Por Aline Aragão

Vereadores aprovam 17 projetos do Executivo

Em menos de uma hora a Câmara de Aracaju aprovou 17 projetos do Executivo e três do Legislativo em sessão extraordinária realizada na manhã desta quinta-feira (17). Ao todo, 16 vereadores compareceram à votação, contra oito ausentes.

Sem concordar com a votação de última hora, os vereadores da oposição (foto abaixo) se retiraram do plenário como forma de protesto. E ouviram duras críticas do vereador Agamenon Sobral (PP), que os acusou de não querer votar por não estarem recebendo nada em troca.

O vereador de oposição Emmanuel Nascimento (PT) rebateu as acusações de Agamenon Sobral e disse que ele agiu como um “vereador incompetente”, pois sabe que os vereadores não podem receber a mais do que recebem. “Foi um momento infeliz e triste, ele agiu assim contra seus colegas vereadores sem ter fundamento, sem ter base legal”, lamentou.

Para Lucimara Passos (PC do B), a votação “a toque de caixa” começou errada, com um pedido de que não houvesse pequeno e grande expediente. “Além de ter que votar 17 projetos sem ter tempo pra estudar, a gente ainda corre o risco de ter a fala cerceada”, reclamou.

A vereadora diz que discorda desse tipo de votação, e que essa é uma prática que vem acontecendo desde o começo da gestão do prefeito João Alves Filho, até mesmo em sessões ordinárias. “Desde o começo é assim, são colocados pedidos de urgência e os projetos vêm sendo votados dessa maneira”. Lucimara concluiu dizendo que essa prática impede a qualidade da avaliação dos projetos e por isso se posiciona contra.

O vereador Lucas Aribé (PSB) também disse que achou um absurdo e que não são projetos para uma votação urgente. Além disso, existem projetos que tratam de edificações e que precisariam de uma avaliação técnica. O parlamentar reconhece que tem projetos importantes como o que trata da isenção do IPTU, e que não são difíceis de analisar, mas outros mexem com a estrutura, a exemplo das secretarias que estão sendo fundidas, e precisam ser avaliados com mais tranquilidade.

Para o líder da situação, Dr. Agnaldo (PR), a pressa em aprovar os projetos é para não perder tempo nas atividades do segundo semestre e dar celeridade ao processo administrativo da prefeitura. Para ele, a gestão precisa ter cara própria e conseguirá a partir da aprovação desses projetos. “Além disso, serve para regulamentar um monte de coisa que era dada por portaria ou por decreto e que antes ficava à mercê do prefeito, mas agora vai ser lei”, explicou.

Dr. Agnaldo diz também que não existe nenhum projeto polêmico ou que precise de muita avaliação e que a oposição está querendo dificultar. “Eu acho que isso só atrapalha o andamento da prefeitura de Aracaju”.

O presidente da Câmara, Vinícius Porto (DEM) (foto ao lado), disse desconhecer o motivo pelo qual os vereadores da oposição deixaram o plenário; e que a convocação foi para todos, mas que nenhum fez qualquer tipo de solicitação para que a votação fosse adiada. “Se ocorresse, não seria a primeira vez, eu sempre procuro fazer acordo com o líder da oposição e com o líder da situação para que tudo seja feito de forma tranquila, mas dessa vez ninguém se pronunciou”, disse. 

Fotos: Aline Aragão