A postura de Jackson com nosso partido é de quem nos quer como aliado? | F5 News - Sergipe Atualizado

A postura de Jackson com nosso partido é de quem nos quer como aliado?
Indagação é de Fábio Henrique, sobre seu apoio a uma candidatura de JB
Política 29/01/2013 00h44


Por Joedson Telles

Presidente do PDT, o prefeito de Nossa Senhora do Socorro, Fábio Henrique, comenta nesta entrevista sua expectativa sobre a Associação dos Municípios da Barra do Contiguiba e vale do Japaratura, entidade cuja presidência acaba de assumir. Segundo ele, o maior problema, hoje, dos município é a escassez de recursos. Fábio também volta a defender o empréstimo de R$ 727 milhões que o governo do Estado tenta contrair junto ao governo federal, através do Proinveste, e deixa evidente que, mesmo aliado do governador Marcelo Déda (PT), não está fechado no possível projeto para eleger Jackson Barreto (PMDB) governador de Sergipe, em 2014. “Eu lhe pergunto: a postura do vice-governador Jackson Barreto com o nosso partido é uma postura de quem nos quer como aliado?”, indaga  Fábio Henrique. 

 O senhor acaba de assumir a presidência da Associação dos Municípios da Barra do Cotinguiba e Vale do Japaratuba (Ambarco). O maior problema dos gestores continua sendo dinheiro? 

Indiscutivelmente a falta de dinheiro. Você não consegue fazer nada sem dinheiro. O Brasil ano passado passou de R$ 1 trilhão, mas só 6% chegaram aos municípios. Se o município quiser fazer uma obra tem que pedir a um deputado federal ou a um senador, que precisam do governo para empenhar e liberar. O governo federal aumenta cada vez mais a responsabilidade dos municípios, mas não repassa recurso para isso. Então, então a grande dificuldade dos municípios é falta de recursos. O segundo semestre do ano passado foi uma tragédia.  Você tinha uma projeção de receita o governo vem e retira o IPI. O IPI é o segundo componente do FPM, é o IPI e o Imposto de Renda. Socorro, por exemplo, deixou de arrecadar R$ 7 milhões. Não tem planejamento que segure. E às vezes a população não entende isso. Acha que o prefeito atrasou salário porque quis, deixou dívida porque quis. Claro que os mal intencionados. Mas a maioria quando não faz é porque não pode fazer.

O senhor ainda acredita na aprovação do Proinveste?

Primeiro, eu sempre defendi o entendimento. O homem mais poderoso do mundo, o presidente dos EUA,( Barack) Obama, muitas vezes precisa negociar com o seu parlamento, para aprovar as políticas que ele entende que são necessárias. Então, eu sempre defendi o entendimento. Agressão, xingamento... este tipo de coisa não vai ajudar em nada na aprovação do Proinveste. O governador Marcelo Déda, com sua habilidade, com o seu senso, teve um gesto muito bonito. Acho que com o gesto de Déda, chamar a oposição para conversar, você abriu espaço para discussão. Confesso que não estou acompanhando de perto, mas pelo que ouço, por exemplo, o deputado Zé Franco diz que o projeto não tem amarração das obras. Então, se é isso que os deputados querem, cabe ao governo chamar e conversar. O deputado vai querer 10 obras no seu município, o governo diz que não pode só libera duas, e você vai conversando e contemplando. O que eu tenho certeza que os deputados querem contemplar os seus municípios. Acho que quando você abrir este canal de negociação, o Proinveste será aprovado.            

Essa negociação deve ter a participação direta dos prefeitos, que conhecem a realidade e carências dos municípios, é isso?

Perfeito. O prefeito que está na ponta é quem sabe do que o município está precisando. Socorro é um município que foi muito beneficiado pelo governador Marcelo Déda. Digo isso em qualquer instancia onde eu estiver. Então, vamos discutir qual investimento o Proinveste tem para Socorro. Vamos avançar um pouquinho. Então, parece que é isso que o governo quer fazer, abrindo a perspectiva de negociação.

Recentemente, o senhor foi comparado a Poncio Pilatos pelo vice-governador Jackson Barreto. Alguma animosidade?     

Tenho carinho e amizade por Jackson, que sempre foi um interlocutor eficiente entre a Prefeitura de Socorro e o governo do Estado. Jackson sabe da minha participação em todo este processo do Proinveste. Quem mais sabe é ele. Agora, o que precisa ficar claro, Joedson, é que eu não mando no voto de Zé Franco, ou de nenhum deputado. Zé Franco é maior. Vacinado. Capaz. Eleito pelo povo. Tem legitimidade para votar como ele quiser, e assumir perante a população o seu voto. Não posso ser cobrado para brigar com Zé Franco em função de uma crítica que Zé Franco tenha feito ao projeto. Eu não vou fazer isso. Tenho respeito pelos meus companheiros, como tenho por Jackson. Não tenho nenhuma mágoa dele. Acho que falou num momento impensável. Ele me conhece e sabe qual é a minha postura. Sabe que estou neste projeto desde 2006, quando fui para a rua liderar o momento ‘Muda Sergipe’ para a eleição de Marcelo Déda. O que espero é que todos serenem os ânimos, discutam e debatam para que os benefícios cheguem a Sergipe.

