, treinador de Julinha no Del Rey, clube localizado no bairro Farolândia, zona sul de Aracaju.

“Ele intermediou esse interesse do Corinthians em fazer essa avaliação com a Júlia. Eu já tinha noção do que é o Departamento de Futebol Feminino do Corinthians, já estive lá visitando. Eu não tenho dúvida que a forma como é conduzido o futebol femonino é diferente de qualquer outro clube do país”, concluiu.