Eleições 2014: Confira a entrevista com o candidato Betinho | F5 News - Sergipe Atualizado

Eleições 2014: Confira a entrevista com o candidato Betinho
“A receita está em administrar com lisura”, opina
Política 16/09/2014 04h00


O segundo entrevistado do Portal F5 News da série com os candidatos ao Governo do Estado de Sergipe é Alberto dos Santos (PTN). Conhecido como Betinho, ele é sergipano, natural do município de São Cristóvão. Nascido em 02 de abril de 1956, é filho adotivo do casal Alcino José dos Santos e Eulália Maria dos Santos. Empresário e estudante de Direito da Universidade Tiradentes, Alberto dos Santos disputou seu primeiro cargo político no ano de 1988, tornando-se vice-prefeito de São Cristóvão. Já em 1996, candidatou-se à Prefeitura da cidade de Nova Londrina, no Paraná, ficando em segundo lugar por apenas 332 votos de diferença. Entre 2005 e 2007, atendendo a convite, Betinho assumiu por dois anos uma das secretarias municipais de Porto Seguro, no sul da Bahia. Em 2012, voltou ao quadro político da cidade de São Cristóvão, pleiteando o cargo de prefeito, mas perdeu as eleições para a candidata Rivanda Batalha (PSB). Hoje, Betinho volta ao cenário político e é candidato ao Governo do Estado. Confira a entrevista completa com o candidato. As perguntas foram formuladas por integrantes da equipe de F5News, cujos nomes seguem ao final destas. 


Contas que não fecham, falta de dinheiro em caixa, previdência para pagar.... São questões financeiras que colocam muitos gestores em situação complicada. Se eleito, como irá administrar estas situações, a Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei de Acesso à Informação e a Regularidade com as contribuições previdenciárias? E o que fazer para melhorar a qualidade do gasto público sem prejuízo da produção e fiscalização legislativa? (por Aline Aragão)

Betinho: As contas não fecham por falta de gestão, o dinheiro existe, porém é mal aplicado. Como empresário, estou acostumado a lidar com finanças de forma transparente, que se respeite a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) sigamos o manual, e graças à Lei de Acesso à Informação, o cidadão saberá onde o governador Betinho que eles elegeram no dia 5 de outubro estará usando o dinheiro público. Gerindo bem as contas do Estado, não haverá atraso com pagamentos de salários e fornecedores, sentaremos com os representantes das categorias, digo todas, sem exceção, para que durante os quatro primeiros anos do meu mandato os aumentos fiquem programados em datas bases já fechadas nos acordos definidos. Não posso perder tempo e não iludirei nenhum funcionário público. Para tirar Sergipe do prejuízo que está, e viabilizar a gestão pública, é preciso enxugar o número de secretarias e privilégios desnecessários. É inadmissível um Estado do tamanho de Sergipe ter mais de trinta Secretarias e uma quantidade absurda de cargos comissionados; pretendo reduzir a máquina pública – hoje à beira de um colapso. E volto a dizer: a receita está em administrar com lisura e respeitando as normas.

Se eleito, como vai trabalhar a Educação, com tantos problemas sistêmicos, desde estrutura física, passando por acesso, merenda, relações trabalhistas, relação com a comunidade à violência, dentro e fora da escola? ( por Elisângela Valença)

Betinho: Primeiro, não tenho nenhuma dúvida que em janeiro estarei tomando posse para administrar Sergipe nos próximos quatro anos. O problema da Educação está diretamente ligado à falta de gestão da Administração Pública de Sergipe. Falta estrutura básica nas escolas (na higiene, instalações e material didático), um plano de ação educacional concreto e eficiente e, ainda, existe uma ausência de incentivo ao corpo docente das escolas. Vale ressaltar que esta problemática por parte dos professores também se dá pela desvalorização salarial enfrentada ao longo dos anos. Existe um embate entre Governo do Estado e Sintese para que o salário não fique desonerado, mas as negociações são demoradas e desgastantes o que, naturalmente, acaba refletindo na qualidade do ensino ministrado nas salas de aula.Outro grande problema é a precariedade da merenda escolar. A verba para a alimentação escolar é carimbada, ou seja, deve ser utilizada apenas para esse fim com os valores calculados pelo número de alunos de todas as escolas públicas, porém o cardápio apresentado não condiz com o dinheiro pago na refeição. Basta criatividade para colocar tempero e apresentar algo mais palatável. Em nosso Governo, vamos apresentar um cardápio nutritivo e saboroso. Além disso, a violência nas escolas é algo profundamente assustador e é um item que saiu da esfera da Segurança Pública. Nunca em minha vida vi cenas semelhantes às que, ultimamente, têm se mostrado em Sergipe. Mas isso vai acabar. Faremos um Governo responsável, vamos instituir a Guarda Escolar, não só para a capital, mas para todo o Estado, evitando o acesso de marginais nas unidades educacionais e garantindo, assim, a segurança dos alunos e professores.