O senhor é aliado do governador Marcelo Déda e do senador Eduardo Amorim. Ambos olham muito Socorro, segundo o senhor mesmo. Já sabe como vai se posicionar, em 2014, já que houve o racha Déda x Amorim?

Sou presidente de um partido (PDT). E quando você é presidente de um partido não pode falar por você. Tem que falar pelo partido. O partido não sentou para discutir, até porque é Muito cedo. A política é muito dinâmica. Hoje você tem uma realidade, amanhã pode ter outra completamente diferente. Não existe candidatura posta. O próprio senador Amorim nunca disse a ninguém que é candidato, que é um amigo e parceiro de Socorro. Eu vi Edvaldo Nogueira, que é íntimo do governo, dizer que não tem candidato. Que Jackson é o preferido, mas que não tem candidato. Então, está muito cedo para se discutir 2014. Precisamos cuidar dos atuais mandatos. Cuidar de Sergipe. Quando for 2014, aí começam as discussões para 2014. Por exemplo, nos temos um partido político. Queremos espaço político em 2014. O PDT não vai á reboque de ninguém. O PDT quer discutir quem são os candidatos. Ah, Joedson é candidato a governador? Perfeito. Qual é a participação do nosso partido? Tem espaço na chapa majoritária para o nosso partido? É isso que nós queremos discutir. O momento não para se discutir 2014, mas para cada um mostrar o seu trabalho. O seu empenho, a sua dedicação. Vou continuar procurando o governador do Estado, pedindo obra para Socorro. Acima de mim, de Zé Franco, de Déda temos 170 mil pessoas que são sergipanos que pagam impostos e merece o nosso respeito. Começamos uma obra, agora, no Parque dos Faróis com recursos do senador Eduardo Amorim, que consegui em Brasília. Vou inaugurar uma praça da Juventude que foi o deputado federal Almeida Lima quem trouxe os recursos. Vou chamá-lo para a inauguração. Neste momento temos pensar na cidade. No povo.

Mas Jackson Barreto já disse que será candidato, evidentemente, se o governador Marcelo Déda se afastar do cargo e ele, assumir o governo, o PDT não pode antecipar também o apoio?          

Primeiro, nunca conversei com Jackson sobre projeto político porque acho que não é a hora de discutir isso. E na hora de discutir, a discussão será a seguinte: qual é a participação do PDT? O PDT tem uma prioridade: a eleição de um deputado federal. Então, onde iremos encontrar espaço para poder trabalhar esse prioridade? Temos cinco prefeitos afinados com o projeto do partido, temos um deputado estadual. Então, a decisão não pode ser apenas com Fábio Henrique. Temos que reunir o partido e ver qual é a hora. Agora, não. Quanto mais se politiza, prejudica todo mundo. É hora de trabalhar. Eu, por exemplo, tenho sentado com João Alves, todo mundo sabe que não votei em João Alves para governador, meu partido não votou em João Alves para prefeito, mas eu tenho encontrado em João Alves um parceiro muito importante. Com as portas abertas para resolver os problemas, e temos um problema grave, que é de Aracaju e é de Socorro: o transporte coletivo que é de péssima qualidade. Este é o problema maior.  O sistema que está não funciona, porque é Aracaju quem manda em tudo. O ônibus aqui atrasa, mas não posso aplicar uma penalidade na empresa. As empresas de ônibus devem ao município de Socorro mais de R$ 300 mil, da taxa de gerenciamento. Tem seis meses que não pagam. Acredito que também não estou pagando a Aracaju: as empresas alegam que depois que o então prefeito Edvaldo Nogueira não deu reajuste eles ficaram sem condições de pagar a taxa de gerenciamento. João Alves é tão vítima quanto nos de Socorro. Quero ter uma conversa com ele, para dialogar e ver o que podemos fazer, mas não pode continuar como está.      

“Voltando” a 2014, quando o senhor fala que o PDT quer espaço, e não estará à reboque de ninguém quer dizer que o partido não estará necessariamente no grupo do governador Marcelo Déda, apoiando uma candidatura, provavelmente de Jackson? Que poderá apoiar uma possível candidatura do senador Eduardo Amorim ao governo do Estado, por exemplo?

Deixe eu lhe fazer uma pergunta: eu aprendi com minha avó que a coisa mais importante da vida é a pessoa estar onde lhe quiserem. Ela disse ‘onde não lhe quiserem, você não pode estar’.  Eu lhe pergunto: a postura do vice-governador Jackson Barreto com o nosso partido é uma postura de quem nos quer como aliado? Não conversei com o governador Marcelo Déda porque compreendo o momento que ele está passando e torço para ele. Fiquei muito feliz quando vi Déda lá na festa do Instituto Luciano Barreto Júnior.  Tenho muito carinho por Déda. Nunca pedi emprego a Déda. Não tenho um cargo no seu governo. Essa informação é interessante: o prefeito de Socorro não tem um cargo no governo Déda. Porque nunca pedi. O que eu sempre pedi a Déda foi obras para o povo de Socorro, e ele sempre atendeu. Então, tenho muito carinho por Déda, e evidentemente que vou aguardar o governador me chamar para a gente dialogar e discutir. Não sei qual é o projeto político do governador. 

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