Maia acusa Bolsonaro de mentir sobre 13º do Bolsa Família | F5 News - Sergipe Atualizado

Maia acusa Bolsonaro de mentir sobre 13º do Bolsa Família
"A população não merece pagar a conta por causa da incompetência do governo", diz
Política | Por Agência Câmara de Notícias 18/12/2020 14h05 - Atualizado em 19/12/2020 12h06


Em discurso no Plenário, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acusou o presidente Jair Bolsonaro de mentir ao dizer que ele (Maia) era o responsável pelo fato de o governo não pagar neste ano o décimo-terceiro salário para os beneficiários do Programa Bolsa Família.

"O próprio ministro Paulo Guedes hoje confirmou que o presidente é mentiroso quando disse que de fato não há recursos para o décimo-terceiro do Bolsa Família", rebateu. "Ontem, fiquei muito irritado porque nunca imaginei que em um país como o Brasil um presidente da República pudesse, de forma mentirosa, tentar comprometer a imagem do presidente da Câmara ou de qualquer cidadão brasileiro."

O presidente da Câmara afirmou que o Parlamento ainda pode trabalhar em janeiro para construir os caminhos para incluir de 8 a 12 milhões de brasileiros no Bolsa Família, sem ferir as regras orçamentárias. "Propus não termos recesso, nem a Câmara, nem o Senado, nem o Judiciário, para trabalhar em janeiro na construção de um programa social dentro da realidade do Orçamento primário do Brasil", disse.

MP 1000

Maia citou que tem recebido muitos pedidos para colocar em votação a Medida Provisória 1000/20, que instituiu a prorrogação do auxílio emergencial, no valor de R$ 300, em quatro parcelas, de setembro a dezembro. Ele lembrou que o líder do governo, deputado Ricardo Barros, afirmou ontem que o governo não tinha interesse nessa votação, porque a MP já cumpriu seu objetivo.

"Eu precisava fazer esse discurso para resguardar a imagem da Câmara e da minha presidência. Amanhã, a narrativa vai ser que nós acabamos com o auxílio emergencial porque não votamos a MP. Então, foi muito importante o governo entrar em obstrução contra a MP 1000, porque isso ficou registrado na imprensa e aqui na Casa", disse.

Leal adversário

O presidente da Câmara disse que continuará onde sempre esteve, ao lado da democracia e contra a agenda de costumes, que divide e radicaliza o Brasil e gera ódio entre as pessoas. "Como essa é a agenda do presidente [Bolsonaro], continuarei sendo seu leal adversário naquilo que é ruim para o Brasil e serei aliado do governo, e não do presidente, nas pautas que modernizam o Estado Brasileiro", afirmou.

Segundo ele, a carga tributária brasileira é muito alta, e "a população não merece pagar a conta mais uma vez por causa da incompetência e da falta de coragem do governo de implementar aquilo que prometeu".

Atuação da Câmara

Rodrigo Maia defendeu a atuação da Câmara dos Deputados e do Senado no combate à crise do coronavírus: "Sem falsa modéstia, foi a Câmara dos Deputados que comandou o Brasil na pandemia. Fomos nós, unidos, e o Senado, que construímos os caminhos, o auxílio emergencial, a PEC da Guerra, aprovamos recursos para cultura, esporte, profissionais de saúde, comunidades indígenas. Garantimos o País funcionando, porque o negacionismo do governo e a depressão do ministro da Economia fizeram com que o Parlamento assumisse esse papel."

De acordo com Maia, Bolsonaro e seus apoiadores articulam nas redes sociais para desqualificar e desmoralizar a imagem dos adversários. "É a mesma narrativa que os bolsomínions usam há um ano comigo sobre as medidas provisórias que perdem a validade nesta Casa. Peguem as redes sociais dos extremistas bolsomínions que vocês vão ver."

Maia propôs um diálogo sobre o futuro do País que não envolva a atribuição de responsabilidades. "Quando você disputa uma eleição para presidente da República, você assume a responsabilidade de dar o norte ao nosso País. Infelizmente, não é o que tem acontecido nos últimos quase dois anos", lamentou.

Rodrigo Maia também acusou o presidente da República de proibir ou indicar ao relator da PEC Emergencial, senador Márcio Bittar (MDB-AC), de colocar em votação gatilhos para controlar o teto de gastos.

"Se hoje o presidente não consegue promover uma melhora do Bolsa Família ou uma expansão do Bolsa Família para esses milhões de brasileiros que ficarão sem nada a partir de 1º de janeiro, a responsabilidade é exclusiva dele. Tem um governo liberal na economia, mas não tem coragem de implementar essa política dentro do governo e do Parlamento", afirmou.

Maia lembrou que fez várias sugestões em setembro para destinar recursos para a expansão do Bolsa Família. "Se o presidente tivesse tido coragem, poderíamos estar discutindo hoje o décimo-terceiro e a expansão do auxílio emergencial. A visão da esquerda é diferente da nossa, mas mesmo no nosso campo fizemos muitas propostas. Queremos construir as condições para melhoria da transferência de renda para as atuais famílias e para as famílias que precisam de recursos na crise", observou.

Mais Notícias de Política
Reprodução
12/05/2024  10h45 Amália Barros: quem era a deputada amiga de Michelle que morreu
reprodução/redes sociais
11/05/2024  19h33 Zezinho Sobral assume Governo de Sergipe durante viagem de Fábio para Europa
Youtube/Reprodução
11/05/2024  19h19 Por vídeo, Bolsonaro fala sobre o Brasil e eleições durante ato em Aracaju
Gabriel Ribeiro/F5 News
11/05/2024  13h42 Em Aracaju, Michelle Bolsonaro defende maior participação das mulheres na política
Lula Marques/Agência Brasil
10/05/2024  07h22 TSE marca julgamento de recursos que pedem cassação de Sergio Moro

F5 News Copyright © 2010-2024 F5 News - Sergipe Atualizado