“Quem depende do serviço público de saúde é humilhado”, diz Laércio | F5 News - Sergipe Atualizado

“Quem depende do serviço público de saúde é humilhado”, diz Laércio
“Por isso que apresentamos a proposta de um novo Sergipe”, justifica
Política 02/09/2014 03h35


Por Joedson Telles

O deputado federal Laércio Oliveira (SDD) ajuíza, nesta entrevista, que o Pronto-Socorro do Hospital João Alves espelha um cenário de filme de guerra. “Pessoas amontoadas por todos os lados, sem o mínimo de dignidade”, lamenta o parlamentar, argumentando que Sergipe enfrenta problemas como este em praticamente todas as áreas. “Por isso que apresentamos a proposta de um novo Sergipe com Eduardo Amorim no governo. É para corrigir a situação que estamos vivenciando. Quem depende do serviço público de saúde é humilhado para receber um atendimento abaixo do padrão mínimo de qualidade. Precisamos mudar esse quadro e para isso, temos que ter um governador que tenha novos ideais, faça política com modernidade e seja visionário. Por isso, acredito que temos a melhor proposta para o governo de Sergipe”, diz. O deputado ainda comenta o processo eleitoral e fala sobre o seu projeto de reeleição. “Nesse meu primeiro mandato, foram 104 projetos apresentados, 147 discursos em plenário, 622 proposituras entre requerimentos e indicações, além de R$ 60 milhões emendas parlamentares para os municípios sergipanos, para serem investidos em saúde e infraestrutura e melhorar a qualidade de vida da população. Então, acredito que o ponto alto do meu mandato é mostrar resultados com trabalho”, salienta. A entrevista:

Já é possível fazer um balanço dessa campanha? Como os eleitores estão recebendo Laércio Oliveira?

Quando me apresento, peço sempre que pesquisem sobre mim e muitos já conhecem o meu mandato. Sempre comentam sobre algum projeto que apresentei ou alguma ação específica lá na Câmara dos Deputados. A campanha está em um ritmo muito frenético e estou visitando todos os bairros de Aracaju e municípios sergipanos, apresentando minhas propostas e prestando contas de meu mandato. Fico feliz ao encontrar com pessoas que sabem o que venho realizando em Brasília. Quanto mais ando por Sergipe, mais satisfeito com a receptividade do povo eu fico. Tenho orgulho de ser deputado de Sergipe.

O que os eleitores estão dizendo aos políticos nestas eleições? Há as cobranças de sempre apenas ou algo mais?

As pessoas sempre fazem cobranças pertinentes, como a luta por uma categoria, alguma lei que devemos buscar a aprovação, o pedido de emendas para determinadas obras em cidades. Essa é a prova que o eleitor está mais esclarecido. Entretanto, ainda há aquele tipo de pessoa que pede dinheiro ou qualquer tipo de benefício. Esse é o eleitor viciado, que acostumou com o modo antigo de se fazer política que não pode mais existir. Para esse tipo de pessoa, explico o que faço e o porquê de ser diferente. É preciso coragem para fazer a política de forma diferente e o povo sergipano está aceitando isso.

Assistimos a uma campanha, em determinados momentos, com níveis rasteiros. As propostas são substituídas por agressões. O eleitor pode punir o candidato que apelar para este tipo de coisa?

Eu, pessoalmente, prefiro uma campanha com discussão de propostas de trabalho, com um nível mais elevado. Mas a campanha em Sergipe também tem jogo de acusações, as perseguições políticas contra alguns candidatos, a destruição de material de campanha de várias pessoas, além das ofensas direcionadas às pessoas, familiares e correligionários. Mas nas ruas ao que tenho assistido são grandes atos públicos sem nenhum tipo de problema. O eleitor costuma punir, sim, candidatos que, ao invés de mostrar propostas políticas, ataca o opositor. Muito frequentemente, o ataque vira contra o atacante.

O senhor é considerado o 3º melhor deputado do Brasil, segundo a Revista Veja e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. O que isso significa para um deputado de primeiro mandato – e até para Sergipe?

