Sem reajuste na tarifa, Setransp alerta para possível crise no sistema | F5 News - Sergipe Atualizado

Sem reajuste na tarifa, Setransp alerta para possível crise no sistema
Prefeitura de Aracaju, no entanto, não cogita conceder aumento
Política 26/04/2014 08h00


Por Will Rodrigues

Essa semana, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) publicou uma matéria afirmando que o acordo  concedendo um reajuste de 8% no salário, além de 11,11% a mais no tickect de alimentação dos rodoviários, firmado no começo desse mês, e o aumento nas despesas com a manutenção da frota, geram um “desequilíbrio econômico do setor que ameaça um novo período de crise”. Entretanto, a Prefeitura de Aracaju não planeja realizar reajuste na tarifa esse ano, tanto que a planilha enviada pelo Setransp à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) de Aracaju, não está na pauta de discussões do órgão e também não foi enviada à Câmara de Vereadores de Aracaju (CMA) para análise.

A matéria do Setransp cita exemplos de outras capitais onde a categoria ainda não recebeu aumento, mas já houve reajuste no valor da passagem e o presidente do Setransp, Adierson Monteiro, afirma que a única forma de manter o equilíbrio econômico é garantindo uma tarifa acessível para a população e para as empresas, uma vez que em Aracaju o transporte não tem subsídios. “A tarifa é importante para manter os investimentos e dar equilíbrio ao setor com o aumento dos custos para o serviço, e, em muitos momentos, com a queda do número de passageiros”.

Alguns vereadores acreditam que é preciso haver entendimento entre as partes para que ninguém seja prejudicado, entretanto não acreditam numa possível crise, como o vereador Valdir Santos (PtdoB) que defende uma maior valorização dos aposentados e servidores públicos por parte do executivo nacional, estadual e municipal. “Se a população estivesse ganhando bem, não acharia ruim na hora de pagar a nova tarifa, eles iam exigir apenas qualidade no serviço. Quando há um aumento gera problema para população, mas os rodoviários precisam ser valorizados e os empresários não podem manter a empresa sem haver reajuste, é preciso haver contrapartida do município de Aracaju, verificando as tabelas de custo e entrando em acordo para poder conceder uma tarifa que a população possa pagar”, opina.

O vereador Emmanuel Nascimento (PT) atribui a solução dos problemas do transporte público municipal, incluindo as discussões sobre a tarifação, à realização do processo de licitação e se posiciona contra o aumento. “A licitação vai resolver todos os problemas, porque você vai trabalhar com mais certificação, mais efetividade e a tarifa vai passar a ser técnica e não política. Mas esse atual sistema não merece aumento, o sistema não está bom, então porque aumentar? Não há competição, o transporte tá se tornando um monopólio. É preciso que haja licitação e um estudo da viabilidade econômica do aumento, eu só vejo o Setransp reclamando da tarifa sempre, mas quando tivermos uma tarifa técnica e transparente nós vamos aprovar”, declara.

Cauteloso, o representante da fisionomia governamental no legislativo, vereador Dr. Agnaldo Feitosa (PR), esclarece que não pode se posicionar sobre a veracidade das afirmações do Setransp, uma vez que a Smtt ainda não realizou um estudo da planilha enviada pelo sindicato. “Nós ainda não temos um parecer da Smtt porque ela não avaliou a planilha, inclusive foi pedido uma tarifa de 2,71, mas não há nenhum pedido da gestão para que a planilha seja avaliada pela superintendência”, explica.

Na Smtt, a informação passada pelo assessor de comunicação, Flávio Vasconcelos, é que a majoração do preço da tarira do transporte coletivo não está na agenda do órgão. Segundo Flávio, a planilha elaborada pelo Setransp foi recebida, mas o próprio prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), deu a orientação para que o assunto não fosse discutido, pois, no momento, não há possibilidade de se pensar em reajuste.

Para quem é usuário do sistema, como o estudante de direito, Jean Oliveira, o preço que é cobrado atualmente não é injusto, comparado com a média nacional. Em contrapartida torna-se desproporcional a qualidade do serviço que é oferecido. “Se houvessem condições suficientes e os cidadãos conseguissem viajar confortavelmente e sem preocupação quanto aos horários, acredito que até o aumento que estão propondo seria justificável. A tarifa cobrada hoje é injusta pela falta de garantias que possuímos” pontua.

Jean, que mora no município de Nossa Senhora do Socorro, na Grande Aracaju,  sem o aumento, pode haver, sim, uma nova crise no transporte de passageiros aracajuano. “Caso não haja aumento esse ano, o sistema pode realmente ruir, já que na administração anterior, a passagem foi congelada por um tempo prejudicial. Porém, a imagem que nós, cidadãos, temos, é que esse sistema não pensa em nós, e que há dinheiro suficiente para a manutenção do sistema”, salienta.

Foto: Arquivo F5 News

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