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Três perguntas para a paratleta Lucivânia dos Santos
Ela comenta os desafios pessoais em ser mulher, PcD e atuar como paratleta
Esporte | Por Emerson Esteves 12/03/2023 09h35


Medalhista do Campeonato Nacional de Parabadminton, a sergipana Lucivânia Santos, 32 anos, revela desafios e vitórias sendo mulher, uma Pessoa com Deficiência (PcD) e ainda paratleta.

Formada em jornalismo e atualmente estudante de nutrição, Lucivânia disputa na modalidade do Parabadminton e leva a bandeira da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do estado por onde compete. 

F5 News fez à paratleta três perguntas, confira:

1) O que representa ser mulher, PcD e atleta?

Lucivânia Santos - Digamos que é uma responsabilidade muito grande, pois são papéis que, de certa forma, a própria sociedade impõe certos limites.

093500Quando se trata de mulher, pensam logo naquela que precisa construir uma família, cuidar dos filhos, do marido e da casa; quando se trata de mulher com deficiência, já pensam de que é como criança, que precisa ser cuidada, que não pode fazer nada porque é "doente" (boa parte da sociedade ainda não sabe diferenciar uma pessoa com deficiência de uma pessoa doente) além de ficar em casa repousando.

E quando é uma mulher atleta, recebe críticas de que não é coisa de mulher fazer, esporte é para homens e tal. Infelizmente, críticas até de outras mulheres. Mas quando uma única pessoa tem esses três papéis, acabam dizendo que somos exemplos de superação. Mas não acho que é só isso. Também somos guerreiras  porque não é fácil enfrentar todas essas dificuldades diariamente. Mostrar que somos capazes de tudo que pretendemos fazer. E que lugar de mulher é onde ela quiser e não onde a sociedade quer determinar.

2) Qual o principal desafio para você sendo uma paratleta?

Lucivânia - São as barreiras atitudinais e arquitetônicas. É preciso ser forte para enfrentar a sociedade todos os dias, pois poucos nos respeitam. É difícil chegar nos lugares e receber olhares de pena, ou parecer invisível. Por exemplo: passa nas ruas e uma criança passando com a mãe, te olha e pergunta para ela: "mamãe, por que ela anda assim no carrinho" a mãe finge não ver ou vê e diz: "cala boca. Ela vai brigar com você' ou 'ela é doentinha".

Ou você está entrando num ônibus e alguém fala: "a cadeira vai subir". É tão triste isso porque não enxergam quem somos e sim o que temos. Não têm coragem de perguntar como podem chamar. Simplesmente, só nomeiam como bem querem.

3) Qual sua maior vitória sendo uma paratleta, entre conquistas pessoais e competitivas?

Lucivânia -  Minha maior vitória como paratleta foi ter superado muitos limites meus. Eu mudei totalmente. Antes da vida de atleta, eu era uma pessoa introvertida, não gostava de conversar com outras pessoas com deficiência, tinha vergonha do meu próprio corpo, não aceitava ser quem eu era.

Após ingressar no esporte, passei a ser uma pessoa mais comunicativa, mais expressiva,  aceitar meu corpo, amo a pessoa que me tornei.

Em relação ao esporte, já cheguei a ser segunda no ranking nacional e primeira estadual. Poderia dizer mais e mais vitórias, mas essas são as principais.
Tenho muito orgulho da grande mulher que sou!.
 

Edição de texto: Monica Pinto
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