O ranking foi feito a partir do posicionamento de deputados federais e senadores em relação a propostas de ajuste na legislação brasileira capazes de contribuir para a consolidação de um país mais moderno e competitivo. Ao ver esse ranking da Veja, a primeira coisa que pensei é que é possível ser um bom parlamentar sem extrapolar os limites do respeito, da obediência cívica e da educação. O orgulho de ser deputado federal é o que me alimenta a cada dia. É a vontade de traduzir em cada atitude a importância do voto de confiança que recebi dos sergipanos que acreditaram nas minhas palavras.

O que o senhor apontaria como os pontos mais altos do seu mandato? Os seus principais argumentos junto ao eleitor para que este trabalho não seja interrompido?

Logo após sair esse ranking da Revista Veja, a Folha de S. Paulo me ligou para perguntar a que eu atribuía o fato de ser o terceiro melhor do Brasil, já que estou no primeiro mandato e sou do menor estado do Brasil. Eu respondi: eu trabalho. Nesse meu primeiro mandato, foram 104 projetos apresentados, 147 discursos em plenário, 622 proposituras entre requerimentos e indicações, além de R$ 60 milhões emendas parlamentares para os municípios sergipanos, para serem investidos em saúde e infraestrutura e melhorar a qualidade de vida da população. Então, acredito que o ponto alto do meu mandato é mostrar resultados com trabalho.

O senhor tem dito ser possível fazer política com honestidade e desafia alguém a apontar o contrário em sua vida pública. O eleitor tem compreendido esta mensagem?

O processo de conscientização do eleitor brasileiro é longo e progressivo. Acredito que cada vez mais vamos acabar com a valorização daquele discurso “rouba, mas faz”. Tenho trabalhado diariamente no meu mandato para mostrar que é possível, sim, fazer política com honestidade e competência. Pensando nisso, sugeri o desafio para o eleitor analisar as propostas e a trajetória de cada candidato. Assumi fazer política de maneira limpa e correta e venho honrando a minha palavra. Não me envolvi em escândalos, não respondo processos nem nunca fui acusado de nada. Defendo amplamente uma reforma política que leve em conta os valores éticos e morais, para não deixar entrar na política aqueles que não têm o compromisso único de fazer o bem para o país.

Quais serão os pilares de um novo mandato de Laércio Oliveira, além, evidente, de continuar o trabalho iniciado no atual mandato?

O estudo da revista Veja que me colocou como o terceiro melhor deputado do Brasil levou em consideração a luta por um país mais moderno e competitivo. É justamente essa a minha linha de atuação. É preciso valorizar o trabalho. O setor produtivo hoje é sobrecarregado de impostos. E quando eu falo setor produtivo, eu incluo as empresas (especialmente as micro e pequenas) e os trabalhadores. Porque com menos impostos, é possível ter mais empregos. E também tornar o Brasil competitivo internacionalmente. O “Brasil Eficiente”, movimento apartidário nascido em 2010, no âmbito da renomada Fundação Getúlio Vargas, classifica o sistema brasileiro como um “manicômio tributário”. São mais de 50 tributos que dificultam a vida das empresas e do cidadão”. É preciso criar no Brasil um ambiente favorável ao trabalho, ao empreendedorismo e ao desenvolvimento. Meu mandato segue essa linha.

O prefeito de Socorro, Fábio Henrique, afirmou várias vezes que nenhum deputado federal levou tantos recursos para Socorro como Laércio Oliveira. Quanto o senhor conseguiu para aquele município, ao todo, e o que Socorro pode esperar de um segundo mandato de Laércio Oliveira?

Indiquei para Socorro R$ 41 milhões para diversas obras do município. Desse valor, R$ 23 milhões estão garantidos para reforma, equipamentos e construção de postos de saúde, construção do centro de recuperação de viciados e pavimentação de vários conjuntos e loteamentos. Uma das obras mais adiantadas é a pavimentação de todo o anel viário do Conjunto Jardim que está em fase de conclusão. Também R$ 3 milhões para a compra de nove caminhões e sete tratores novos que já estão sendo utilizados nas obras em andamento. Vou continuar buscando recursos para Socorro, como forma de gratidão ao povo do município, mas também para outros municípios sergipanos, independente de partidos políticos.

O senhor afirmou outro dia em uma entrevista que, dos 513 deputados federais, não existe nenhum mais feliz que Laércio Oliveira. Por que, deputado?

