Valmir Monteiro é indiciado por nomear "fantasmas" na Alese | F5 News - Sergipe Atualizado

Valmir Monteiro é indiciado por nomear "fantasmas" na Alese
Polícia Civil ainda não conseguiu estimar montante do dano ao Erário
Política | ​Por Fernanda Araujo 11/05/2018 12h15 - Atualizado em 11/05/2018 16h57


Pelo menos dez cargos em comissão fantasmas da Assembleia Legislativa de Sergipe foram distribuídos pelo então deputado estadual José Valmir Monteiro, atual prefeito de Lagarto, no Centro Sul do estado. A denúncia foi feita pelo Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), ao concluir o inquérito que apurou nomeações feitas pelo ex-deputado a título de favor político.

As investigações iniciaram em 2015, a partir de uma denúncia feita à Justiça Federal e com requisição do Ministério Público, quando um dos nomeados por indicação de Valmir Monteiro, o lavrador José Correia de Carvalho, tentou solicitar aposentadoria rural, que foi negada pela existência de um vínculo com a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). O inquérito chegou a ser interrompido e retomado em 2017.

“Nosso objetivo do procedimento era apurar a materialidade do crime. Foi comprovado que as pessoas indicadas não tinham habilitação técnica, nem qualificação, nível de instrução compatível para o cargo ao qual foram nomeadas, que recebiam a verba e não exerciam realmente a função”, afirma a delegada Thais Lemos, responsável pelo inquérito.

Segundo a delegada, todos os dez nomeados foram ouvidos e muitos não sabiam, sequer, onde estava localizado o gabinete do então deputado e confirmaram “que eram cabos eleitorais dele no município onde atuavam e que foi uma troca de favores. Foram indicados pelo deputado e não tinham contrapartida para o Estado”.

Na investigação, de acordo com Lemos, ficou evidente que os servidores não trabalhavam na Alese, mas em locais pertencentes ao parlamentar ou a sua família. Em depoimento, os investigados relataram que chegavam a ir trabalhar apenas uma vez por semana ou no mês no escritório político em Lagarto. “Esse escritório não existia de fato e essas pessoas não tinham nenhuma atividade técnica como assessor e, sim, cabo eleitoral”.

Entre os indiciados estão um ex-vereador e algumas lideranças da sociedade. Todos, inclusive o ex-parlamentar, deverão responder pelo crime de peculato, quando há o enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e desvio de verba pública. Ainda segundo a delegada, o controle das nomeações fica a cargo de cada gabinete dos parlamentares.

A delegada diz ainda que o recebimento dos salários, de cerca de R$ 5 mil, foi comprovado através dos depósitos em conta bancária. O inquérito já foi concluído e remetido à Justiça, onde possivelmente os indiciados serão denunciados. A polícia, no entanto, ainda não conseguiu estimar a quantia dos valores desviados.

A assessoria jurídica do prefeito afirmou que ainda não teve ciência da conclusão do inquérito e por isso não deve se pronunciar.

*Colaborou Will Rodriguez

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