Durante o período eleitoral, a saúde é o principal foco dos candidatos. No entanto, mesmo com a alternância de gestores, é notório que o Sistema Público de Saúde não oferece atendimento de qualidade. Inclusive, ações civis públicas do Ministério Público contra o Estado são constantes. Como resolver estes problemas? E quais as propostas de políticas públicas para prevenção de doenças que nem sempre recebem a devida atenção, como os problemas psiquiátricos, a exemplo da depressão que atinge 10% da população brasileira, mas a saúde pública não consegue diagnosticar? (por Fernanda Araújo)

Betinho: A situação da saúde pública de Sergipe é vergonhosa. Assistir em rede nacional ao caos no atendimento dos hospitais do Estado me causou repulsa ao atual governante. Deixar uma ambulância parada por falta de maca é algo comparável ao conceito de incompetência. O Estado tem verba suficiente para resolver toda essa situação caótica que se instaurou, só não faz por falta de administração competente e, para piorar, criaram os mecanismos das Fundações, que vieram para sepultar de vez a saúde do Estado. O modelo de saúde pública em Sergipe tem que seguir o mesmo padrão de qualidade e atendimento oferecido pelos bons exemplos do setor privado, para isso, é preciso mudar a forma de gerenciar os órgãos responsáveis. Pretendo descentralizar a saúde, equipando os hospitais e postos do interior e, assim, diminuir a superlotação do HUSE, hoje o nosso maior exemplo de tudo que deve ser feito de errado, mas não por culpa dos seus servidores e sim por causa de um governador omisso e da gestão de pessoas não qualificadas para os cargos de comando. Quanto ao mal da depressão, como todas as outras doenças, merece nossa atenção, porém essa é silenciosa. Para diagnosticá-la, precisamos de médicos especialistas, para isso, precisamos investir na capacitação e contratação de médicos para atingir a exatidão nos diagnósticos. Vamos investir, também, num atendimento humanizado, pois os doentes precisam se sentir acolhidos para a eficácia do tratamento.

O que Sergipe pode esperar de um possível governo seu, no tocante à cultura nociva de se deixar pessoas qualificadas sem emprego, mas abrigar em CCs cabos eleitorais, que, na maioria das vezes, recebem mais que servidores concursados? (por Joedson Telles)

Betinho: Primeiro que, diferente dos outros candidatos, não temos nenhuma obrigação com qualquer outro partido. Os sergipanos podem esperar um Governo que respeita os trabalhadores, dando condições para todos de maneira justa e digna. Não concebo uma gestão pública que não valoriza os servidores. O desenvolvimento de Sergipe, para ter sucesso nas ações, depende diretamente deste profissional, por isso eles precisam ser tratados como parceiros diretos.Irei incentivar os funcionários públicos a trabalhar com mais afinco, tendo como ideia central normatizar as carreiras ainda sem regulamentação e estabelecer um regime de metas em todas as secretarias, remunerando mais e melhor os servidores que atingirem as metas; mais concursos e redução imediata do número de secretarias e cargos comissionados, para investir no servidor.

Sergipe é um estado conhecido não apenas por suas belezas naturais, mas também pela sua riqueza cultural. Como o senhor acha que é possível fomentar e difundir a cultura  sergipana, que é tão rica? (por Lays Millena)

Betinho: Iremos resgatar todos os festivais que existiram no passado e incentivar a criação de outros para valorizar ainda mais o artista e a cultura de Sergipe. Por exemplo, trabalho na área e entendo sobre o assunto, por isso farei pela cultura de Sergipe o que jamais foi visto, pois falo da nossa identidade, que não pode ficar esquecida e desvalorizada da maneira que se encontra. O folclore, a musicalidade, a expressão teatral, os blocos carnavalescos, escolas de samba, as festas culturais nos municípios, o resgate da identidade artística do nosso Sergipe deve e será motivado, fazendo com que a Educação e a Cultura interajam no campo estudantil fomentando a renovação deste segmento, que não acontece há décadas. A política cultural deve ser a seguinte: privilegiar o artista local para, se houver brechas, oportunizarmos os de fora. Dê-me a oportunidade de governar o nosso Estado para, com isso, mostrar que poderei fazer algo melhor e de extrema qualidade.

