"Nunca interferi nas investigações", diz o deputado federal Valdevan 90
Defesa do parlamentar comemora salvo-conduto e diz que STF corrigiu injustiça Política | Por Will Rodriguez 07/08/2019 12h01 - Atualizado em 07/08/2019 12h24Um dia após ser beneficiado com um salvo-conduto deferido pelo ministro Celso de Mello, o deputado federal Valdevan 90 (PSC-SE) quebrou o silêncio nesta quarta-feira (7) e comentou, por meio de sua assessoria de imprensa, a verdadeira guerra jurídica travada em torno do processo ao qual responde por supostas fraudes praticadas pelo parlamentar e seus assessores durante as eleições 2018.
Valdevan, que na noite de ontem (6) se viu mais uma vez livre da prisão, declarou ser inocente quanto às acusações de obstrução no curso das investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF). "Sempre acreditei na justiça, sobretudo naquela vinda de Deus. Ele, mais uma vez, não me desamparou. Em momento algum interferi nas investigações desse processo, portanto não há razões para tanto”, disse o deputado Vandevan, referindo-se à prisão preventiva que foi suspensa pelo decano do Supremo Tribunal Federal (STF).
Pesa contra Valdevan e três dos seus assessores a denúncia de que eles teriam fraudado a prestação de contas das doações de campanha e também de que teriam atuado para a compra de votos no pleito passado.
Estas investigações lhe renderam um mandado de prisão preventiva que quase o impediu de assumir a cadeira na Câmara dos Deputados, não fosse o habeas corpus deferido em janeiro pelo ministro Celso de Mello, que foi revogado no final da semana passada e suspenso esta semana antes mesmo do cumprimento do novo mandado de prisão preventiva.
Para a defesa de Valdevan, a liminar com efeito suspensivo deferida nesta terça-feira corrige uma injustiça. "Nada, absolutamente nada, justifica prisão preventiva a essa altura, depois de seis meses investido no mandato. A denúncia foi apresentada. Ele irá dela defender-se. Essa prisão preventiva pode ter todas as razões, menos jurídicas”, afirmou o o advogado Willer Tomaz.
No final da manhã, os dois assessores do deputado que haviam sido presos nesta terça-feira, João Henrique Alves dos Santos e Evilásio Ribeiro da Cruz, deixaram a 2ª Delegacia Metropolitana, no centro de Aracaju, e foram ao Instituto Médico Legal (IML) para realização do exame de corpo de delito, necessário para a transferência à uma unidade prisional. A defesa tenta estender o habeas corpus a eles.
Eleito com 45.472 votos em sua primeira disputa eleitoral no estado, Valdevan também declarou hoje que está focado nas necessidades e anseios do povo. "Fui eleito para defender os mais humildes, os mais esquecidos. É isso que tenho feito e que continuarei fazendo”, concluiu o parlamentar.
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