Por Joedson Telles

Gualberto culpa Eduardo Amorim por veto da Alese ao Proinveste

O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), tão logo percebeu que, por maioria, a Assembleia Legislativa derrubaria os três Projetos de Lei do Executivo, que solicitavam autorização do Legislativo para o Estado contrair um empréstimo de R$ 727 milhões junto ao Governo Federal, através do Proinveste, solicitou um chamado ‘pela ordem’ e passou a atribuir a culpa ao senador Eduardo Amorim (PSC). Segundo ele, o senador pagará um preço eleitoral muito alto por ter orientado sua bancada a derrotar o Proinveste – e, por tabela, obras e empregos para Sergipe.

“Não imaginava que na perspectiva de ser governador, o senador Eduardo Amorim chegasse com o Proinveste e preferisse detonar o estado de Sergipe, achando que chegando em 2014, na cabeça dele, com o nosso grupo fragilizado e com o estado sem obras, sem empregos, ele será governador com mais facilidade. Com toda minha humildade, digo que parece que ele faz a maior bobagem política da sua história. É um senador que não tem muito tempo de vida política. Iniciou na Secretaria de Estado da Saúde (governo João Alves), se tiver uma CPI estaremos tratando desse assunto no momento.  Vamos ter que ver como é que com doutor Amorim dava certo, e identificar o que está dando errado”, ironizou.

Gualberto disse ainda que Eduardo Amorim começou como deputado federal, soube entrar no grupo liderado pelo governador Marcelo Déda  e soube romper. “Mas, agora, ele não está coordenando uma ação de rompimento, ou de partido, mas contra Sergipe. Nenhum estado brasileiro deixou de efetuar essa operação. Aqui eu vi, por exemplo, o deputado Gilmar Carvalho fazer intervenções que, se eu não fosse um bom ouvinte carimbado e registrado, tinha desligado o rádio”, disse Gualberto.

O deputado petista afirmou, e lamentou ao mesmo tempo, que o  radialista Gilmar Carvalho disse em seu programa de rádio que o Estado não tem dinheiro para fazer o Plano de Cargos e Salários dos Servidores e que a Fundação da Saúde Pública está devendo. “O senhor tem todo o direito de fazer isso: o rádio é de Amorim, o microfone é de Amorim, a voz é de vossa excelência... Absurdos não tem nada a ver o Proinveste com os problemas que o Estado está enfrentando. Se o senador for candidato a governador, já apresentou seu cartaz: ‘estadista não sou. Republicando não sou. Quais os interesses que vou atender, Deus saberá’. Quero lamentar”.        

Gualberto observou ainda que, no início das discussões, o senador Amorim dizia que a votação na Assembleia seria de responsabilidade dos deputados, e que ele não era contra o empréstimo. “E mostramos sua contradição aqui, quando ele dizia que o Hospital do Câncer não tinha projeto. E fizemos intervenções até que ele assumiu que era contra. Estou com o Universo Político.com guardado. Ele assumiu: sou contra o Proinveste. Temos que buscar recursos de emenda”, observou Gualberto.

Gualberto lembrou que nunca concordou com a aliança que o PT fez com Eduardo Amorim, quando da reeleição do governador Marcelo Déda, em 2010. “Na época, nos dissemos: se tivermos de perder, vamos perder. Porque aqui não tem futuro. E fizemos as argumentações que não queremos fazer aqui. E na hora que fomos voz vencida, vim para a tribuna e tratei o senador com todo o respeito possível, só não pedi voto para ele em lugar nenhum”, admitiu.