As Inteligências Artificiais (IA) já são uma realidade. Com possibilidades de usos variados, elas se tornaram uma revolução para produzir e se comunicar. Com as campanhas eleitorais, isso não será diferente - o pleito deste ano promete ter esse tipo de recurso implementado e utilizado aos montes. 

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Para Marcolino Joe, estrategista digital, comunicador com 15 anos de experiência em trabalhos audiovisuais e conhecido por seu trabalho com foco em utilizar inteligência artificial na criação de conteúdo, esse recurso promete impulsionar com eficácia as campanhas deste ano. "Sobretudo as de baixo orçamento", afirma.

Joe esteve envolvido em campanhas majoritárias nos estados de Sergipe e Alagoas e tem experiência na criação de conteúdo para mídias sociais. Ele também ministra palestras sobre o impacto da inteligência artificial nas eleições de 2024, enfatizando a importância de compreender o papel da inteligência artificial na formação das eleições e da sociedade.

Em bate-papo com o F5 News, o estrategista falou um pouco sobre as complexidades do uso da IA e sobre os cuidados éticos que ela demanda. Até porque a Justiça eleitoral promete estar de olho. "É essencial observar as determinações do TSE", assegurou. Confira a entrevista:

Como a Inteligência Artificial pode contribuir para campanhas mais eficazes?

Marcolino Joe - A Inteligência Artificial oferece uma gama de ferramentas e técnicas que podem impulsionar a eficácia das campanhas políticas, sobretudo as de baixo orçamento. Ela ajuda a identificar padrões comportamentais dos eleitores, segmentar o público-alvo com maior precisão e personalizar mensagens para maximizar o engajamento. Além disso, algoritmos de IA podem otimizar o planejamento de campanha, identificando oportunidades e ajustando estratégias em tempo real com base em feedbacks em tempo real, resultando em uma abordagem mais ágil e eficiente. Isso é uma mão na roda na politica, que tende a mudar o quadro de forma muito ríspida.

Implementar IA em estratégias políticas é uma ótima ideia, mas não é tão simples assim. Um dos desafios é integrar as ferramentas para potencializar a mensagem, mas não substituir o político. Chatbots e deep fakes estão proibidos pelo TSE, por exemplo. Por outro lado, segmentar público, melhorar parâmetros de impulsionamento e adequação de discursos são formas seguras de usar IA nas estratégias. Para campanhas com poucos recursos as ferramentas de IA para gerar conteúdo como imagem e vídeo (sempre sinalizando que usou IA, como prevê a legislação) serão fundamentais para ter mais chances na disputa.

Quais são os cuidados éticos que devem ser considerados ao utilizar a Inteligência Artificial em campanhas políticas?

Os profissionais devem garantir que conteúdos criados com IA sejam sinalizados para o público. Além disso, os eleitores devem estar cientes de como seus dados estão sendo coletados, usados e protegidos. Estou falando aqui dos grupos de zap e listas de transmissão. Finalmente, é essencial observar as determinações do TSE quanto ao uso de IA nas eleições. Além disso, a Polícia Federal tem se especializado em ferramentas de detecção de deep fakes e a punição é bastante severa.