Após denúncias, Sindicato dos enfermeiros fiscaliza hospital de campanha | F5 News - Sergipe Atualizado

Aracaju
Após denúncias, Sindicato dos enfermeiros fiscaliza hospital de campanha
Saúde diz que denúncias devem ser formalizadas e alega ‘eficiência’ da unidade
Cotidiano | Por Aline Aragão 03/07/2020 20h30 - Atualizado em 03/07/2020 20h45


O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe (Seese) realizou, no final da manhã desta sexta-feira (3), uma fiscalização no Hospital de Campanha de Aracaju, para apurar denúncias de irregularidades que vão desde a ociosidade de leitos e problemas na estrutura à imperícia de profissionais, o que supostamente pode ter provocado a morte de uma paciente, profissional da saúde.

A presidente do sindicato, Shirley Morales, diz que a entidade enfrentou resistência e foi proibida de fazer fotos. "Tivemos dificuldades em realizar a fiscalização, inclusive, não foi permitido que realizássemos o registro fotográfico, isso é uma obstrução em termos de fiscalização", disse.

Segundo o Seese, dos 152 leitos, somente 60 estão ativos, dos quais 41 ocupados, o que não justificaria a espera de pacientes por vagas ou a superlotação em outros espaços, a exemplo da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco.

Sobre a denúncia de erro de procedimento durante a entubação de uma paciente em leito de estabilização, Shirley diz que recebeu informações da equipe do Samu que fez o atendimento a uma enfermeira que faleceu.

"Ela tinha sofrido um trauma pulmonar, devido a um problema de rede de gases e imperícia dos profissionais no momento de fazer essa manipulação de entubação e essa enfermeira veio a óbito, e que outros pacientes também estariam com esse problema", disse Morales. 

Ainda de acordo com a presidente do sindicato, a denúncia aponta também que profissionais do Samu estavam tendo que se deslocar ou para o Hospital de Campanha ou para o HPM para dar suporte aos profissionais que estavam nesses locais e não sabem entubar, ou não estavam conseguindo realizar o procedimento.

"Eles recebem chamada de madrugada para vir aqui dar esse suporte, o que é um completo desvio de finalidade do serviço de urgência móvel", afirmou a sindicalista.

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) se pronunciou sobre as denúncias. Quanto à regulação de leitos, a secretária da pasta, Waneska Barbosa, afirmou que, para ser encaminhado, o paciente precisa estar no perfil do leito do hospital, que é de média complexidade. Já a regulação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é feita pelo Estado. 

"O paciente que tem esse perfil de complexidade elevada é regulado para ser transferido para um leito de UTI, a gente não pode pegar esse paciente e trazer para o Hospital de Campanha - que tem leitos de estabilização - e postergar ainda mais o tratamento ideal para esse paciente. Esse tipo de paciente chega estável, mas desestabiliza muito rápido, então a gente não pode ter uma porta aberta para receber os pacientes graves e não ter o leito disponível", afirmou.

Sobre a denúncia de erro em procedimento, Waneska disse que não tem conhecimento e que o problema não foi comunicado à Secretaria. Afirmou ainda que a denúncia precisa chegar formalmente para que sejam tomadas as medidas necessárias. 

"Essa é uma denúncia muito grave, até o momento não chegou nenhum tipo de denúncia desse tipo para a secretaria. Como se trata de ato médico, assim que chegar, abriremos procedimento administrativo e encaminharemos para o Conselho Regional de Medicina", disse Waneska.

Sobre o problema envolvendo gases, Waneska disse que tem relatório da empresa responsável, informando que em nenhum momento houve irregularidade no fornecimento.

"Temos uma central com  mais de 20mil litros por cm² de abastecimento, que não permite que a pressão caia, a ponto de desativar algum respirador, de causar um barotrauma. É preciso que essas denúncias se formalizem em procedimentos para que a gente possa investigar e tomar as medidas necessárias", reforçou a secretária. 

Waneska disse ainda que o hospital atua com profissionais capacitados e que segue um protocolo de segurança. 

"Os números por si já falam a eficiência e efetividade do Hospital de Campanha", enfatiza a secretária.
 

Edição de texto: Will Rodriguez
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