Como pretende diminuir o avanço da criminalidade, que se tornou tão avassaladora nos últimos anos no estado? Quais os mecanismos essenciais para uma melhor ação de combate ao crime? (por Marcio Rocha)

Betinho: Os bandidos perceberam que em Sergipe eles roubam, matam, estupram e é possível ficar impune. Cidades do interior com mais de 10 mil habitantes e um contingente de três policiais para cuidar da segurança é algo que não deveria sequer ser cogitado, mas é realidade, infelizmente, é a nossa realidade. Para se ter uma ideia, é relativamente mais fácil alguém ser assassinado em Sergipe do que em São Paulo, o que é um absurdo. O sergipano se sente inseguro, porque não acredita mais na capacidade da nossa polícia em garantir nem a vida das pessoas e muito menos o patrimônio, e esse descrédito só existe porque falta policial e planejamento tático. Defendo a unificação das polícias e a equiparação salarial, de acordo com os cargos de cada categoria. Assim, unidas, as polícias Militar e Civil poderão trabalhar melhor e com mais competência. É alarmante, e cito como exemplo o serviço 190, em que o cidadão muitas vezes está em apuros etem que esperar entre 40 e 50 minutos pelo atendimento da viatura, segundo dados da SSP. E quando isso acontece, nesse meio tempo, os marginais param para um cafezinho? Lógico que não. Se não existir um trabalho de estratégia com dois perfis - GRANDE ARACAJU e INTERIOR, dando instrumentos para a ação continuada e eficaz para a Segurança Pública atuar –, o indivíduo poderá desacreditar cada vez mais na interferência do Estado e entender que ele mesmo possa fazer justiça, o que seria uma catástrofe. No nosso Governo, juntos faremos a diferença, com o aumento imediato do efetivo por meio de concurso público para dois mil policiais e investimentos diretos na compra de equipamentos, caracterizando, assim, os primeiros passos para a garantia de uma Administração diretiva. Agregado a isso, uma medida que tomaremos como preventiva é o incentivo aos esportes nas Escolas Públicas, contratando educadores capacitados para desenvolver atividades que envolvam as crianças e jovens onde terão chances de um futuro – com disciplina, saúde e qualidade de vida –, longe da criminalidade.

Sergipe tem poucas áreas remanescentes de Mata Atlântica; em Aracaju, arborização e áreas verdes são escassas, sobretudo na periferia, e até hoje coleta seletiva de lixo não é uma realidade. Quais as suas propostas para aumentar a qualidade ambiental no Estado? (por Mônica Pinto)

Betinho: Sergipe, como os outros estados, sofre com a falta de planejamento ambiental, crescimento desordenado e municípios que não especificam em seus planos diretores (muitos nem têm) como é que a natureza e o progresso, atrelado à questão habitacional, devem ser trabalhados. As áreas remanescentes de mangue, por exemplo, têm sido um entrave, isso fica claro na capital que, no passado, tinha em seu ecossistema a maior parte do território coberto por esta vegetação. Nossa sugestão já especificada como meta de Governo é que seja feito um trabalho de parceria envolvendo o poder público e privado para adequar a questão urbana e o respeito ao meio ambiente, trocados em incentivos fiscais, em menor proporção nos moldes que as grandes nações dão em incentivos para empresas que adquirem os créditos de carbono. Quanto à questão da coleta de lixo, o Estado pode dar suporte aos Municípios, incentivando os consórcios intermunicipais para o tratamento dos resíduos sólidos, gerando emprego e insumos para outros setores, a exemplo da agricultura que pode aproveitar o lixo orgânico depois de beneficiado e transformado em adubo. Essa é uma pequena amostra do que faremos para melhorar a qualidade do ar e do ambiente dos sergipanos.

A compra de voto é silenciosa. E mesmo sendo crime eleitoral, infelizmente, continua a acontecer. Como combater essa ação? Quais as maiores dificuldades que o Ministério Público Federal encontrará para coibir este tipo de crime nestas eleições? De que forma pretende atuar com transparência em seu governo, caso seja eleito? (por Tiffany Tavares)

Betinho: Quem age assim deve ser tratado como criminoso: cadeia para quem realiza este tipo de delito. No momento, acho que a Justiça Eleitoral vem utilizando muito bem os mecanismos de comunicação para orientar o eleitor na importância do voto e  o significado de escolher bem seus representantes. O Estado fará a sua parte no momento em que oferecer uma educação de excelência, formando cidadãos conscientes dos plenos direitos que poderá gozar, isso nós pretendemos ofertar. O MPF tem coibido com rigor as ações daqueles que tentam burlar a lei e, assim, todos desempenham bem o papel que lhes é conferido. Transparência é uma obrigação legal, mesmo devendo ser um princípio individual, o Governo de Sergipe, a partir de janeiro de 2015, terá uma forma transparente de tratar a Administração Pública, acesso irrestrito às contas, deixando claros a origem e o destino de tudo que for executado financeiramente no Estado.


Nesta quarta-feira (17), leia a entrevista com o candidato do PSC, Eduardo Amorim.

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