Movimentos sociais pressionam por reforma política com plebiscito
Política 02/09/2014 14h14Por Elisângela Valença
Movimentos sociais, populares e trabalhistas em todo Brasil estão, desde ontem (1º) e seguem até o dia 7 de setembro, recolhendo votos para o Plebiscito Popular da Reforma Política. “Ele não tem validade legal, mas tem força política para pressionarmos o Congresso Federal a chamar uma Assembleia Constituinte exclusiva para rever o sistema político brasileiro”, explicou Roberto Silva, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe (CUT/SE).
Em Aracaju, as urnas ficam até o sábado (6) no cruzamento dos Calçadões da João Pessoa com Laranjeiras. No domingo (7), as urnas irão para o Grito dos Excluídos, que vai acontecer no desfile cívico da avenida Barão de Maruim.
Para o movimento, é preciso que haja uma reforma política urgente no Brasil. “O que prevalece na política é a força do dinheiro, dos acordos financeiros feitos entre financiadores e políticos. A prova disso é que a sociedade não está representada nas esferas políticas. O jovem não está representado, a mulher não está representada, nem o negro, nem o idoso, nem o índio. É preciso que se prevaleça a proposta de trabalho e não os acordos financeiros”, disse Roberto.
Na proposta de reforma política constam itens como o fim do financiamento privado de campanhas políticas. “Com um fundo público, é possível que se tenha paridade entre os partidos e todos possam, sim, trabalhar em cima de propostas para o povo”, acredita Roberto.
A expectativa é de que se colete vinte milhões de votos no Brasil e que se possa pressionar o Congresso, assim como aconteceu na campanha da Ficha Limpa. “A Ficha Limpa foi uma vitória do povo. Hoje, podemos ver grandes nomes poderosos da política sem poderem se candidatar por terem a ficha pública suja”, comentou.
A população tem se mostrado disposta a discutir o assunto. Em poucos minutos de urna instalada, o estande já estava cheio de pessoas debatendo e votando.
“Se a gente quer mudança, ela tem que começar por a gente mesmo. A gente tem que participar e cobrar para que a política seja cidadã”, disse a estudante de Engenharia Civil, Antônia Elias. “Os benefícios têm que ir para o povo e não apenas para alguns”, disse a estudante de Estatística Ana Maria da Silva.
“O exercício da cidadania tem que ser pleno e acontecer em todos os momentos de nossa vida. Na política, não pode ser diferente. A cidadania não pode ser exercida apenas na hora de votar e acompanhar o político. Toda e qualquer pessoa tem que poder se candidatar, independente de ter partido”, avaliou o aposentado José Givaldo Hélcias Viana.
“A população precisa de melhores condições de vida, que passa pelo emprego, educação, melhores salários, acesso à saúde, lazer. E todas estas coisas passam pelas mãos dos políticos. Como muitos deles trabalham em benefício próprio e de seus acordos, a população sofre”, disse o aposentado Valter Rogério de Assis.
“O financiamento privado de campanhas acaba comprometendo o político com seu financiador e não com o povo, que deve ser o beneficiado do trabalho político. O compromisso de todo e qualquer político e gestor público tem que ser com a população”, disse o jornalista Eraldo Souza.
“Infelizmente, a nação brasileira sempre foi usada como massa de manobra para o benefício de quem detém o poder. Um dos muitos exemplos é a própria Proclamação da República. A mudança tem que acontecer, o poder tem que ficar nas mãos do povo. E a mudança do sistema também tem que vir do povo, deixando de vender o voto, votando corretamente e exercendo a cidadania”, defendeu a professora de História Tamara Souza.
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