Buracos de Aracaju, transtorno que fortalece a economia e gera emprego | Marcio Rocha | F5 News - Sergipe Atualizado

Buracos de Aracaju, transtorno que fortalece a economia e gera emprego
Blogs e Colunas | Marcio Rocha 25/09/2017 11h16

Se existe uma coisa que não se suporta mais em Aracaju é o grande número de buracos nas ruas da cidade. Em todas as vias de grande fluxo da capital sergipana, o exercício de direção defensiva e reflexos no trânsito é praticado pelos condutores de veículos, de qualquer tamanho que seja. A condição das vias aracajuanas pede perícia aos motoristas, que precisam praticar uma prova de cross-country ou slalom para desviar dos buracos que se multiplicam a cada dia na cidade. Um verdadeiro exercício de paciência e longanimidade para os contribuintes, que vem sofrendo com uma série infindável de prejuízos pelos danos causados em seus veículos.

 

Entretanto, os buracos que tanto atormentam a população também são motivo de crescimento no volume de serviços de uma atividade econômica. Nunca se viu oficinas automotivas com tantos serviços de reparos em execução. Estive conversando com alguns proprietários de oficinas mecânicas, que disseram ter aumento de mais de 50% no volume de serviços realizados, com a chegada de novos e inesperados clientes. A média de aumento dos consertos solicitados nas empresas do setor percorre a casa dos 30%, o que é bom para o setor de serviços automotivos e comércio de peças para veículos. Os buracos promoveram novas contratações de profissionais, já que as oficinas estão com demanda muito maior. Todos os donos de empresas da atividade de serviços de suspensão disseram ter aumentado seu quadro de funcion&aac ute;rios em cerca de um terço.

 

Os serviços mais solicitados vão dos mais simples aos de maior complexidade. Os mais corriqueiros são pneus estourados quando o condutor cai em um buraco nas ruas e avenidas da cidade, o que elevou o aumento de vendas de pneus nas lojas do setor. Os mais complexos são a feitura completa do conjunto de suspensão dos veículos, principalmente na parte dianteira, que possui uma arquitetura mais aprimorada, com uma maior quantidade de peças exigidas. De acordo com um dos proprietários de oficinas com quem conversei, os danos acontecem muito em partes internas, que se danificam com os impactos mais fortes, quase todos na parte dianteira dos carros. Vale ressaltar que os veículos são projetados para ruas pavimentadas, nas quais não deveriam existir buracos. Até mesmo os veículos maiores, como picapes e “off roads” sofrem mais com as armadilhas das vias, que com terrenos acidentados, para os quais são projetados.

 

Serviços de alinhamento e balanceamento também têm sido muito procurados pelos condutores aracajuanos, pois a batida em um buraco leva ao completo desequilíbrio do veículo, que adquire tendências para “puxar” para um dos lados. Um perigo oculto que pode provocar um acidente sério, se não tratado a tempo. De fato, é importante que o condutor procure uma oficina especializada para fazer os reparos e verificações necessárias, pois após um grande impacto, o proprietário do veículo precisa garantir que ele esteja em condições de rodar com segurança.

 

A Prefeitura de Aracaju está colocando suas equipes na rua para solucionar o problema, justiça seja feita. A população reclama, mas os serviços estão sendo realizados. Contudo, as condições climáticas não estão ajudando o trabalho da intendência municipal. Pois quando os reparos são feitos, vem uma das chuvas torrenciais que estão atingindo a capital com frequência e reabrem os buracos. A alegria dos mecânicos é conquistada com a tristeza de outros, mas o que importa de fato é que tenhamos não apenas as vias seguras para o trânsito, mas também que os veículos estejam em boas condições.

 

Esse conjunto de fatores termina provocando o aumento nas vendas de pneus, amortecedores, bandejas e rodas, o que tem incrementado as vendas dos comerciantes do setor e a realização de serviços por parte de concessionárias e oficinas, ajudando na contratação de novos profissionais de vendas e especialistas em mecânica automotiva.

 

Enquanto o problema permanecer, o condutor entende que é um transtorno, sim. Todavia, é deve refletir que o investimento no reparo deve ser feito, para não criar problemas maiores. O dinheiro aplicado no conserto pode ser o silente salvador de vidas em situações mais complicadas.

 

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Marcio Rocha é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa.

E-mail: jornalistamarciorocha@live.com

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