Por Fernanda Araujo

Dia 5 de outubro é o momento para se colocar a cidadania em prática e ir às urnas eleger presidente, governador, deputados federal e estadual, e senador. As campanhas eleitorais estão chegando a sua fase final, e o F5 News buscou fazer um balanço com os vereadores de Aracaju (SE).

O pastor Roberto Moraes (SDD - ao lado), denunciou nesta quarta-feira (24) a compra de votos na Zona de Expansão e as agressões excessivas de palavras entre os adversários durante o horário eleitoral e as campanhas nas ruas. Para ele, essas atitudes, principalmente o oferecimento de

dinheiro para colocação de placas e troca de votos o entristece. “Eu quero aqui parabenizar ao TRE em disponibilizar o número, inclusive com dispositivo WhatsApp,  para que as pessoas denunciem mandando provas com fotos, isso é um grande avanço. Devemos bater muito nessa tecla. Mas, no geral eu entendo que estamos vivendo um novo processo, apesar de que com muitos resquícios de pontos negativos do passado”, avalia.

Segundo o vereador, no entanto, houve avanços nas eleições tendo em vista que o eleitorado está mais consciente de seu voto, analisando e comentando as propostas dos candidatos nas redes sociais. Paralelo a isso, as agressões entre candidatos e aliados ainda mancham as campanhas. “Coloca-se muita emoção nesse momento, quer apresentar seu candidato, mas não respeitam o bem particular de alguém, como carros, muros. Externo o meu desejo de termos uma campanha mais enxuta no futuro só com o santinho e o espaço eleitoral, daí o cidadão corra atrás do voto. Quem sabe essa seja uma maneira de evitarmos o êxtase emocional nas campanhas”, acredita o parlamentar.

Lucas Aribé (PSB), na tribuna, declarou que esses ataques entre os candidatos durante a campanha pioram a imagem dos políticos. “Não se assustem se aparecerem muitos votos nulos e brancos, e alta abstenção. Eu já conversei com algumas pessoas que afirmaram não votarem ou votar nulo por conta disso. É preciso incentivar a participação popular no dia a dia dos políticos”, disse. Para o vereador Valdir Santos

(PT do B - ao lado), é normal que as campanhas ao chegarem ao período do dia 5 de outubro os nervos dos candidatos ficarem com os nervos a flor da pele. Ele observa que há desespero de alguns concorrentes “dizendo que estão tirando placa um do outro”. Para ele, é melhor pedir que a população analise o passado e o presente dos candidatos, o projeto de plano de governo, bem como dos cargos eletivos, ao invés de agredir aos colegas parlamentares. “Não adianta está agredindo adversários porque os inimigos de hoje serão os amigos de amanhã”, completa.

Lucimara Passos (PC do B) avalia que, na reta final, o percentual de indecisos começa a se definir e o eleitor a prestar mais atenção no programa eleitoral. Porém, conforme relatos de terceiros, ela lamentou as atitudes desrespeitosas de alguns candidatos tentando destruir material de campanha dos adversários, inclusive, dando exemplo do que ocorreu na própria casa. “Eu acho que o eleitor tem se comportado bem, mas os candidatos infelizmente ainda não coíbem de suas equipes esse tipo de atitude. Pela terceira vez consecutiva alguém da equipe do candidato diferente daquele que eu voto coloca adesivos em uma placa que tenho na minha casa onde faço propaganda do meu candidato. Mantiveram o nome do meu candidato e colocaram adesivo com o número do outro. Inclusive estou encaminhando denúncia formal para o TRE, tenho câmeras de segurança e o cidadão que fez isso foi filmado. Eu tenho certeza de que no dia em que a população decidir denunciar, esses atos diminuíram consideravelmente. Não tenho ouvido relatos sobre compra de votos, mas a gente sabe que ainda existe e que o TRE precisa atuar cada vez mais para coibir, doa a quem doer, quem comprou e quem vendeu. Não se vive democracia plena enquanto alguém se aproveitar da condição social de outro para ganhar eleição”.

De acordo com Emanuel Nascimento (PT) a campanha sempre é um momento de conflito, mas a desse ano desde o início está morna. “Mas, a gente percebe que existe hoje uma certa ansiedade do povo para votar em bons candidatos. A campanha é uma escola da democracia, quanto mais a gente vota mais a gente aprende. Eu lamento, mas toda a campanha tem alguém arrancando algo de outro, e vice e versa, eu acho que deve procurar a justiça. Eu nunca fiz, nunca vou fazer e condeno aqueles que fazem. Hoje a eleição não está sendo nem eleitoral, mas sim de acerto. É R$ 10 mil, 20 mil, 30 mil, enfim, você vai conversar com uma pessoa e pedem algo em troca. É uma vergonha. O povo deveria ser o juiz dessa eleição. O comprador de voto é inimigo da democracia. É lamentável que tenham alguns políticos que ainda vivam de comprar voto e eleitores que aproveitam para se vender”, argumenta.

Foto principal: Fernanda Araujo

Foto 2 e 3: Acrisio Siqueira/CMA