Segundo desafio do Brasil na Copa do Mundo do Catar, que garantiu a classificação antecipada da seleção canarinho à próxima fase do mundial, a Suíça é o lar da aracajuana Amanda Pereira Santos. Ela foi morar no país europeu em 2007, após se graduar em Administração em Sergipe. Na Universidade de Lausanne, estudou Francês, fez especializações em Marketing e em Empreendedorismo, com foco em retornar ao Brasil e abrir um negócio próprio – o que não se concretizou.

Bar em Lausanne: encontro de torcidas (acervo pessoal)

Casada com o espanhol José Gazarra, que conheceu lá e com quem teve Helena, 6, e Joana, de 15 meses, Amanda acabou ficando no país que visitara pela primeira vez ainda muito jovem, aos 16 anos, para rever a tia casada com um suíço.

A administradora conversou com o F5 News sobre o clima da Copa, a derrota para o Brasil e a experiência de torcedora num país adversário. Confira.

F5 News – Como é a movimentação da Copa do Mundo, os suíços são animados com o futebol?

Amanda Pereira Santos - O clima de Copa aqui é uma delícia, geralmente acontece no verão, o que nos permite estar mais fora de casa e ver festa por tudo que é lado. Esse ano, estamos tendo uma experiência bem particular, porque a Copa está sendo no inverno, não temos os telões nos parques ou nos espaços exteriores e as pessoas são obrigadas a estar dentro dos bares para viver a festa que a Copa do Mundo emana.

Ou seja, esse ano, a experiência está sendo bem diferente da que estávamos acostumados - nos juntarmos com os amigos em algum parque para assistirmos em um grande telão.

F5 News - Qual era a expectativa dos suíços antes do jogo contra o Brasil?

Amanda - Os suíços no geral gostam e são muito fãs dos brasileiros. Acho que, apesar de torcerem para o país deles, não ficaram tão abalados de perder para o Brasil. São tão cordiais e éticos que depois da partida vinham parabenizar a gente pela vitória. Assim são os suíços.

A minha experiência foi bem particular porque assisti o jogo com meu esposo num quarto de hospital. Como nossa filha Joana está hospitalizada, não tivemos escolha. Acompanhamos tudo pelo computador, do quarto da nossa filha e com os enfermeiros que, vez por outra, passavam para saber como estava o placar.

Amanda com o marido e a filha mais nova: jogo no hospital (acervo pessoal)

Amanda - Quando falo que sou brasileira, sempre vêm alguns estereótipos, mas eu sempre “vendo” um Brasil muito mais amplo e rico. Falo de todas diferenças que se pode encontrar num só pais, que vai dos inúmeros sotaques à gastronomia, folclore etc.

É verdade que, quando cheguei, detestava dizer que era brasileira porque sempre era associada à “típica novinha que vinha buscar vida fácil ou marido”. Então, por muito tempo andava com irmãos latinos e era confundida com colombiana e mexicana.

Foi depois da maternidade, há exatamente seis anos, quando minha primeira filha nasceu, que senti a necessidade de me reencontrar com minha origem. Daí nasceu um grupo criado por uma amiga da universidade com mais outras três ou quatro mães para conversarmos e trocarmos experiências sobre a maternidade e nossa cultura. Hoje esse grupo virou uma associação, onde somos mais de 200 membros.

 Sou de Aracaju, Sergipe. Aqui quase ninguém sabe onde é que fica e sempre tenho que dizer que é o estado que fica justo acima da Bahia.

F5 News - A Suíça ainda pode se classificar logo mais, no jogo de hoje contra a Sérvia, qual a expectativa aí?

Amanda - Aqui os suíços estão muito animados e acreditam que podem ganhar da Sérvia, apesar de no time da Suíça ter alguns jogadores que vêm da Sérvia.

E para o jogo do Brasil, todo mundo tá apostando que o Brasil ganha. Aliás, muita gente aqui acha que o Brasil ganhará a Copa do Mundo este ano.