Deputado quer espaço para internar usuários de drogas | F5 News - Sergipe Atualizado

Deputado quer espaço para internar usuários de drogas
Política 02/04/2013 14h33


Preocupado com os inúmeros pedidos que tem recebido de familiares de usuários de drogas, para que os mesmos sejam internados para um tratamento de desintoxicação, o deputado Antônio dos Santos (PSC) fez pronunciamento na sessão desta terça-feira, dia 2, para afirmar que é necessário que o governo do Estado instale um espaço para a internação compulsória de dependentes químicos. Ele disse que tem vivenciado algumas cenas e ouvido depoimentos de familiares e usuários que chocam. “Dos contatos que os familiares estão fazendo conosco pedindo socorro, talvez 95% dos usuários não queiram ser espontaneamente internados”, disse.

Durante seu discurso, o deputado exibiu alguns depoimentos de mães de dependentes químicos, nos quais elas pediam ajuda para que os filhos largassem o vício. Em um deles, no dia seguinte o jovem tentou tirar a própria vida e quando o deputado chegou para levá-lo à instituição para o tratamento ele questionou por que ainda estava vivo.

Antônio dos Santos disse que tem ficado muito chocado com a situação relatada pelas famílias que ligam ou o procuram pedindo ajuda. “E começaram a pedir a internação compulsória, porque os usuários não querem, não têm condições de ir”, disse. Ele acrescentou que diante dessa situação passou a admitir a possibilidade de Sergipe ter um local para internação compulsória desses dependentes, senão eles podem até morrer.

“Não tem como deixá-los assim”, disse, ao defender que seja dada uma assistência multiprofissinal até que ele entenda que precisa passar pelo tratamento. O deputado Antônio dos Santos disse que tem visto a situação piorando a cada dia e o que tem conseguido fazer é levar aqueles que se dispõem a ir para os centros de recuperação que atendem essas pessoas. “Mas 95% não querem ir. A família pede ajuda, mas na hora de levar eles não aceitam, pois não conseguem ficar sem a droga”.

O parlamentar pediu ajuda do governo do Estado, da Prefeitura de Aracaju e demais prefeitos nesse sentido. Antônio dos Santos acrescentou que de cada cidade do interior sergipano o relatório que chega é pior que o outro. “É doloroso ouvir esses relatos. Tem que se repensar a política de prevenção às drogas, porque é um minadouro infernal”, frisou.

Apartes

Também preocupados com a temática, alguns deputados estaduais apartearam o pronunciamento do deputado Antônio dos Santos. O colega deputado Capitão Samuel (PSL) disse que durante muito tempo, enquanto policial militar, ouviu diversos pedidos de mães para que prendessem seus filhos usuários de drogas, pois não sabiam mais o que fazer. Para ele, a política de combate às drogas tem que ser modificada. “Enquanto houver demanda vai haver quem forneça. Não adianta ficar só na repressão com policiais, porque a gente prende, mas surgem outros traficantes. As drogas estão tomando conta do país”, afirmou.

Segundo Samuel, o único município que ainda tem atendimento momentâneo a dependentes químicos é Aracaju, com os Caps AD. “No mais, o que temos são as igrejas com casas de repousos, mas que não têm o arcabouço necessário para dar o atendimento e na primeira crise de abstinência os usuários voltam”, disse, acrescentando que no momento Sergipe não tem condições de prestar esse atendimento compulsório, pois não tem onde colocar essas pessoas.

Outro ponto levantado pelo deputado é que a Assembleia ajuda essas instituições com as subvenções, mas o Estado e as prefeituras dizem que não podem conveniar com elas. No atual cenário da criminalidade, Capitão Samuel disse que se resolvesse o problema das drogas por tabela também se resolveria em torno da metade os delitos, pois eles estão em sua maioria ligada ao uso de drogas. “Espero que o governo de Sergipe acorde, os prefeitos acordem, porque do jeito que está não sei onde vamos chegar. Quero parabenizar todas as igrejas que mantêm essas casas, porque sem elas a população não teria nada para dar assistência a essas pessoas”, afirmou o deputado Capitão Samuel.

O deputado Garibalde Mendonça ressaltou que o tema levantado pelo deputado Antônio dos Santos é muito importante e já foi debatido algumas vezes na Casa, mas o problema vem se avolumando. Ele afirmou que também tem ouvido relatos de mães pedindo ajuda para os filhos dependentes. “Para a solução desse caso acho que todas as autoridades são responsáveis. Esse é um problema de saúde”, disse, acrescentando que cada prefeito deveria ter essa responsabilidade em sua cidade.

Na opinião do deputado Antônio dos Santos, cada município deveria criar uma unidade de acolhimento, com profissionais capacitados, com disposição de ajudar a resolver o problema. “Se não for assim, fica difícil. Mas o Estado precisa fazer alguma coisa, porque todos os municípios estão pedindo socorro”, declarou.

Quem também aparteou o pronunciamento para ressaltar a importância de se discutir esse assunto e procurar uma solução foi o deputado Gilson Andrade (PTC). Ele lembrou que nosso país não fabrica drogas. O entorpecente traficado aqui vem de países vizinhos. “E onde está nossa política de fronteira? Nós permitimos que ela adentre em nosso país. Bastava uma política pública nesse sentido para impedir que ela entrasse em nosso país e estaríamos com a solução para isso, pois não chegaria ao usuário”, afirmou.

Ele disse que outra questão é que a mídia mostra figuras emblemáticas, ídolos fazendo propaganda de drogas lícitas. “É preciso questionar e não apenas as políticas públicas, mas também a vida do que nós queremos para nossos filhos e netos”, disse. No entanto, ele discordou quanto à possibilidade de cada município ter uma unidade de tratamento especializado para dependentes químicos. Gilson Andrade lembrou que pequenos municípios não têm a mínima condição de ter profissional qualificado para estar à disposição para atender essas pessoas.

“Os municípios nem sempre têm recursos para implementar ações como se deveria. Mas é preciso discutir amplamente essa questão e nós estamos fazendo isso aqui. Por isso que defendi no orçamento com emenda de minha autoria e apoiada pelos deputados para que o Estado construa um centro de tratamento para o atendimento de usuários de drogas”, contou, acrescentando que o tratamento do dependente químico precisa ser feito incialmente com sua desintoxicação e depois acompanhado por uma equipe multidisciplinar com médico, psiquiatra, psicólogo, assistente social.

Da Agência Alese

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