Porque estou tendo a oportunidade de colocar em prática no meu mandato tudo que sempre defendi. Como presidente da Federação Nacional das Empresas e Limpeza Ambiental, circulei por alguns anos pelos corredores da Câmara dos Deputados defendendo os interesses do meu setor e tentando levar para os deputados uma agenda em defesa do setor produtivo, de um Brasil competitivo com menos impostos. Agora estou tendo oportunidade de, como parlamentar, colocar isso em prática. Durante todo o mandato, eu também visitei os municípios para ouvir dos moradores as suas necessidades para apresentar minhas emendas. Fico muito feliz quando volto nessas cidades e vejo as obras já prontas, de uma forma que melhorou a qualidade de vida dessas pessoas. Ao todo são 118 obras em andamento.

Seu agrupamento propõe um novo projeto para Sergipe. Como o senhor avalia o atual governo?

O Estado de Sergipe está enfrentando problemas sérios. A começar pelo serviço público. Os servidores do Estado estão recebendo pagamentos abaixo do salário mínimo, em virtude de gastos excessivos do governo. A Lei de Responsabilidade Fiscal está fazendo os servidores públicos serem penalizados injustamente com a redução de seus salários, sem que haja uma expectativa de regularização. Isso é nocivo para o bom funcionamento do Estado, e principalmente, para o bem estar das pessoas. Temos problemas também em outros setores que deveriam funcionar bem como educação, saúde e segurança. Sobre a violência, hoje somos reféns dentro de nossas próprias casas. Todos os dias são registrados vários assaltos, motivados por drogas, principalmente e Sergipe sofre por não ter um local público que faça o tratamento dos dependentes químicos. Inclusive, como parlamentar, destinei recursos para a construção de um centro de recuperação de viciados em Nossa Senhora do Socorro. Na área de saúde, os hospitais sergipanos estão com problemas de atendimento. O que se vê no Pronto-Socorro do Hospital João Alves, por exemplo, é cenário de filme de guerra. Pessoas amontoadas por todos os lados, sem o mínimo de dignidade. Por isso que apresentamos a proposta de um novo Sergipe com Eduardo Amorim no governo. É para corrigir a situação que estamos vivenciando. Quem depende do serviço público de saúde é humilhado para receber um atendimento abaixo do padrão mínimo de qualidade. Precisamos mudar esse quadro e para isso, temos que ter um governador que tenha novos ideais, faça política com modernidade e seja visionário. Por isso acredito que temos a melhor proposta para o governo de Sergipe.

Como está a sua campanha de reeleição?

A campanha é um período fantástico de maior contato com o eleitor, de continuar ouvindo suas necessidades para pensar um próximo mandato. Para você ter uma ideia, desses 104 projetos apresentados, quase todos foram sugestões de pessoas me passavam, seja nas ruas, nas redes sociais ou também amigos. Quase todas as emendas também foram apresentadas ouvindo as necessidades da população. É um período que muito me gratifica, pois é quando sentimos o maior feedback da população em relação ao nosso trabalho. Tenho recebido muitas manifestações de carinho e apoio em todos os municípios sergipanos. Isso me deixa muito feliz, pois tenho a certeza do dever cumprido com muito trabalho e dedicação. Fui eleito com 80 mil votos, mas sou deputado de 2 milhões de sergipanos. Ver o sorriso no rosto de cada um que visto, cumprimento e que se manifesta me faz feliz e me encoraja para seguir em frente dando orgulho a Sergipe.

Quem vence a eleição para governador do Estado, deputado?

A campanha está em curso, cada um com suas ações e as pesquisas apontam vantagem ora pra um, ora pra outro. Tenho plena convicção que Eduardo vencerá esse pleito mediante o voto de confiança dos sergipanos. Ele é um homem jovem e que tem iniciativa para fazer, sim, um bom trabalho por Sergipe, provou isso no senado e também quando foi deputado federal. Sua brilhante trajetória política o credencia para ser o governador que Sergipe precisa. Da minha parte, não há nervosismo, sinto por todos os lugares aos quais eu vou, uma grande receptividade do povo com Eduardo. Pensa e age como o povo quer.

 

Com colaboração de Carla Passos e Márcio Rocha

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